A TERRA E OS MANOS KIRI-KORÓ
Autor: José Custódio Estêvão
Ano: 2005
Conto
A TERRA
E OS MANOS KIRI E KORÓ
Eu sou a Terra meus meninos e ...
No tempo em que eu nasci, eu tinha muitos amigos que se chamavam animais irracionais mas que, de irracionais tinham pouco porque me tratavam muito bem; apenas extraiam de mim o que necessitavam para a sua sobrevivência, havendo entre nós uma harmonia muito agradável, não havendo agressões ao meu ambiente e eu vivia feliz e contente.
Vocês meus meninos, nem queiram saber como eram bom ver a água dos rios das ribeiras, dos riachos, correr alegremente para o mar sem poluição e nas suas torrentes levavam a minha música por todo o lado e todos os meus amigos animais pulavam, corriam alegremente, porque a minha natureza era proporcionar – lhes bons alimentos muito sadios; o Céu era muito azul e o ar podia – se respirar até encher os pulmões de todos os meus amigos.
Mas depois criei outros animais chamados humanos, com inteligência para me protegerem a minha Natureza, minha atmosfera e os meus amigos animais irracionais.
Depressa se reproduziram povoando quase a toda a minha natureza e hoje estou muito arrependida de os ter criado, porque enquanto eles eram pequeninos como vocês, pareciam os meus amigos passarinhos, gritavam, pulavam, brincavam e eu estava muito satisfeita que até fazia inveja aos outros meus companheiros planetas.
Mas, eles cresceram, tornaram – se adultos com inteligência a condizer e aí começaram a usá – la para o bem e para o mal mas, mais para o mal do que para o bem, até já tenho medo deles, porque se comportam muito mal e um dia estamos sujeitos a desaparecer do espaço, pelos maus tratos que me dão.
Meus queridos meninos de agora, eu, a vossa Terra, está muito triste e choro todos os dias porque a maldade dos humanos crescidos têm – me vandalizado, alterando a minha Natureza, poluindo aos meus rios, riachos, ribeiras, mares e oceanos, com agressões tremendas mas, a maior de todas é feita pela ambição desmedida que eles têm, guerreando entre si, matando os seus próprios irmãos, apenas por um motivo que foi a pior coisa que eles inventaram, o dinheiro; sim esse dinheiro com que vocês meus queridos meninos compram os vossos brinquedos e os vossos progenitores armas para se matarem uns aos outros e os meus queridos animais irracionais que não têm culpa nenhuma e também sofrem as consequências das suas maldades.
Por isso vou contar – vos uma história que é passada entre os meus amigos animais irracionais e vocês meus meninos que amanhã serão grandes mas, muitas vezes só no tamanho e que eu não quero que vocês no futuro procedam como eles.
Aprendam nas vossas escolas como tratar bem a Terra que sou e que vos quero muito, porque vocês são a minha única esperança de que um dia possamos todos viver bem, porque a vossa vida é curta comparada com a minha idade, e por isso, aprendam a viver bem e fazer bem como os meninos da história que vos vou contar.
Vamos então à nossa história; sentem – se à minha volta e oiçam com muita atenção, está bem? Vamos lá então.
1
Era uma vez dois meninos que se chamavam Kiri e Koró que viviam juntos com outros amigos animais irracionais da minha Natureza, e que um dia se dispuseram a lutar para salvar o meu meio ambiente que, outros crescidos têm tentado a qualquer custo destruí – lo, pondo em risco a sua vida e a dos outros nossos amigos animais, só por causa da ambição de ter muito dinheiro.
Eles agora estão no meu Polo Norte, onde há muita neve, os mares estão cheios de montanhas de gelo a que chamamos icebergues, as focas, as baleias, ursos, leões marinhos e alguns humanos.
No mar uma raça de humanos com os olhos em bico, que se chamam japoneses andam à caça das minhas belas baleias mas, o Kiri e o Koró estão atentos e então planeiam uma maneira de impedir a caça a estes meus filhos mas, tomem atenção à conversa deles e à sua actuação nos diversos casos que vão surgir.
Kiri: mas que ousadia, Koró, aqueles fulanos estarem a caçar as nossas amigas baleias que a nossa mãe Terra criou com tanto cuidado, temos que fazer qualquer coisa, não achas?
Koró: Com certeza, temos que impedi – los de massacrarem as nossas amigas mas, para isso temos que reunir com outros amigos animais para que, em conjunto possamos detê- – los e evitar uma carnificina.
Kiri: Tenho uma ideia e vamos já pô – la em prática.
Koró: Mas o que é, que ideia luminosa é essa?
Kiri: Vamos chamar as nossa amigas focas que são muitas e combinamos uma estratégia.
Então o Kiri faz um assobio especial e muito agudo e de repente todas focas se reúnem junto deles e dizem: o que se passa para nos chamarem com tanta urgência?
Koró: vocês estão a ver aquele navio?
Focas: estamos sim, e o que é que tem?
Koró: olhem minhas amigas, aqueles humanos, estão a matar as nossas amigas baleias e nós temos que impedir que o façam o mais depressa possível e por isso, têm um papel muito importante e vão fazer o seguinte: um grupo vão distraí los fazendo barulho ao largo do navio e outro grupo, leva estas raízes e enleiam as hélices do barco para que o motor pare e assim eles pensam que é uma avaria, e enquanto tentam concerta – lo, dizemos às nossas amigas baleias para abanarem o navio de modo a que eles julguem que algo de grave se passa no navio, assustam – se, pensando que se vão afundar e zarpam depressa para se porem a salvos.
Focas: boa, combinado, vamos a isso.
O plano foi posto em acção e então os dois grupos avançaram sob o comando do Kiri e Koró e tudo foi executado na perfeição, fazendo com que navio zarpasse para fora daqueles águas, deixando as suas amigas baleias em paz, salvando – as de uma catástrofe.
O Kiri o Koró, as focas e as baleias, festejaram este acontecimento pelo bem da Terra, com um banho nas águas gélidas daquele mar fantástico que encerra tantas coisas boas e é como se fosse um dos sacos lacrimais da Terra que os cria e que chora pelo mal que lhes fazem.
Os amigos da Terra, o Kiri e o Koró, vão caminhando por aquela imensidão gelada à espera de outra aventura e o destino deles é proteger a sua querida Terra que é a mãe de todos os animais, incluindo eles e de que ela espera muito, para o bem de todos.
Kiri: já tenho muitas saudades de uma bela floresta verdejante , embora esta paisagem tenha a sua beleza, não tens Koró?
Koró: então não? Deve ser muito bom estar entre elas e de outros amigos animais e além disso não te esqueças do papel que a nossa mãe Terra nos incumbiu que é de nos mantermos vigilantes e cuidarmos de toda a natureza, sem excepção e onde quer que haja problemas para resolver em prole da nossa mãe Terra, nós estaremos lá.
Kiri: Ena tantas gaivotas a esvoaçar naquelas montanhas junto ao mar! Quem me dera ter asas como elas para vigiar melhor a nossa queria Terra e apreciar todas as belas colinas, vales, rios mares e todas as outras coisas que a Terra tem.
Koró: não sejas invejoso mano, porque daqui, em terra firme, também temos vantagens, as quedas não são tão grandes e perigosas.
Kiri: és medricas, tens medo de voar, não és assim tão valente como eu pensava; olha, olha mano, as gaivotas parece que estão aflitas, o que se passará?
Koró: vamos ver, rápido.
Eles não voam mas correm que nem umas flechas e num instante estão junto das gaivotas que tentam bicar um leão marinho que está a ter um filhote e ela não se pode mexer e defender com facilidade, porque está em trabalhos de parto mas, eles depressa pensam e resolvem o problema.
Rapidamente constróem uma pequena cabana em volta da mãe foca e do filhote e ajudam o leão marinho a ter a sua cria; as gaivotas depressa voam para outras paragens deixando que a Natureza faça nascer quem deve nascer, embora saiba ela saiba que os animais carnívoros tenham que se alimentar de outros, caçando – os mas, não são como os humanos que matam por desporto e por prazer, sendo este comportamento intolerável e imperdoável, porque são inteligentes e não actuam por intuição e sabem distinguir perfeitamente o bem do mal.
2
Em correria acelerada ambos os manos vão deixando as montanhas de gelo alegremente à procura das tais paisagens verdejantes de que tanto sonham; , levam dias e noites sem parar correndo, brincando, atravessando planícies, vales, serras até que chegam ao local desejado.
Kiri: oh! Que maravilha uma floresta imensa verdejante, a nossa mãe Terra tem coisas incríveis e lindas mas é pena que os humanos crescidos as destruam; deviam ser castigados por este procedimento.
Koró: Olha Kiri, aqui também há muitos animais mas, são de espécies de diferentes, porque será?
Kiri: Olha Koró, é porque a nossa mãe Terra, tem muitas zonas diferentes e cada uma delas tem um clima de acordo com a sua Natureza, e então os animais para viverem nessas zonas têm que ter um corpo adaptado a esse clima; então não vês que na zona do frio e do gelo donde viemos os ursos têm um pêlo espesso e muita gordura para poderem viver lá, acontecendo o mesmo com os leões marinhos e assim por diante.
Aqui o clima é quente e portanto, os animais têm de ter menos pêlo, porque não precisam de tanta protecção; a Terra planeou tudo muito bem, para que todos vivam bem na sua Natureza.
Koró: Ah! Agora já percebo, é por isso que os humanos que vivem em zonas diferentes se protegem de maneiras diferentes, conforme haja muito frio, muito calor, etc. Isto porque os humanos são seres inteligentes e sabem proteger – se do ambiente em que vivem, e como os outros animais não o são, a nossa mãe Terra concebeu – os de acordo com os lugares onde vivem.
Kiri: é isso mesmo, o teu raciocínio está correcto. Olha mano, estás a ver ali, aqueles animais?
Koró: vejo sim, e sei que são leões, e aqueles além são girafas, gazelas búfalos, panteras, elefantes, ena tantos?
Kiri: Aqui há muitos animais e vivem livremente mas, para se alimentarem alguns comem outros, para poderem sobreviver mas, não matam por prazer como os humanos crescidos, como já te tinha explicado.
Koró: Estou a ver que alguns humanos crescidos são muito maus e fazem muito mal à nossa mãe Terra que os criou; como é que isto pode acontecer? Sabes explicar isto Kiri?
Kiri: Pois é Koró, eu também não sei explicar, se calhar a mãe Terra quando os criou talvez se tivesse enganado ou errado na sua concepção mas, não acredito nisso porque ela sabe muito bem o que faz.
Koró: mas eles são inteligentes e por isso deviam perceber que, fazendo mal à mãe Terra, também fazem mal a eles próprios; será que não percebem ? A proceder assim duvido que sejam inteligentes.
Kiri: também tenho a mesma opinião que tu, não dá para perceber.
O Kiri e o Koró, estavam muito satisfeitos com a zona onde estavam; deliciavam – se em subir as árvores, pular de uns ramos para os outros, brincavam os seus amigos animais, tomavam banho no rio, enfim parecia que estavam mesmo no Paraíso, até que, a certa altura, ouvem falas e escondem – se para ver o que se passa, e tal não é o seu espanto quando descobrem que são humanos crescidos e rapidamente diz o Kiri: olha mano aqueles humanos crescidos trazem armas, com certeza não é para se defenderem, pois não?
Koró: eu acho que não, a intenção deles não deve ser essa e segundo nos disse a nossa mãe Terra, temos de estar atentos às suas maldades, porque são os piores animais que ela criou.
De repente ouvem um disparo de duma das armas, olham e vêem um dos seus amigos animais cair por terra e não mais se levantou, ficando furiosos e muito tristes e assim, pensaram logo em estudar um plano para que aquilo não possa mais acontecer.
Kiri: mano, estou a ver que os humanos crescidos querem matar os nossos amigos animais e por isso vamos protegê – los.
Koró: tem de ser rápido mano porque senão ainda matam outro nosso amigo.
Kiri: vamos a isto depressa antes que seja tarde.
E assim assobiam durante um curto espaço de tempo e aparecem rapidamente milhares de formigas pronta para o ataque; juntam – se todas à volta dos manos e eles com sinais miraculosos indicam – lhes como atacar os caçadores e o mais rapidamente possível.
Elas entram em acção sob o comando de Kiri e koró e num ápice estão perto dos malfeitores. Com sinais especiais as formigas separam – se em grupos e em todas as frentes atacam, entrando nas botas dos caçadores, mordendo – lhes os pés, fazendo – os saltar tanto que até parecia que estavam a dançar ao som de uma música muito acelerada, provocando o riso dos manos KK.
Num instante os caçadores puseram – se em fuga, deixando em paz os amigos animais que agradecem ajoelhando – se todos a seus pés, como se fossem vénias aos heróis, mas eles não querem que eles façam isso, porque é dever deles protegê - los.
Kiri: esta foi muito boa, não foi Koró?
Koró: Foi de mestre mano, a nossa estratégia resultou em cheio e as nossas amigas formigas, cumpriram à risca todo o nosso plano.
Kiri: Assim, tenho a certeza que a nossa mãe Terra se vai orgulhar de nós.
Koró: Será que conseguiremos pôr ordem na Natureza?
Kiri: Com coragem, querer e a boa vontade, tenho a certeza que tudo se consegue; vai levar tempo mas consegue – se.
Koró: Sabes como que se conseguia em pleno pôr ordem na Natureza mais facilmente?
Kiri: Como?
Koró: Ensinando aos meninos como nós nas escolas, que a Terra é nossa mãe, que devemos proteger a sua Natureza,não matando os nossos amigos animais, não cuspindo para o chão, não deitar lixo para qualquer lado mas, sim em locais próprios, não poluir os rios, as ribeiras, os riachos, os mares e os oceanos; ensinar também que de tudo de mal que fizermos à nossa mãe Terra, é como se fizéssemos a nós próprios e que se a Terra adoecer ou morrer, nós também adoecemos ou morremos, porque fazemos parte da sua Natureza.
Kiri: Tens razão mano, tem que se lançar boas sementes se quisermos bons frutos mas, para isso é preciso que todos trabalhemos para o mesmo fim, salvar a nossa mãe Terra; é como se os humanos crescidos quando trabalham em sociedade, ela só vinga se todos colaborarem muito para que ela dê bons resultados.
3
Os manos KK deliram por estar entre a Natureza e ao mesmo tempo a vão explorando, conhecendo – a para melhor a proteger.
Kiri: vamos gritar para que todos os nossos amigos animais saibam que estamos aqui para conviver com eles e lutar para o bem de todos, inclusivé todas as plantas existentes na Natureza.
Lançam um grito tão grande que se ouve em todas as direcções e em simultâneo todos ao animais respondem com a sua voz própria e todas as plantas abanam como se fossem fustigadas pelo ventos, correspondendo ao aviso dos manos KK, provocando um eco tremendo em toda a Terra, funcionando como um alerta em todo o Planeta, como que dizendo: atenção malfeitores, os manos KK estão de olho em vocês.
Com certeza que os malvados que povoam a Terra e não são poucos, vão tentar enganar os dois manos amigos mas, eles são muito espertos e não vão deixar que isso aconteça.
A pouco e pouco vão desbravando a Natureza e com atenção a todas as manobras dos seus inimigos, para evitar que aconteça alguma catástrofe que possa ferir a sua mãe, e por isso estão dispostos a lutar com toda a força, com a ajuda dos seus amigos animais irracionais, que sabem que têm aqui dois protectores de grande categoria e que não lhes vão dar um minuto de descanso.
Kiri: escuta Koró, com muita atenção, não ouves um chamamento de um grupo dos nossos amigos animais?
Koró: Oiço muito bem Kiri, e pela voz são crocodilos que estão em apuros ou sentem – - se ameaçados por alguém e querem a nossa comparência com muita urgência, é quase como um SOS.
Kiri: vamos lá localizar bem donde vem o chamamento para que a nossa rota seja traçada com precisão e cheguemos lá sem falhas e muito rapidamente.
Koró: Já sei onde é, vamos partir imediatamente, segue – me, não temos tempo a perder, corramos a toda a velocidade para impedir alguma chacina aos nossos amigos.
Num ápice, correm, correm, sem parar, quase como o vento forte e num instante chegaram ao local certo; em observação rápida, bem camuflados caminham lentamente para o sítio certo e vêem que, caçadores furtivos se preparam para fazer uma caçada histórica aos crocodilos com o auxílio de barcos, focos e laços.
Bem juntinhos ao rio chamam um grupo de hipopótamos com tal rapidez que, num instante se juntam a eles, traçam um plano que vai ser infalível para ser executado por estes animais corpulentos.
O plano está em marcha e os hipopótamos deslocam- se muito lentamente para não serem notados, sempre debaixo de água em grupos de dois para cada barco, onde os malfeitores estão a preparar – se com toda a subtileza para dar caça aos crocodilos.
Os manos KK esfregam as mãos de contentes e mergulham rapidamente também atrás dos hipopótamos para orientá – los e num piscar de olhos fazem sinal para todos os grupos avançarem rapidamente para os barcos.
O ataque entra em acção e os crocodilos têm instruções para não comerem os malfeitores mas, som para lhes pregarem um susto dos grandes, para que eles não voltem a fazer – lhes mal.
Os hipopótamos ficam debaixo dos barcos preparados para atirá –los ao fundo, ao sinal de um gesto afirmativo dos manos KK, com as mãos fechadas e o dedo polegar para baixo.
Os barcos começam a tombar, os malvados caçadores furtivos começam a gritar e são atirados à água sem dó nem piedade; deixam cair as armas para o fundo do rio e entram em pânico com medo de serem devorados pelos crocodilos, gritando uns para os outros: salvem – nos porque vamos ser comidos ou maltratados; de tão valentes que eram pareciam ratos em fuga para as margens do rio com os crocodilos ameaçadores atrás deles.
Nunca eles nadaram com uma velocidade tão grande, até pareciam atletas de alta competição em fuga com medo de serem caçados pelas presas que eles queriam caçar.
Kiri: coitadinhos deles até parecem ratinhos de esgoto em fuga.
Koró: de certeza que nem tão cedo voltam a tentar caçar crocodilos, serviu – lhes de lição.
Os manos KK e os hipopótamos fazem uma grande festa, com as suas grandes bocarras bem abertas, por mais esta acção em prole da mãe Terra, cantando, berrando, saltando, enfim dando asas à sua alegria pelo sucesso que tiveram nesta operação.
Koró: agora só me apetece é deitar – me à sombra duma grande árvore, para descansar do esforço despendido nesta aventura, fazendo um bom sono reparador, estás de acordo mano?
Kiri: Evidentemente que estou de acordo, não podias ter melhor ideia, pois vai fazer – nos bem, dormir e sonhar com a nossa mãe Terra que deve estar a sorrir de contente pelas nossas façanhas para defender a sua Natureza.
Muitos humanos crescidos com certeza também nos agradecem porque também há uma percentagem, embora pequena que, defende estas acções em prole da Natureza de que fazemos parte; além disso com os nossos exemplos vamos fazer com cada vez mais muitos deles adiram aos nossos projectos em defesa do nosso querido Planeta.
Koró: não há dúvida que temos que ter uma grande força de vontade para fazer ver aos filhos deste Planeta que, é preciso uma união muito grande e uma mobilização ainda maior, de todos os nossos irmãos crescidos, no sentido de incutir em todos os seus espíritos que, em caso de extinção da nossa mãe Terra não temos para onde fugir, embora pense que é muito difícil, por que há filhos de muitos pais e de muitas mães que são muito egoístas que só vêem na frente o lucro e nada mais, mesmo que lhes custe a própria vida e a muitos dos seus semelhantes; é uma força hercúlea mas vamos tentar mudar a mentalidade dos humanos mais crescidos para uma melhor compreensão dos problemas da Terra.
E assim, neste diálogo, os manos KK adormecem num sono profundo para ganharem forças para outra etapa de vigilância e preservação da Natureza.
Que descansem porque vamos precisar deles mais vezes e muito fortes.
4
Já bem acordados e retemperados das forças dependidas, os manos kk começam novamente a desbravar florestas e mais florestas, até que chegam a uma zona ainda mais densa de vegetação que mal podem penetrar mas, para eles não há dificuldades, porque para bem da nossa mãe Terra fazem todos os sacrifícios porque representa a salvação de todo o planeta.
Kiri: Com estas florestas tão vivas e densas, a Terra ainda tem os pulmões bem activos mas, temos de estar muito atentos porque há muitas feridas nas florestas causadas pelo malfeitores incendiários e pelos descuidados.
Koró: Pois é mano e por causa disso, os humanos crescidos não matam só a floresta mas, também toda a espécie de animais que fazem parte dela e além disso também morre parte de nós.
Kiri: ó meu Deus mas não haverá um castigo para esses malfeitores que por ganância ou maldade destroem que pertence a todos nós?
Koró: se eu mandasse na justiça da Terra, eu não mandava prender os malfeitores mas, como castigo obrigava – os a recolocar tudo o que destruíssem e a trabalhar durante muitos anos em prole da humanidade apenas com a alimentação necessária para trabalharem, sem ganhar um tostão furado.
Kiri: muitos não se importavam mano, porque eles não fazem nada e assim tinham um passa – tempo e bem alimentados; tinham de ser bem vigiados sem direito a descanso, apenas com tempo para comer e dormir e trabalhar.
Aqui os animais pululam em toda a floresta, desde o mais pequeno até ao maior mas, os malfeitores devem andar por perto mas ,pois os manos KK estão de olhos bem abertos para evitar que eles atuem livremente.
Parece que neste habitat natural os humanos crescidos querem cortar muitas árvores centenárias para extrair a madeira para grandes negócios e por isso, homens munidos de grandes serras mecânicas parecem estar já no terreno para actuar mas...vamos ver o que se passa.
Os manos KK já estão muito vigilantes e comentam:
Koró: pronto, já temos outro problema para resolver e temos que agir rápido porque me parece que os malvados dos humanos crescidos querem matar as nossas amigas árvores.
Kiri: eles querem mas, não vão conseguir porque nós estamos à alerta para os impedir de o fazer e os castigar pelas maldades que fazem à nossa mãe Terra.
Koró: mas como mano?
Kiri: tem calma mano que nós vamos ter solução.
Koró: mas eu já ouço as serras a trabalhar temos que os impedir rapidamente.
Kiri: dá - me a tua mão e pensa comigo bem forte para pedirmos à nossa mãe Terra que mande uma tempestade, de neve e vento muito forte para os impedir de fazer esta chacina a esta floresta que contribuem para fornecer oxigénio indispensável à vida de todos nós, pois sem ele não havia vida mas, as pessoas não pensam no mal que fazem, desde que tenham o dinheiro em troca destas atrocidades.
De mãos dadas, os manos KK pensam muito, mesmo muito, de olhos fechados e telepaticamente emitem um pedido de socorro para que a Terra mande a Natureza fazer o que eles pedem com tanto fervor e com carácter de urgência.
O pedido foi ouvido e mal os serradores iam iniciar a sua tarefa, eis que a Natureza transforma o Céu azul, em nuvens muito escuras e densas, com uma cara muita feia, parecendo mesmo de zangadas, acompanhadas de um grande vento gélido e com toda a sua fúria, eis que descarregam na floresta e mesmo por cima dos malfeitores, uma grande tempestade de neve que os afasta obrigatoriamente para muito longe, deixando cair no solo todas as serras mecânicas que ficam soterradas e eles apavoradamente, lançam – se numa correria tremenda para os carros que os transportavam mas, não chegaram a tempo porque também eles ficam soterrados, sem possibilidades de os recuperarem.
Fogem todos com o rabo entre as pernas como cãezinhos amedrontados com medo de também eles, terem o mesmo destino das máquinas mas, a Natureza não quis vingar – se a esse ponto, apenas lhes pregou um grande susto para nunca mais voltarem a maltratá – la, porque tanta falta ela nos faz bem sadia.
Kiri: temos muito que andar Koró e por isso não podemos ficar muito mais tempo aqui, embora seja muito agradável, pois o dever chama – nos em toda a Natureza porque infelizmente precisa do nosso auxílio; além também precisa do nosso amor e carinho por tudo o que ela cria.
Koró: É verdade mano, é com muita pena que temos que partir mas, é como tu dizes, a Natureza chama – nos em muitos lugares e além disso, não podemos fazer distinções entre as várias zonas da nossa mãe Terra e nós não podemos desiludi –la, porque sem ela não pode haver vida.
Kiri: Já pensaste mano, para onde vamos?
Koró: Ora mano, vamos para onde o nosso instinto nos mandar, portanto, vamos partir sem lugar e hora marcados, para os apanharmos de surpresa, os malfeitores que espreitam em cada canto da Terra para descarregarem as suas maldades e satisfazer a sua ambição, pensando só nas suas vidas e não na dos ourtros.
Kiri: partamos então porque a nossa missão é não dar tréguas aos maus que cada vez povoam mais a nossa mãe Terra que, afinal também é mãe deles e por isso não merecem perdão, porque um filho que maltrata a sua própria mãe, não é digno dela, que lhe deu o ser.
5
Repentinamente e sem olhar para trás os manos KK avançam pela Natureza a dentro, vigiando todos os lugares da Terra, especialmente aqueles que despertam mais o apetite dos insaciáveis do mal, prontos para intervir e castigar quem tentar melindrar a Natureza.
Ao fim de percorrerem uma distância enorme, entram numa zona da Natureza onde existem muitas sementeiras e searas, onde também abundam muitos passarinhos que chilreiam por todo o lado e fazem os seus próprios ninhos, onde põem os seus ovos para que, os seus filhotes nasçam em segurança mas, não tanta como eles julgam, porque aqui também há maldade e eles correm perigo.
Koró: parece que chegámos ao lugar certo porque temos aqui muitos passarinhos nossos amigos que, habitam este lugar e fazem daqui, a sua casa e têm onde se alimentar mas, ao mesmo tempo, devem ter atrás deles muitos olhos para os apanhar e os comer, não achas?
Kiri: É mesmo isso, aqui é o lugar ideal para acamparmos porque vamos ter muito que fazer; tudo indica que estes passarinhos têm muitos inimigos prontos para os engolirem sem dó nem piedade.
Os manos KK assentam arraiais e esperam que algum alerta surja ou eles surpreendam alguns humanos crescidos que tentem aplicar as suas maldades.
Não tardou muito para, que os predadores aparecessem e os manos KK estão em alerta máximo e a controlar todos os seus movimentos.
Koró: Pelo movimento que eles fazem e as armadilhas que apresentam querem caçar milhares de passarinhos para comercializar mas, nós vamos tratar deles, não é Kiri?
Kiri: Deixa - os pousar mano, eles vão apanhar o maior susto da vida deles.
Anoitece, e os passarinhos recolhem todos para as suas casas que são as árvores, fazendo um chilrear tremendo que ecoa em toda a zona, que se assemelham a crianças a brincar num jardim. Os malfeitores começam na preparação das suas armadilhas, acendendo as luzes para as folhagens das árvores e simultaneamente também preparam as armas para que, quando apontarem as luzes, eles dispararem sobre eles, sem hesitação mas, os manos KK estão atentos a todas estas manobras e não vão deixar que mal nenhum lhes aconteça.
Kiri: mano, chama rapidamente os nossos amigos cães para que se juntem a nós, não percas tempo, depressa, depressa.
Koró: aqui vai mano e podes crer que não falha.
Então o Koró envia um assobio muito especial para o ar, sem que os malfeitores oiçam e num abrir e fechar de olhos aparecem todos os cães da zona que se colocam à volta deles e aguardam ordens.
Ambos explicam por sinais o que têm a fazer e patas para que vos quero, em direcção aos caçadores dos passarinhos. Já estavam de armadilhas prontas e de armas apontadas, e eis que, de repente, surgem os cães de roda deles ladrando fortemente, mostrando os seus dentes afiados, ficando completamente cercados, ao mesmo tempo que, os passarinhos, ouvindo tal barulho puseram – se em fuga para outro lugar mais seguro, longe dos predadores.
Os caçadores cercados pelos cães, ladrando de dentes bem afiados, tremem de medo e começam numa fuga rápida mas, os cães muitos velozes, vão mordendo no rabo deles rasgando - lhes as calças, e alguns até ficando sem elas, ao mesmo tempo que, gritam e deixam os despojos, ou seja as armas do mal no terreno.
É vê – los a correr meio despidos e esfarrapados, gritando, acudam – nos, provocando o riso nos manos KK. Depois de escorraçados, os passarinhos voltam aos seus lugares para dormirem descansados; os cães juntam – se novamente junto dos manos KK e recebem sinais de agradecimento e lá vão eles, satisfeitos, abanando o rabo para os sítios donde partiram, muito contentes por terem colaborado nesta acção.
Kiri: assim é que é mano, todas as acções como esta, e os humanos crescidos não têm hipótese de aplicar a sua inteligência contra seres indefesos que, não fazem mal a ninguém e têm o mesmo direito do que todos nós em viver na Natureza que a nossa mãe Terra nos deu.
Koró: É assim mesmo mano, eles pensam que a Natureza é só deles e querem dispor a seu gosto de uma coisa que pertence a todos nós e que, ninguém tem o direito de destruir uma coisa que é para o bem de todos e esquecendo - se que, os outros também precisam da Natureza.
Kiri: sabes o que é isso mano? É puro egoísmo, um defeito que todos nós temos mas, uns mais do que outros mas, só acontece connosco os humanos.
Koró: Ninguém é perfeito mano, a não ser Deus.
Koró: mano, agora vamos dormir aqui a noite e esperar pela manhã para nos certificarmos que está tudo bem com os nossos amigos passarinhos.
Kiri: está bem, assim é melhor.
Descansaram merecidamente mas, não por muito tempo porque...
6
De manhã cedo, todos os passarinhos cantam, cantam, cantam que fazem acordar os manos KK, como que agradecendo – lhes pelo bem que fizeram livrando – os da morte certa e quem sabem no fundo dalguma panela para satisfação de alguns.
É triste mas é assim mas, e por maldade não se admite que seres indefesos sejam destruídos indiscriminadamente, só para satisfazerem o apetite devorador.
Os predadores irracionais não têm outra alternativa, se não matarem uns para fazer viver outros mas, fazê - lo por prazer é um crime contra a Natureza.
Os manos KK estão cá para evitar que muitas situações destas aconteçam e foi para isso mesmo que a Terra os escolheu.
A Natureza decide agradecer – lhes por tudo o que têm feito em sua defesa, presenteando os manos KK com um dia de sol radioso, uma temperatura amena e com pouco vento, com árvores carregadas de frutos deliciosos que, eles se deliciam e bendizem a sua mãe Terra, por tudo o que lhes tem oferecido e proporcionado.
Kiri: bem haja minha Terra querida, por me teres criado e por nos teres dado esta Natureza que nos dá vida e que ninguém tem o direito de a destruir.
Koró: Ena Kiri, pareces um poeta inspirado, só é pena que não escrevas esses poemas para mais tarde recordares e leres para a tua família e os teus amigos.
Kiri: Não mano, não preciso de recordar, deixa que o vento espalhe pelo mundo os meus agradecimentos para que, todos os seres saibam como é bom viver e usufruir tudo o que a nossa mãe Terra nos dá por intermédio da sua Natureza.
Koró: só é pena que os humanos crescidos não oiçam a tua prece nem aprendam a agradecer tudo o que de bom ela nos dá mas, pagando com malfazer, denunciando pouca inteligência ao não verem ou não quererem ver que a vida é uma flor da Natureza e que devemos preservá –la, com todo o nosso amor e carinho, até pelas coisas que, parecem mais insignificantes aos nossos olhos mas que, têm muito valor para o nosso mundo.
Kiri: Ena, olha que tu mano hoje também estás inspirado?
Koró: Não Kiri, esta inspiração não é minha mas, sim um dom da Natureza que se alojou em mim para que, transmita aos outros, os bons pensamentos e as boas acções; tudo gira à volta da Natureza mas, nós é que não nos apercebemos que, com tanto mal que lhe fazem, um dia que, ela se revolte, é que todos vão dar o valor que ela tem mas, já será tarde porque nem terão tempo para ver e agradecer.
Kiri: Então achas que a nossa Natureza é vingativa ao ponto de se revoltar e destruir tudo o que criou?
Koró: pois é mano, é mesmo assim, porque o muito bater também dói e não é só no corpo mas também na alma que ainda é pior.
Os manos KK decidem caminhar para outra zona depois de filosofarem um pouquinho para o vento e assim, vão pulando, brincando alegremente pela Natureza, para cumprirem o que a Terra lhes destinou, a protecção da sua Natureza e disso, eles não abdicam de maneira nenhuma, porque é uma tarefa que é para o bem de todos os seres mas, também vão encontrar muitas adversidades mas, é assim mesmo, o que custa a conquistar é que tem maior valor e sabe bem.
Agora chegam a uma zona de fábricas de grande tecnologia que fabricam imensas peças para máquinas lindas que dá gosto de ver mas, tem o seu lado negativo, a poluição que elas fazem para fazer estas máquinas tão lindas e é uma pena mas, eles decidem resolver esta situação e vamos saber como.
Kiri: estás a ver mano, estas fábricas gigantes que dão de comer a tanta gente e a porcaria que fazem para a Natureza?
Koró: estou a ver, estou mas, como é que nós vamos fazer para evitar que elas poluam a Natureza e os humanos crescidos não deixem de ter o seu ganha – pão?
Kiri: pois é mano, é uma tarefa complicada, vamos ter muito que estudar e pensar, para que não lhes falte o essencial, o trabalho e tal dinheiro para viverem condignamente.
Koró: será que a Natureza aqui se vai revoltar?
Kiri: talvez mano mas, só um pouquinho.
Koró: estás a ver mano, o rio que passa junto das fábricas está muito poluído e já não tem vida mas, nós temos que fazer alguma coisa, para que ele volte a ter vida e dar água boa aos seus filhos e às plantas.
Kiri: já sei, tem que ser com uma pequena revolta da Natureza para que eles aprendam que, não se deve matar umas vidas para bem de outras que, neste caso, são os peixes que já não vivem no rio.
Koró: pronto, então não há outro remédio se não pedir à Natureza uma ajudazinha.
Kiri: mas, o que é que estás a pensar em pedir sem que, ponha em causa o ganha – pão de quem lá trabalha?
Koró: olha mano e se nós pedíssemos à Natureza que faça uma grande maré viva que devolva à fábrica toda a porcaria que eles têm feito no rio? É só um pequeno prejuízo mas, é para os donos pensarem que não é só ter lucro mas, têm de fazer algo mais pela Natureza.
Kiri: concordo contigo em absoluto, vamos a isso.
Eles dão as mãos e pedem à Natureza a tal maré viva que devolva à fábrica todas as impurezas e não tardou muito que, ela revoltada fizesse subir a maré inundando as fábricas de porcaria, deixando – os preocupados mas, eles quando a maré descia tornavam a despejar mais poluição no rio mas, a Natureza muito mais teimosa e poderosa, devolvia sempre a poluição para as fábricas, até que já cansados e com muitos prejuízos, resolveram construir outras máquinas para que não despejassem os detritos para o rio.
Assim, ao fim de algum tempo, a poluição deixou de existir e a vida voltou ao rio que, nunca mais fez marés daquelas, em sinal de agradecimento.
Foi assim que, com esta lição, eles aprenderam a não conspurcar a Natureza e já dão lições aos outros que seguiram o seu exemplo.
Koró: estás a ver mano, conseguimos mais uma proeza e assim parece que, estamos no bom caminho, pelo menos para salvar o que resta da Natureza já tão maltratada pelos humanos crescidos.
Kiri: será que vamos conseguir travar a onda de malfazer à nossa mãe Terra e fazer com que ela recupere dos estragos de que tem sido alvo?
Koró: a esperança é a última coisa a morrer e fica a saber que, quando entramos numa batalha, seja em que circunstâncias for, temos sempre a esperança de que vamos ganhar; se entramos já derrotados nem vale a pena lutar por qualquer causa, e por isso tenho esperança de que nós vamos ganhar esta causa para evitar que, a Natureza se revolte e depois paga o justo pelo pecador.
Kiri: ai mano, às vezes penso que, como é possível que seres humanos inteligentes, por tudo e por nada façam guerras, matem tudo o que apanham pela frente e pela maneira como se tratam a eles próprios, só para terem muito dinheiro; até parece que, a inteligência é mal empregada neles nalgumas situações como é o caso de maltratarem a Terra que é a sua própria mãe, não entendo.
Koró: Então não vês mano, como é linda a Natureza que dá tudo o que precisamos e os humanos crescidos, lentamente desferem golpes de morte nalgumas zonas só para satisfazer a sua ganância.
Kiri: temos de acabar com isto mano, por isso é que a nossa mãe Terra nos deu força e coragem para que, possamos levar em frente o nosso projecto e fazer ver aos humanos crescidos que, eles estão errados e que, o caminho que percorrem é uma verdadeira corrida para aplicar a morte a todos os seres vivos, nos quais eles se incluem.
Koró: vamos lutar mano e fazer com que, a mentalidade desta gente mude e se não acatarem apoiamos a revolta da Natureza para que, venha outra geração de humanos mais pura e que, as escolas ensinem logo os mais pequenos como nós, como devemos tratar a nossa mãe Terra e que os interesses dela estão acima dos interesses dos seus filhos para que todos vivamos bem, em paz e harmonia.
Kiri: ó mano, parece que vives no mundo da lua, então não vês que isso é poesia e talvez uma utopia, porque cada cabeça seu pensar e cada um puxa a brasa à sua sardinha como se costuma dizer, não se importando com os seus semelhantes; com isto não quer dizer que não lutemos pela mudança de mentalidades e tem que se ensinar aos mais pequenos desta geração para que, de futuro, isto tudo melhore; ao fim e ao cabo a Natureza sabe o que faz.
7
Os manos KK vão andando e conversando sobre os problemas que existem na Terra por causa da árdua luta pela defesa da Natureza mas, eles seguem em frente, são persistentes a fim de evitar males maiores que aconteçam à nossa mãe Terra que, ao fim e ao cabo, foi para isso que ela os mandou executar esta difícil missão, a sua preservação. Eles são as personagens ideais para este fim, porque têm força de vontade e muito querer, porque sabem que a Natureza é o fio da vida, conforme os ensinamentos que têm a este respeito na sua escola; era bom que todas as escolas seguissem o mesmo caminho, para que não fossem cometidas tantas atrocidades ao ambiente.
Eles dão conta do recado, percorrendo toda a Natureza, não abdicando das suas brincadeiras e conversando...
Kiri: olha mano brincando, brincando, já estamos noutra zona mas, não me parece nada pacífica; parece que, estes estrondos que se ouvem são de bombas, olha e são mesmo, pois os aviões andam a despejá – las sobre a Terra, o que quer dizer temos guerra entre os humanos!
Koró: estás a ver mano, os humanos não têm juízo, estão a matar – se uns aos outros, sem pensar nas consequências nefastas que a guerra traz para todos os seres vivos que habitam a Natureza mas, nós vamos acabar já com isto.
Kiri: tens razão, não se pode perder tempo, além se matarem uns aos outros estão a causar feridas na Terra que não podemos admitir, mas que grandes burros que eles são? Nunca vi nada semelhante, são mesmo estúpidos.
Koró: vamos fazer com que a Natureza nos ajude e sabes como?
Kiri: deixa – me pensar, já sei, vamos pedir à nossa mãe Terra que nos envie as suas aves mágicas para que façam o milagre de derreter todas as armas mortíferas.
Koró: exactamente isso; dá - me as tuas mãos e concentra – te para fazermos este SOS, para que elas venham com a máxima urgência a fim de evitar este flagelo que atormenta todas as vidas que a Natureza possui.
Então eles dão as mãos, concentram – se em pleno com todas as suas capacidades, e num ápice, aparecem as aves mágicas que pousam imponentes à sua volta e aguardam ordens dos manos KK.
Kiri: minhas amigas, temos um grande problema, os humanos crescidos estão em guerra e nós queremos que vocês façam derreter todas as armas, e não se importem com os pilotos dos aviões que eles logo saltam de para – quedas, rápidamente, antes que seja tarde. Avancem minhas amigas e executem.
As ordens foram dadas e as aves elevam – se no Céu e entram em acção; de seguida elas passam junto aos aviões, enviam as suas magias que são invisíveis e de repente todos os aviões e bombas se derretem como a cera caindo na Terra como se fosse papa .
Kiri: olha mano, que engraçado, os pilotos estão a cair de para – quedas e num abrir e fechar de olhos acabaram – se as bombas e os ruídos dos aviões.
Koró: mas que engraçado, eles caem lentamente sobre a Natureza, até parecem moscas; estão completamente atónitos sem saber o que se passou.
Kiri: olha como fogem das aves mágicas mas que grandes cobardes.
Koró: elas não os deixam escapar e paralisam os pilotos e todos os exércitos que ficaram desarmados, até parece cães amestrados, coitadinhos.
Kiri: repara agora mano, as aves mágicas ordenam – lhes que reponham a Natureza que foi afectada pelas bombas; olha como é bom vê – los que nem cordeirinhos a tapar as covas feitas pelas bombas mas, o mais engraçado é que estão todos juntos, amigos e inimigos, todos na mesma tarefa.
Koró: olha as aves mágicas parecem autênticos guardas junto deles, assim é que é bom que é para aprenderem a comportarem – se como deve ser.
Levaram muitos dias a trabalhar de noite e de dia a tapar buracos e depois já muito cansados e exaustos, as aves mágicas deixam – nos ir em paz, com a promessa de que não voltam a guerrear. Parecem formigas a correr pelos campos fora, com medo das aves mágicas que regressam ao seu habitat algures na Terra e deixam uma mensagem aos manos KK escrita no Céu: a Terra agradece e continuem na vossa missão, disponham sempre que necessário que, nós entraremos sempre em acção logo que nos seja enviado o vosso SOS.
Koró: já viste mano, que engraçado, até uma mensagem de agradecimento nos deixaram; é caso para ter orgulho no trabalho que estamos a fazer em prole da nossa mãe Terra; com certeza que é isto que ela mais anseia, não haver guerras entre os seus filhos a quem deu inteligência.
Kiri: isto é que foi, dito e feito, é fantástico, viva a Natureza.
Koró: maravilha das maravilhas, já temos remédio para acabar com as guerras, os humanos crescidos, agora se quiserem guerrear só se aos pontapés.
Kiri: e é isso mesmo que eles vão fazer, não deixar de lutar pelo que querem mas, ao menos já não metem a Natureza ao barulho que não tem culpa nenhuma de não tentarem entender – se dialogando.
Koró: mas, isto que aconteceu será verdade? Não estaremos a sonhar?
Kiri: não mano, é mesmo realidade, acabaram – se as armas mortíferas, foram completamente derretidas, isto é, é como se costuma dizer “foram à vida”.
Koró: até custa a acreditar mas é verdade; este foi o passo mais importante da nossa missão, acabar com as armas que eles inventaram para se auto destruir.
Kiri: não há dúvida mano, tens toda a razão mas, não te esqueças que os humanos crescidos são inteligentes e por isso, não tarda que fabriquem outras ainda mais mortíferas capazes de matar sem se ouvirem e que serão capazes de dizimar todos os seres vivos .
Koró: e não te esqueças que, nós também temos as nossas aliadas, aves mágicas que as tornam a derreter, portanto, eles que não tentem porque não têm a mínima hipótese de êxito.
Kiri: não te esqueças de um pormenor muito importante, hoje já se fabricam armas invisíveis que apenas se detectam pelo cheiro e algumas nem isso, portanto, aqui, as aves mágicas se calahar já não servem de nada.
Koró: é verdade mano, tens toda a razão, os humanos crescidos são uma grande dor de cabeça, tanto inventam coisas para o bem como para o mal, portanto, isto só acabará com a tal revolta da Natureza que, espero nunca aconteça, que é um sinal que eles criaram juízo.
Kiri: isso nunca acontecerá, porque enquanto eles puserem o dinheiro acima da vida, é difícil dar – lhes a volta.
Koró: ó mano, mas o que é que se passa contigo?
Kiri: mas porque é que dizes isso?
Koró: porque te vejo um pouco descrente em relação à nossa coragem e confiança de mudarmos a mentalidade dos seres humanos, sê forte que vamos conseguir, porque se a nossa mãe Terra nos deu esta missão é porque espera muito de nós e não te esqueças que as nossas amigas aves mágicas têm arte para solucionar tudo, portanto, não sejas incrédulo.
Kiri: não é nada disso, eu só procuro ser realista e por isso, dá-te a impressão que estou desanimado como o nosso projecto, não penses isso de mim, estou muito confiante e cheio de esperança que vamos conseguir levar a cabo a nossa missão e é como tu dizes, temos as aves mágicas do Paraíso.
Koró: agora sim, o mano que eu conheço está de volta, fico muito feliz.
Não há dúvida que os manos KK deram um passo de gigante ao conseguirem, por agora, deitar por terra todo o poderio das armas e fazerem dos humanos crescidos seres nada agressivos e humanos como a palavra que os classifica; vamos lá ver o que isto dá.
8
As aventuras dos manos KK prosseguem.
Eles correm para o tempo porque não há tempo a perder; a Natureza espera muito deles e tem que parar de uma vez por todas com as lágrimas que a Terra tem derramado, para que tudo siga o curso normal, sem mais atropelos ao seu ambiente natural.
Correm por vales, montanhas, colinas, planícies, sempre em vigilância constante mas, muito alegres e brincalhões, cantando, rindo, cheirando as flores, brincando com os animais, contagiando a própria Natureza que os acompanha na mesma alegria, com as suas cores vivas, os cantares das aves, com chuvas, com neves, com ventos, tudo numa harmonia imensa como eles desejam e que, a mãe Terra pretende mas, eis que surge outra preocupação para os manos KK resolverem...
Kiri: ai mano, não posso crer, olha o que os humanos crescidos estão a fazer?
Koró: não digas mais nada mano estou a ver, a Natureza está arder por todo o lado mas que tristeza; vamos ter que agir rápido.
Kiri: olha os bombeiros já estão a tentar apagar o fogo, até parece que oiço o grito das árvores e o lamento dos animais, e os bombeiros não conseguem debelar esta catástrofe provocada pelas maldades dos humanos crescidos.
Koró: estás a ver mano, enquanto os bombeiros tentam apagar o fogo, outro se acende, o que prova que mãos criminosas dos humanos crescidos estão a ferir a sua e a nossa própria mãe Terra, com toda a malvadez que possuem nas suas mentes.
Kiri: vamos ajudar os bombeiros, apanhar os criminosos e dar – lhes a justiça que merecem.
Koró e Kiri: mãe Terra manda chuva, muita chuva para que as tuas feridas sarem que nós fazemos o resto, apanhar os malfeitores.
Num ápice as sujas preces foram ouvidas, o Céu encheu – se nuvens escuras, carregadas de chuva e a Natureza descarrega com toda a sua energia todas as suas lágrimas e o fogo apaga –se deixando a sua carne a fumegar; os combatentes do fogo dão vivas muitos vivas e descansam finalmente de uma tarefa que parecia impossível; os soldados da paz ficaram impressionados com este acontecimento, porque o Céu estava limpo e de repente, colaborou como que, por milagre, com esta malvadez.
Rapidamente os manos KK chamaram os seus ajudantes, todas as feras da zona que apareceram prontamente ao seu chamamento, estando à sua disposição para receber ordens para caçar os prevaricadores:
Koró: feras nossas amigas, peço – lhes que cerquem a zona e tragam aqui junto de nós todos os malfeitores que queimaram a Natureza, para responderem pelos seus actos mas, não lhes façam mal, apenas assustem – nos e não se comovam com a sua cobardia.
Kiri: Ah! Não se esqueçam, se encontrarem irmãos feridos tragam – nos também para que os curemos e sejam devolvidos ao vosso e nosso ambiente.
Rapidamente todas as feras, lançam – se na caçada aos humanos crescidos malfeitores, cercando – os a todos e juntaram – nos, com as suas ameaças de bocas abertas e dentes arreganhados, que tremem de medo, coitadinhos, até as suas barrigas lhes pregaram uma partida, sujando – os, pelo medo que apanharam; é uma tremenda gritaria de aflição que se ouvia em toda a floresta, provocando as gargalhadas dos manos KK.
Pouco tempo depois, as feras trouxeram o pequeno bando de malfeitores para junto dos justiceiros manos que os esperavam; todos reunidos e cercados pelas feras, ouviram a sentença:
Kiri: tomem atenção seus malvados, maltrataram a Natureza e agora vão pagar por isso; estão a ver estes animais nossos amigos meio queimados? Quero que cuidem deles até ficarem bons mas, que sejam muito bem tratados, entendido?
Koró: também, como castigo, vão repôr todas as árvores queimadas no ambiente onde estavam mas, não se esqueçam vão ser vigiados pelas feras e ai daquele que tentar fugir, terá como castigo entrar no estômago delas.
Com esta sentença, ficaram cabisbaixos mas, imediatamente começaram o trabalho de refazer o que a Natureza perdeu, sempre sob o olhar muito atento dos vigilantes de dentes afiados.
Trabalharam tempos sem fim mas, tiverem que repor tudo como estava e fizerem promessas aos manos KK que, nunca mais iriam fazer mal à Natureza.
Koró: antes de irem em liberdade digam – nos: vocês fizeram isto de livre vontade ou foram pagos por alguém?
Os litigantes responderam: sim fomos pagos e bem pagos por humanos crescidos como nós para queimar a floresta para eles comprarem a madeira mais barata e outros que queriam construir casas, muitas casas e estradas aqui.
Kiri: era isto que nós já suspeitávamos, jogos de interesses onde tinha que estar o dinheiro e a ganância envolvidos e a puxar para o mesmo lado.
Koró: podem ir em liberdade e não tentem fazer o que fizeram, porque o castigo é muito mais severo e acima de tudo não se vendam especialmente para fazer mal à vossa própria mãe que lhes deu o ser.
Kiri: também vos lembro que, o pior que pode acontecer a um ser humano é ser como Judas que entregou Jesus Cristo aos Romanos por dinheiro; a traição é imperdoável e, portanto, não se atrevam a fazer outra como esta.
Mais uma situação resolvida com êxito, para orgulho dos manos KK, os invencíveis justiceiros da Natureza.
9
Os manos KK estão sempre prontos para a acudir à mãe Terra, sem olhar a esforços, fazendo - o como um dever, cuidar da Natureza, sendo um exemplo para todos os humanos sem excepção, como deverão tratá – la; se todos fizermos isto, zelar por ela, a nossa qualidade de vida melhora em todos os aspectos, porque assim, teremos melhor oxigénio, melhor ambiente, vivemos mais alegres, com mais saúde e muito mais satisfeitos connosco próprios mas, acima de tudo, ficamos de consciência tranquila, praticando o bem que é um dever de todos nós cuidar da nossa mãe Terra, porque se procedermos assim, estamos também a cuidar de nós próprios; devemos pensar que, sem uma Natureza vivia e sadia, a nossa vida passaria a ser um inferno e ninguém deseja isto com certeza.
Os manos KK têm de percorrer a Terra inteira, portanto, têm uma tarefa árdua para cumprir a sua missão mas, isto não é dificuldade para eles, pois é como se fosse uma evangelização de todos os cantos do nosso mundo, em relação às coisas do ambiente que, é essencial para a vida de todos nós mas, que nas nossas acções praticamos no dia a dia até parece que não precisamos da Terra para viver; até nas pequenas coisas que fazemos como cuspir para o chão, deitar um papel para a rua, desperdiçar água, comida, enfim coisas que todos não damos importância, definem a cultura de um povo na sua convivência de uns com os outros e em relação à Natureza que está sujeita a todas as agressividades dos seres vivos com inteligência, até um dia ...lembram – se da Arca de Noé em que houve um dilúvio na Terra e apenas se salvaram os que conseguiram entrar nela e nesta altura não havia razão para uma revolta tão grande da Natureza.
Por isso é que, a mãe Terra mandou os manos KK ensinar os seres humanos como proteger a Natureza e vamos lá ver se eles aprendem todas as lições que eles lhes vão dar.
Eles dirigem – se agora para as grandes cidades do mundo para ver as maldades que, os seus semelhantes fazem ao nosso planeta a troco de caprichos e de ostentação de riqueza, como se eles fossem donos da Terra.
Koró: Ena que grande urbe mano, tantas casas, tantas ruas, tantos automóveis e tanta poluição meu Deus! Como é possível que estes humanos se sintam bem vivendo assim?
Kiri: como é que estas pessoas conseguem viver debaixo desta atmosfera cinzenta, quase não se vê nem se sente o sol, parece inacreditável que os governantes deste país deixem que o seu ambiente se torne quase irrespirável, a troco da evolução tecnológica?
Koró: olha, tanto lixo, que ruas tão sujas, as paredes das casas tão negras e em troca de quê? Claro do dinheiro, sempre o dinheiro; pensando bem, afinal o dinheiro é quem manda nos países, sendo uns mais pobres do que outros, tal qual como as pessoas e em função disso, uns são mais poderosos do que outros e também em função do dinheiro, tal qual como as pessoas, uns se submetem aos outros, isto é, comportam – se como os cães mais fracos perante os mais fortes, metem o rabo entre as pernas e fogem.
Kiri: ó mano, não achas que estás a falar como os humanos crescidos? Isso parece – me assunto para outras idades e não para meninos como nós, não achas?
Koró: de maneira nenhuma mano, a nossa mãe Terra também nos deu inteligência para vermos os problemas dos mais crescidos e o modo como eles se comportam; apesar de sermos ainda crianças, também podemos e devemos distinguir o bem do mal, e levarmos esta educação dentro das nossas mentes pela vida fora.
Kiri: tens razão, olha ali aqueles meninos como nós, andam pelos caixotes do lixo a procurar comida, estão completamente abandonados, à sua sorte numa sociedade que se considera civilizada mas, talvez só no nome.
Koró: onde é que estão os pais deles? Estão abandonados como se fossem cães e gatos; toca – me mano e diz – me que não estou a sonhar!
Kiri: não mano, não estás a sonhar, estás bem acordado e o que vês é realidade mas, ainda não viste tudo, vamos andando.
Koró: olha ali aqueles humanos crescidos estão a assaltar outro semelhante com armas e a saqueá – lo de tudo; olha a polícia atrás deles mas eles escapam – se por entre as ruas.
Kiri: mas porque é que eles roubam meu Deus?
Koró: ó mano, uns roubam por necessidade de comida, outros por malvadez, outros por vícios e alguns até se formam em bandos organizados para roubar e também estão preparados para matar; a isto podemos chamar selva humana.
Kiri: mas que civilização é esta que vive na nossa mãe Terra?
Koró: aqui nestas urbes juntam - se muitos humanos, porque procuram nelas a felicidade e saem dos meios isolados para estas zonas à procura de trabalho para dar bem estar à família mas, muitos não conseguem integrar – se e são empurrados para guetos sem dó nem piedade e ali vivem em condições sub-humanas; claro que a maioria alcança aquilo que pretende mas, trabalham de sol a sol, sacrificando os filhos a levantarem – se muito cedo para chegarem a horas para o trabalho.
Kiri: e os filhos são deixados nos infantários e só vêm os pais à noite e às vezes só ao fim de semana, enfim é a vida da maioria dos humanos crescidos e menos crescidos nestas grandes urbes comandadas pelo dinheiro.
Koró: eu não gostava de viver assim, prefiro a Natureza, ar livre, ar puro, gosto de correr pelos campos, tomar banho nos rios e nos mares; depois de ver isto tudo, eu amo muito a liberdade e gostava de ter asas como os passarinhos.
Kiri: o pior é que nem todos têm essa sorte e outros rejeitam – nas.
Koró: temos que fazer alguma coisa alguma coisa para que, estas pessoas aprendam a viver de uma maneira diferente mesmo dentro das cidades grandes, sem tanta poluição.
Kiri: isso mesmo mano vamos estudar uma maneira de oferecer a estas pessoas uma vida mais sadia sem ofender a Natureza.
Koró: vamos a isso.
Então os manos KK começam a pensar como mudar o modo de vida desta grande urbe para exemplo das outras e criar novas expectativas nas pessoas mas, vai ser difícil habituarem – se às mudanças mas, eles vão conseguir e por isso têm que pensar muito mas, vamos ver como é.
Kiri: pronto mano, nós temos a solução mas, vamos ter que pedir a colaboração preciosa das nossas amigas aves mágicas do Paraíso.
Koró: tem de ser mano, temos que as chamar e dar – lhes as nossas instruções e com certeza que, elas vão fazer um serviço impecável mas, tem de ser de noite para que, quando todos acordarem vejam a diferença.
Kiri: mas, há muitos humanos crescidos que trabalham de noite e utilizam os carros, e o que é que acontece a esses?
Koró: terão de ficar sentados na estrada e caminhar a pé que faz bem à saúde.
Assim, eles deram as mãos e com a força dos seus pensamentos chamaram as aves mágicas e quando acabaram, estavam cercados por centenas delas, prontas a trabalhar para o bem comum, sob as suas ordens.
Kiri dá as ordens: minhas aves mágicas do paraíso aqui vão as minhas ordens por telepatia para que actuem de surpresa, portanto, concentrem – se em mim.
Por momentos ficou um silêncio que nem uma mosca se ouvia e de repente, depois de captadas as ordens, as aves mágicas avançam e cobrem toda a urbe para cumprirem a sua missão e esperemos pelos resultados.
Os automobilistas que viajam ainda de noite nas estradas vêem que os seus veículos são atraídos para zonas desertas e não obedecem à sua condução e ali ficam completamente imobilizados. Todos os carros estacionados na cidade acontece o mesmo, voam para zonas desertas como que por milagre, ficando a urbe completamente limpa de quaisquer veículos a combustível.
Os condutores dos veículos a combustível observam que há outros que circulam embora muito poucos e por isso interrogam – se muito, ficando perplexos pensando talvez que, não é verdade o que estão a presenciar .
Os habitantes da urbe preparam – se e saem das casas para irem para o trabalho e observam que a cidade está despejada de carros e apenas alguns ficaram e ficam alarmados; as autoridades são impotentes para resolver esta situação tentando por todos os meios descobrir o que se passou.
O combustível desapareceu completamente dos depósitos onde estava armazenado mas, as autoridades e os demais habitantes ficam espantados porque é que apenas alguns veículos circulam e descobrem que são carros que apenas se movem a energia eléctrica.
Anda tudo numa confusão sem saber o que fazer porque, por mais que tentem trazer os carros para a urbe nada conseguem, apenas meia dúzia deles circulam mas não a combustível.
Muitas fábricas que trabalhavam com máquinas a combustível estão paralisadas e a economia da urbe fica afectada mas, as outras fábricas cujas máquinas trabalham a energia eléctrica continuam a laborar.
Durante uns tempos foi quase um caos na urbe mas, os humanos crescidos depressa se aperceberam que não havia outra solução, se não acompanharem a mudança repentina de locomoção dos veículos através da electricidade ou a energia alternativa não poluente.
Observam que o céu da urbe deixa de estar cinzento mas sim azul vivo, as flores dos jardins têm cores mais vivas, as casas estão mais brancas, as doenças diminuem, as pessoas estão mais alegres e as crianças pulam e brincam com mais alegria, e até os passarinhos da urbe cantam sem descanso que contagia os habitantes que, parecem estar radiantes com a mudança brusca, e tudo isto favorece a economia e o ambiente da urbe.
Os manos KK estão felizes e mais uma vez graças às suas amigas aves mágicas que actuaram na perfeição, deixando a Terra com um sorriso mais alegre e comentam...
Kiri: estás a ver mano, agora todos os habitantes das grandes urbes, ficam a perceber que a mudança custou muitos sacrifícios mas valeu a pena.
Koró: vida só há uma mas, parece que os humanos não pensam assim; pela actuação deles até parece que são eternos.
Kiri: às vezes desconfio da sua inteligência, ao ver o modo como vivem e como se comportam.
Koró: tens razão mano, ao tratar tão mal o ambiente, estão a criar tantas doenças que o dinheiro que ganham não chega para se curarem.
Kiri: a isto chama – se ambição desmedida, sem regras para viver bem a vida, e isto vão pagar caro, se não aprenderem a preservar o bem mais precioso que a Natureza lhes deu, a vida.
Koró: então não vês mano que eles matam – se uns aos outros por nada, tratando a vida com um desprezo constrangedor que, até faz doer o coração?
Kiri: é verdade mano mas, nós temos a dura tarefa de mudar estas mentalidades perversas e fazer com que todos voltem a respeitar e amar a vida.
10
Koró: pois é mano, eles levaram muito tempo a aceitar a mudança mas, por mais incrível que pareça, eles com a sua coragem em aceitar esta mudança, contagiaram todas urbes da Terra que, lhes seguiram o mesmo caminho, lutar pela Natureza, criando um bom ambiente saudável, porque não há nada mais precioso que a saúde.
Kiri: como é bom ver a maior parte das urbes evoluírem muito mais limpas, os seus habitantes mais zelosos pelo seu ambiente, parece que aprenderam a mensagem que lhes deixámos.
Koró: é bom ver os resultados da nossa missão e a nossa mãe Terra deve estar muito contente connosco; até se vê que a sua Natureza está mais rica, as suas espécies estão mais preservadas mas, ainda falta muito, mesmo muito para que a nossa tarefa termine ou se calhar teremos que ficar para sempre vigilantes até que ela queira.
Kiri: eu não me importo de ser um vigilante perpétuo da Natureza e tu mano?
Koró: isso nem se pergunta, nós somos inseparáveis e, portanto, eu também não me importo de ser como tu, amá - la sempre; aliás se todos os habitantes da nossa mãe Terra fossem vigilantes perpétuos da sua Natureza, não era necessária a nossa intervenção de emergência para salvá – la das maldades dos humanos crescidos.
Kiri: além disso, isto representa muitas aventuras e eu gosto muito delas, principalmente quando é por uma boa causa, não estás de acordo mano?
Koró: Com certeza mano, ainda queres uma causa mais nobre do que esta? Lutar pelo bem estar da nossa mãe e consequentemente por todos nós, não é assim? Não há nada melhor do que nos sentirmos bem com a nossa consciência, pelo bem que fazemos sem olhar a recompensas.
Kiri: Ainda queres melhor recompensa do que a vida que nos deu?
Vamos ver se todos os meninos começam a ter nas escolas uma disciplina para aprenderem a salvaguardar a Natureza, porque mãe só há uma e a ela lhe devemos a vida, portanto, nunca é demais aprendermos muitas coisas para a conhecermos bem e lutar por ela.
Koró: ó mano, já viste?
Kiri: já vi o quê?
Koró: olha, tanta gente a dirigir - se para aquele local que parece uma casa redonda sem tecto, o que será?
Kiri, também não sei, vamos atrás deles para ver o que é.
Koró: vamos mano, depressa.
Depressa chegam àquele lugar que tanta curiosidade sentem; entram e vêm tanta gente lá dentro sentadas e eles fazem o mesmo e interrogam – se:
Kiri: mas, o que será isto mano, não me dizes?
Koró: olha mano só sei é que é um lugar de divertimento mas, francamente não sei o que se vai passar; o melhor é esperarmos o que vai acontecer.
Kiri: pois é, então esperemos, pois não temos outra solução se quisermos satisfazer a nossa curiosidade.
Koró: o que é isto, um toque de corneta, para que será? Mas que coisa esquisita?
Kiri: olha um cavaleiro entra com um lindo cavalo todo bem vestido, com coisas a brilhar na roupa e o cavalo é todo elegante e presunçoso; olha, ele anda em corrida à volta do recinto, mas que giro?
Koró: é um cavaleiro a fazer habilidades com um cavalo, será só isto?
Kiri: não sei, não parece que seja apenas isto? Vamos ver o que isto dá.
Koró: a corneta toca outra vez, olha agora entra um touro enfurecido, agora mesmo mata o cavalo! Olha como corre desenfreadamente a ver se o apanha, mas esta gente é doida? É um perigo, o touro ainda os mata?
De repente, o cavaleiro para e o cavaleiro incita o touro para avançar contra ele, sob o olhar estupefacto dos manos KK e, quando os dois quase se juntam o toureiro engana o touro e espeta – lhe uma espécie de lança, provocando neles um mal estar enorme e observam:
Koró: mas o que é isto mano, ele está a ferir deliberadamente o animal e toda esta gente bate palmas, isto não pode acontecer? Divertirem – se à custa do sacrifício de um animal? Mas em que época é que nós estamos? A máquina do tempo deve – nos ter transportado para outra época?
Kiri: é verdade mano, olha como está cheio de sangue e cansado? Mas que violência meu Deus? Não podemos permitir uma coisa destas, não achas?
Koró: claro mano, vamos já entrar em acção.
Eles dão as mãos, fecham os olhos e meditam profundamente e de repente, o touro fica completamente manso e não investe por mais que o toureiro o incite, até que desiste e o metem no curro mas, o público assobia o toureiro em desagrado considerando uma faiana muito má.
A corneta toca e entra outra touro e outro cavaleiro com outro cavalo ainda mais lindo mas, o touro não corre, não avança para o toureiro e o público indignado grita, fora, fora.
Entra outro cavaleiro e outro touro e acontece o mesmo e o público sai completamente deixando o recinto vazio e acabou a festa.
Os manos KK, acabam a sua tarefa e olham e já está tudo acabado mas, o público já na rua está indignado pelo fracasso da festa.
Kiri: pronto mano, já sei que isto é uma tourada que é habitual nalgumas urbes mas, agora já não há mais porque os touros já não são bravos e não prestam para a festa.
Koró: isto é uma carnificina, os humanos crescidos perderam a cabeça mas, agora acabou –se, não há mais sofrimento nos animais.
Kiri: pronto mano, mais uma boa acção e agora já podemos partir e um dia mais tarde voltaremos.
11
Os manos KK saem da urbe e caminham para uma nova aventura algures no seio da mãe Terra, onde seja necessária a sua intervenção mas, mais valia que não fossem necessárias tantas intervenções mas, as feridas dela ainda são muitas e eles têm que curá-las com todas as suas forças que nunca são demais para o fazer.
Eles lá vão sempre alegres, chilreando pela Natureza fora, cheios de alegria, falando com os seus amigos animais, fazendo corridas com eles, cantam em competição com os passarinhos que os seguem alegremente, com uma música muito alegre que é a música da Natureza e da magia da vida.
Os outros animais também vão em festa saltando, correndo e cada um com a sua voz vão cantando também, ecoando pelos campos e pelos céus as suas canções contagiantes que se ouvem até nos lugares mais recônditos da Terra mas, infelizmente ainda há lugares, que já não respondem nem se contagiam, nem têm amor, pois os humanos mais crescidos já os mataram, com as suas maldades e é por isso que todos os meninos têm de aprender a fazer bem e a respeitar a nossa mãe Terra em todos os seus actos, praticados no dia a dia, tais como não maltratar os animais, não deitar lixo para o chão, respeitarem - se uns aos outros, enfim muitas coisas boas.
Cada vez mais a festa vai engrossando, ao longo da Natureza que empresta os seus adornos com as árvores, arbustos, flores e muitos outros animais que se associam na alegria imensa que trespassa até os corações mais duros, fazendo – os desabrochar para a festa da vida que devia ser vivida sempre em alegria constante mas, infelizmente a maldade de certos corações não deixa, pois são como as ervas daninhas que não deixam desabrochar as outras semelhantes quando nascem junto às boas.
A festa chegou ao fim e cada grupo de animais se dirigiu aos seus lugares porque os manos KK vão entrar em acção para acudir a outras chagas da Natureza causadas pelos humanos mais crescidos; mas a festa continuará noutra altura, dias não faltarão, assim houvesse querer para caminhar sempre assim.
Finalmente chegam a outra paisagem também com muitas árvores de pequeno porte que, são arvores de fruto, que fazem parte de uma aldeia campestre onde a comunidade é pequena mas, há muitas crianças que andam pelo campo e eles ficam satisfeitos ao vê-las a brincar mas, algumas delas andam de volta das árvores a caçar passarinhos nos ninhos e por isso criticam.
Koró: ó mano, já viste que aqueles meninos que afinal são como nós, andam tentar tirar os passarinhos bebés das suas casinhas, e os pais andam aflitos de roda deles a chorar pelos seus pequeninos?
Kiri: é verdade mano, eles também são maldosos com seres indefesos e isto acontece porque nas escolas e em suas casas não lhes ensinam que isto não se deve fazer.
Koró: olha aqueles ali também andam tirar os coelhinhos bebés das suas tocas e as mães andam desorientadas sem saber o que fazer em defesa dos seus filhotes.
Kiri: precisam de levar uma ensinadela mas, com estes é melhor usarmos o diálogo, pode ser que eles entendam, que achas?
Koró: é isso mesmo mano, com eles tem de ser assim, temos que fazê – los entender que, o que eles andam a fazer é uma grande maldade.
Kiri: mas, antes disso mano, não achas que devíamos fazer com que os passarinhos e os coelhos se revoltem contra eles para ver se os deixam em paz?
Koró: boa mano vamos fazer com que aconteça assim e depois falamos com eles, está bem?
Kiri: vamos a isso e assim aproveitamos para rir um bocadinho com as suas reacções.
Os manos dão as mãos e pensam forte com toda a energia mental, de olhos bens cerrados, para lhes dar um pequeno castigo, por estas maldades.
Abrem os olhos e vêm que os passarinhos juntam – se e começam a dar bicadas nas suas cabeças e os coelhos a dar dentadas nos seus pés; eles a princípio ainda tentam afastá – los mas, depois desistem e correm, numa imensa gritaria, deixando – os em liberdade total.
Os manos riem à gargalhada por verem animais tão minúsculos correrem com seres muito maiores do que eles, o que quer dizer que a união faz a força e resulta sempre em todas as situações .
Kiri: ai mano nunca ri tanto, ainda me dói a barriga.
Koró: também eu mano, foi tão engraçado, ainda bem que nos lembrámos fazer esta partida.
Kiri: foi uma partida muito bem feita; como eles correram para salvar as suas cabeças e os seus pés?
Koró: agora mano vamos apanhá – los ali à frente e falar com eles sobre estas maldades, achas bem?
Kiri: claro que sim mano, foi assim que combinámos.
Assim, os manos KK fizeram um cerco aos outros meninos e fazendo - os parar junto deles que, ficaram muito admirados ao ver dois estranhos enfrentá - los e diz um deles:
Quem são vocês, nunca os vi aqui?
Kiri: nós somos filhos da Terra e irmãos da Natureza.
Koró: e estamos aqui, para falar com vocês sobre as maldades que andaram a fazer.
Menino da aldeia: maldades, quais maldades? Vocês não são nossos pais para nos chamar à atenção?
Outro menino da aldeia: vocês são filhos da Terra? A vossa mãe não é conhecida aquí, pois não?
Koró: a nossa mãe é conhecida por todos os seres vivos.
Menino da aldeia: ena que mentira, vocês são aldrabões.
Kiri: nós não mentimos, somos mesmo filhos da Terra e protectores da nossa irmã Natureza e se vocês não acreditam, nós podemos provar.
Menino da aldeia: então prova para a gente acreditar, vá vamos lá para a gente se rir um bocadinho.
Outro menino da aldeia: façam lá alguma coisa para a gente acreditar que a vossa mãe é a Terra? Têm medo?
Kiri: não nós não temos medo porque sabemos do que somos capazes mas, vocês não duvidem do que somos capazes de fazer e donde somos; lá por sermos tão novos como vocês, não quer dizer que não sejamos capazes de fazer o que prometemos.
Koró: outra coisa digo eu, e pensem bem no que vos vou dizer: vamos supor que, quando algum de vós nasceu, apareciam uns estranhos e tentavam arrancar vocês do seio dos vossos pais que é o vosso ninho, eles com certeza não gostariam, nem deixavam que tal acontecesse, não é assim?
Menino da aldeia: com certeza que não, o meu pai dava- lhes logo uma cacetada que os deixava a dormir.
Koró: então acham bem que vocês tirem os passarinhos acabados de nascer dos ninhos que os pais deles construíram com tanto amor? Acham que eles não choram nem sofrem por isso?
Menino da aldeia: claro que não, olha que essa, eles são pássaros não são pessoas, portanto, não choram.
Koró: pois não são pessoas mas, são seres da Natureza e filhos da Terra como nós, e por isso merecem respeito, e se queremos ser respeitados, temos que respeitar os outros, inclusive os passarinhos.
Kiri: isso é o que vocês pensam mas, eles sofrem muito e por isso eles desta vez não deixaram, vos agrediram.
Outro menino da aldeia: a gente logo se vinga de outra vez.
Kiri: podem ter a certeza que eles, os passarinhos ou os coelhos nunca mais os vão deixar fazer essas maldades, porque eles daqui para à frente vão agredir- vos, podem ter a certeza.
Menino da aldeia: é verdade vocês têm razão, isto que nós fizemos é uma grande maldade, tirar os passarinhos e os coelhinhos dos seus ninhos, não está certo.
Outro menino da aldeia: pronto, está bem, vocês têm razão mas, agora vocês têm que provar que são filhos da Terra e protectores da Natureza, ou já se esqueceram?
Kiri: não, não nos esquecemos mas, vocês é que se podem assustar com a nossa prova.
Menino da aldeia: pronto já vi, vocês não são capazes, é melhor irmos embora.
Koró: não, não se vão embora, nós já vos provamos mas, antes disso eu faço – vos uma pergunta: alguma vez os passarinhos ou os coelhinhos vos agrediram antes?
Outro menino da aldeia: nunca, nem sei porque é que isso aconteceu?
Koró: está bem, então aqui vai a prova de que nós somos protectores da Natureza e filhos da Terra:
Num instante os passarinhos e os coelhos apareceram e começaram a agredi- los, como tinham feito da primeira vez mas, com a particularidade que, eles queriam correr para se escapar mas, não conseguiram fazê - lo, só gritavam e pulavam de medo; os manos KK riam à gargalhada e faziam um pagode tremendo, pois os meninos da aldeia pareciam uns dançarinos e jogavam as mãos à cabeça e aos pés para se protegerem mas, cada vez levavam mais bicadas e mordidelas, quer dos passarinhos, quer dos coelhos, ao mesmo tempo que os manos riam, riam, sem parar.
Já com pena deles, os manos fizeram com que os passarinhos e os coelhos desaparecessem e soltaram - lhes as pernas; assim que se viram livres, todos eles começaram a correr muito, cheios de medo e diziam: eles não são filhos da Terra, são filhos de uma bruxa, vamos embora daqui.
Kiri: ó mano, nunca ri tanto na minha vida, pareciam mesmo uns macaquinhos a saltitar cheios de medo.
Koró: também eu mano, isto foi uma festa mas, eles não acharam graça nenhuma, até duvidaram que nós somos filhos da Terra mas sim, filhos de uma bruxa.
Kiri: é que nas histórias deles, só as bruxas ou as fadas é que são capazes de fazer isto que nós fizemos mas, foi muito engraçado e ao mesmo tempo, de certeza que eles já não voltam a fazer o mesmo.
Koró: todas as crianças que vivem no campo e não só, estão habituadas a caçar passarinhos e outros pequenos animais.
Kiri: pois é verdade mano mas, isso é falta de educarem – nos nas escolas que isto não se deve fazer e muito mais coisas para proteger a Natureza.
Koró: pois é mano, tens razão mas, eles e todos os humanos crescidos, ainda não meteram na cabeça que, fazendo mal à Natureza, estão a fazer mal a eles próprios, em especial os crescidos, porque os mais pequeninos, são como a terra, se deitarmos boas sementes, as plantas dão bons frutos.
12
Kiri: ó mano, agora estou a lembrar – me de uma coisa, já viste que nós só falamos que somos filhos da Terra e do nosso pai nunca falamos, já pensaste nisto?
Koró: já pensei mano mas, o nosso pai existe.
Kiri: claro que nós temos que ter um pai mas, onde é que ele está? Não me sabes dizer?
Koró: ó mano, a resposta é clara como a agua límpida que corre nos riachos vindo dos montes e das montanhas.
Kiri: então e qual é a resposta?
Koró: olha à tua volta e vês o que existe na Natureza?
Kiri: vejo bem, as flores, as árvores, os animais, pequenos, grandes, a água, enfim muita coisa.
Koró: vês, tudo isto representa o nosso pai, ele é que criou tudo que está à nossa volta.
Kiri: ena, ele é muito poderoso e muito mágico.
Koró: sim, é poderoso mas é bom, é o melhor pai do mundo.
Kiri: então, porque a gente não O vê?
Koró: a gente não o vê mas está em todo lado e em tudo que a gente toca nesta Natureza que nós protegemos.
Kiri: então e como é que ele se chama?
Koró: chama – se Deus e foi ele que criou a nossa mãe Terra mas, a gente não o vê mas Ele vê – nos e observa – nos.
Kiri: assim, já sei porque é que temos esta magia para proteger a Natureza e a nossa mãe, foi Ele que nos deu, não foi?
Koró: claro mano, é Ele que nos dá esta força e coragem para percorrermos a Terra inteira e corrigirmos as maldades que os seres humanos fazem à nossa mãe.
Kiri: bem, já não te faço mais perguntas, vamos caminhar para outro lugar, concordas mano?
Koró: com certeza mano, o dever chama – nos mas inclui também as nossa brincadeiras.
Depois deste diálogo entre irmãos, lá vão eles para outra região e desta vez, em sinal de agradecimento, todos os passarinhos e coelhos decidem acompanhá – los um certo tempo, ao som de um canto muito bonito que só eles sabem fazer; os passarinhos com as suas asas multicolores em pleno vôo, até parece que batem palmas aos seus protectores, e os coelhos correm que nem umas flechas à frente dos manos KK, abrindo alas, como se fosse uma estrada entre as flores e as plantas silvestres, para eles passarem como se eles fossem reis da Natureza.
Assim, nesta marcha de alegria, os filhos da Terra e protectores da Natureza, correm alegremente e desta vez, decidem parar junto a um pequeno rio com margens muito arborizadas, por ser um lugar ideal para parar e usufruir desta dádiva da Natureza. Os passarinhos e os coelhos que os acompanharam durante esta caminhada, deixam – nos sós e regressam aos seus lugares donde pertencem.
Koró: que rico lugar este, mano, com árvores frondosas e um rio que corre incessantemente até ao mar, até me apetece deitar a um rica sombra e respirar este ar fresco que corre como uma brisa parecendo até que nos dá as boas vindas e nos convida a um descanso merecido.
Kiri: tens razão Kiri, este lugar é paradisíaco; vá lá que os humanos mais crescidos ainda não o estragaram, até parece que está esquecido.
Koró: não deve estar esquecido mano, porque o rio vem de muito longe e nunca se sabe quando de repente, podem aparecer resultados nefastos das suas maldades, algures nas suas margens.
Kiri: achas mano que eles são capazes de maltratar este lugar e este rio que dá vida a tantos seres?
Koró: acho, e já vimos exemplos do que eles são capazes de fazer, nunca são de fiar e por isso, temos de estar sempre atentos, para que não nos apanhem de surpresa a pratiquem o que melhor sabem fazer, maldades.
Kiri: eles já devem saber que nós andamos de olho neles e por isso, já devem ter mais cuidado com o que fazem à nossa mãe.
Koró: não te iludas porque eles são maldosos e falsos e por isso, estão sempre à espera do momento certo para nos enganar.
Kiri: então vamo – nos deitar à sombra destas lindas árvores junto ao rio e, ao mesmo tempo, vemos os peixes a saltar de vez em quando, dando asas à sua liberdade mas, temos de estar sempre vigilantes.
Assim como planearam, assim o fizeram, e os manos KK descansam à sombra das árvores, deitados e ouvindo a água do rio a correr alegremente para o mar que a acolhe sempre de braços abertos e depois torna a enviá – la novamente, como se fosse troca de presentes.
Ao som desta música melodiosa que o rio faz em direcção ao mar e que, as folhagens das árvores fazem com o seu sussurro, causado pela brisa que corre entre elas, o sono é mais forte do que eles e deixam – se dormir que nem uns anjos durante longas horas. Neste longo tempo de descanso merecido, o Koró sonha:
Meu Deus o que é isto, quem são vocês? Vocês são tão horríveis e porque é que têm cara de muito maus? O que é que querem de nós?
Seres: nós somos de outro planeta muito distante que, está a morrer e por isso, queremos conquistar a vossa mãe Terra para podermos viver aqui, e se vocês oferecerem resistência, todos os milhões que nós somos que, ainda são mais agressivos do que nós, num ápice todos vocês ficam reduzidos a nada.
Koró: isso é impossível, porque os nossos humanos crescidos são muitos, talvez mais que vocês e não vão permitir que tomem conta da minha mãe Terra; eu e o meu irmão que está aqui comigo, também temos poderes que exercido, também somos capazes de vos enfrentar e enviá – los de novo para o vosso planeta que deve ser feio como vocês.
Seres: ááááá áááá´ááá´, ááá´, não nos façam rir, vocês dois miúdos indefesos, o que é que podem fazer contra nós? Estejam sossegados e não lhes sucede nada, porque se armarem em rebeldes levamo – nos connosco e nunca mais voltam a ver a vossa mãe Terra, morrem lá com o nosso planeta que está a agonizar.
Koró: é melhor vocês pensarem bem, porque senão eu chamo as minhas amigas aves mágicas do Paraíso e num instante podem desaparecer para sempre, sem deixar rasto, e o pior é que nem chegam a regressar ao vosso planeta, disso podem ter a certeza, ficam em pó misturados com esta terra que pisamos.
Seres: ááááá áá áááááááá á´áá´, não nos faças rir ó humano minorca, ser insignificante, é melhor estares sossegado, porque podes não ter tempo para te arrependeres, tem cuidado com o que dizes.
Kiri: ai é, vocês estão a ameaçar – me?
Seres: não nós te estamos a ameaçar, vamos levar – te a ti e ao teu irmão e acabou – se a história, para termos o caminho livre; temos ali uma nave e num abrir e fechar de olhos vocês desaparecem daqui e só vão parar nos confins do Universo, metidos num grande buraco negro que vos engole para sempre.
Kiri: meu Deus, minha mãe Terra, minha irmã Natureza, ajudem – nos, mandem depressa as aves mágicas do Paraíso, estamos em apuros, pela primeira vez na nossa missão, rápido, rápido.
Mas vocês estão a demorar tanto tempo, minhas queridas aves mágicas, por favor não deixem que estes malvados nos levam para tão longe, por favor.
Seres: escusas de pedir auxílio que não há ninguém que vos acuda, tudo está por nossa conta, a Terra já não vos pertence; vocês têm o destino traçado, vão para o nosso planeta, morrer com ele e nós ficamos aqui para sempre, porque somos muitos e temos um grande potencial bélico que, encolherá de medo todos os humanos e serão nossos servos para sempre.
Kiri: isso nunca acontecerá, podem tirar isso da vossa mente, vocês vão pagar caro pela vossa audácia e arrogância parva, e além disso, a nossa mãe Terra não nos vai desprezar, o nosso auxílio está a chegar com certeza.
Seres: áááááááá´áá´ááááááá ááááá´, não me faças rir, tu e o teu amigo podem preparar – -se para viajar para o além que é muito longe, muito longe e nunca mais verão a vossa mãe Terra que fica a chorar por vós mas temos tudo dominado.
Kiri: meu Deus, nunca na minha vida tive tanto medo mas agora, confesso que estou a tremer, só de pensar que estamos sozinhos à mercê destes vândalos intrusos e horrendos, entregues a nós próprios; minha mãe, é a primeira vez que não me dás ajuda, por favor salva – nos das garras destes malfeitores; o que é isto? O que é eu que eu estou para aqui a pensar e a dizer? Que disparates são estes? Eu nunca perdi a fé e a coragem e agora, estou para aqui a lamentar – me? Vocês, malfeitores já vão ver o que é bom para a tosse, esperem pelo momento certo.
Seres: áááááááááá áááááááá´ áá´ ááááá, não percas mais tempo miúdo, prepara – te, porque tu e o teu irmão vão ser nossas cobaias para fazermos testes da matéria que vocês são feitos e depois era uma vez dois miúdos da Terra que se armaram em valentões.
Kiri: malditos sejam seres horrendos, descansem que vocês vão ter aquilo que merecem, nem vão ter tempo para contar o que lhes vai acontecer.
Seres: não sejas teimoso, vá vamos embora, acorda o teu irmão que está na hora de partirmos, não esperamos nem mais um minuto, vou já pôr a nave a funcionar.
Kiri: olha é mesmo verdade, vão mesmo levar – nos mas, espera aí, sinto que vem aí auxílio e a minha coragem está a crescer rapidamente; o que é isto? Estou a transformar—me num ser gigante, eu sabia que a minha hora havia de chegar.
Seres: o que é isto? O que se passa? O miúdo já não miúdo, é um monstro, ele já vai ver o que é violência, queres guerra não é?
Kiri: sim quero guerra, avancem malditos, não tenham medo, agora são vocês os pequeninos e eu vou pegá - los com toda a minha força, e vou arremessá – los para onde vieram, o vosso planeta maldito; porque é que não se riem agora? Vá atirem, façam guerra, aproveitem porque, vocês vão viajar mesmo sem nave. Pronto, venham cá, agora estão pendurados nas minhas mãos, para que lado querem ir? Para o além ou para o ali?
Seres: não, não nos faças mal, nós estávamos a brincar contigo, tem piedade de nós, não nos envies para o nosso planeta que, está a morrer, deixa – nos ficar aqui; nós fazemos tudo o que quiseres.
Kiri: Ah Sim! Há bocado, não falavam assim, eram muito soberbos? Agora querem batatinhas, querem? Está bem, eu vou dar – lhes as batatinhas, tomem lá, quando chegarem ao vosso planeta escrevam, está bem?
E pronto, lá vão eles através do sonho de Kiri, a caminho do espaço, gritando pelos confins do além, e ele fica todo satisfeito, esfregando as mãos, vendo - se livre para sempre dos malfeitores espaciais, dizendo:
Agora que já não existem estes seres horrendos, vou descansar outra vez mas, como se eu sou tão grande que nem caibo na sombra desta árvore imensa?
O Koró acorda e vê o seu mano a estrabuchar sozinho, numa aflição tremenda, a encolher muito as pernas e a estendê – las e tenta acordá – lo.
Koró: mano, mano, acorda, o que é que se passa contigo? O que é que tu tens? Fala comigo mano, fala; meu Deus, mas o que é que ele tem? Só ralha, só estende e encolhe as pernas, mas o que é que se passará com ele? Minha mãe Terra não deixes que ele fique doente, por favor.
Desesperadamente, Koró abana – o tão fortemente que, o Kiri acorda tão assustado que, até tem os cabelos ficam em pé, provocando o riso do irmão mas, ao mesmo tempo, fica muito estupefacto e olha para as suas pernas e para o ar dizendo: onde é que eles estão, onde é que eles estão? É bem feito seus malvados, foram derrotados e lançados para o espaço.
Koró: mas, o que é que tu estás para aí a dizer? Que disparates são esses mano? O que é que se passou contigo enquanto dormias?
Kiri: ai mano, mas que susto que eu apanhei? Sonhei que uns seres de outro planeta queriam a nossa mãe Terra para si e queriam levar – nos com eles; eu pedia ajuda mas não vinha de lado nenhum, estava muito aflito; por fim, transformei –me num gigante e derrotei- os, atirando – os para o espaço com todas as minhas forças; ufa, que alívio, que bom ter sido apenas um sonho. Que bom ouvir de novo a água do rio a correr e o sussurrar das folhas das árvores, sacudidas pela brisa e ver – te ao pé de mim mano, dá – me um abraço.
E assim, acabou o pesadelo do Kiri que já pensava mal da vida dele e do irmão, perante seres tão maus que o seu sonho trouxe à sua mente.
13
Koró: e agora mano, que vamos fazer? Vamos partir para outra aventura e dar continuidade à nossa missão?
Kiri: sim mano, já perdemos muito tempo e quem sabe quantas atrocidades já cometeram os humanos crescidos, neste espaço de tempo que pusemos o sono em dia?
Koró: talvez não muitas, porque eles sabem que nós estamos vigilantes e os castigos que lhes aplicamos são rijos.
Kiri: não tenhas tanta certeza assim, porque eles são astutos e depressa arranjam alibis para pôr em prática as suas maldades contra a Natureza.
E assim, puseram – se novamente a caminho, para outro ponto da Terra, onde porventura, haja maldades contra a Natureza. Vão novamente saltitando alegremente, ao som de canções e música que, a Natureza lhes oferece, a condizer com o ambiente que atravessam, tendo como tecto o céu azul com algumas nuvens brancas como algodão, onde o sol espreita com toda a sua intensidade, dando vida e cor a toda a paisagem que os cerca.
Os animais que vão encontrando pelo caminho, fazem coro com as suas vozes, cada uma com a sua tonalidade, confundindo – se na transparência do ar puro que respiram para que a vida seja uma alegria imensa, onde não possam existir maldades, egoísmo, inveja ou traição entre as pessoas, e que todos, em conjunto com os animais, formem uma família imensa na Terra, donde a guerra seja banida para sempre, havendo apenas boa vontade e tolerância entre os filhos da Natureza.
É assim que os manos KK querem que este planeta seja mas, infelizmente não passa de uma utopia.
Aí estão eles novamente prontos para outra aventura mas, agora é apenas um deserto, onde existe apenas terra vermelha e esporadicamente uma planta rasteira assoma – se para a atmosfera, de uma forma tímida mas, com uma cor verde escura que se perde na imensidão deste deserto.
Kiri: já viste mano, aqui nem uma árvore temos para descansar e nos escondermos do sol que põe a terra a escaldar; não sei como é que aquelas tristes plantas se aguentam.
Koró: é o habitat delas mano, foi aqui que elas nasceram e é aqui que hão de morrer se ninguém as arrancar prematuramente.
Kiri: como é que nós viemos aqui parar? Isto é apenas um deserto onde não se vêem pessoas nem animais?
Koró: foi a nossa mãe Terra que nos enviou para aqui e com certeza, vai precisar da nossa intervenção, temos que aguentar e estar vigilantes.
Kiri: já reparaste mano, há que tempos estamos aqui e ainda não vi um bichinho sequer, será que aqui não os há?
Koró: tem de haver não achas? Olha ali uma cobra a serpentear entre aquelas pequenas dunas, deixando sinais que mais parecem desenhos, já viste?
Kiri: é pequenina mas, é engraçada, não sei como ela não se queima nesta areia escaldante? Já me esquecia, aqui é o habitat dela.
Koró: olha ali também vai uma carocha toda vagarosa mas já se enterrou na areia, provavelmente é para se esconder dos predadores ou do calor.
Kiri: aqui não temos água mano, que vamos fazer quando tivermos sede?
Koró: pedimos à nossa mãe Terra que mande chuva ou abrimos um poço para ela nos enviar o líquido mais precioso do planeta que é a fonte da vida.
Kiri: não me preocupo, a nossa irmã Natureza não se vai esquecer de nós, não achas mano? Aliás, ela nunca nos abandonou, não seria agora que o faria, não é assim?
Koró: Evidentemente mano, temos que ter fé e acima de tudo força de vontade para executarmos aquilo que gostamos e a sorte não nos faltará.
Kiri: é isso mesmo mano, mas sorte só vem se trabalharmos muito para conseguir o que queremos, ao contrário de alguns humanos crescidos que, não trabalham e depois lamentam - se que ela não quer nada com eles, limitam – se a invejar o que outros têm.
Koró: isso não interessa, essa conversa é coisa de crescidos, vamos mas é decidir se continuamos aqui neste deserto escaldante, onde apenas existe uma ou outra planta rasteira, uma pequena cobra e uma carocha, ou se partimos para outro lugar, porque aqui não acontece nada e quando nada acontece para que serve a vida?.
Kiri: ó Koró, não me faças rir, tu és demais, então tu já te esqueceste que foi a nossa mãe Terra que nos indicou este lugar?
Koró: eu sei, eu sei, e se nos indicou este caminho é porque ela nos quer aqui, não é isso que querias dizer?
Kiri: adivinhaste, era isso mesmo.
Koró: aí está, a nossa mãe tem razão, além uma coluna militar e boa coisa não vêm fazer para este deserto.
Kiri: estou surpreendido, vamos esperar onde é que eles vão acampar e o que vão fazer aqui neste deserto longínquo.
A coluna militar chega, com carros grandes cheios de armamento muito esquisito e muito grande, instalam – se começam a fazer preparativos para fazer experiências com armas nucleares para fazerem rebentar tanto dinheiro que faz tanta falta para matar a fome a tantos seres humanos mais necessitados, para construir hospitais e tanta coisa boa para a humanidade. Mais uma experiência nefasta para a Natureza, e os manos KK já estão alerta e em posição de observação contínua, sobre a actuação dos militares e de certeza que eles não vão ficar de braços cruzados, vamos ver:
Koró: meu Deus mano, eles estão a montar um arsenal militar, para fazer uma experiência, que vai ser tão nociva para a atmosfera e todos os seres vivos deste planeta.
Kiri: é verdade mano, até custa acreditar; como é possível que estas coisas aconteçam? Porque que não utilizam a inteligência só para o bem da humanidade? Tanto tempo e dinheiro gasto inutilmente só para fazerem guerra uns contra os outros.
A Natureza tem uma paciência infinita mas, apesar de tudo também tem o seu limite.
Koró: bem mano, não vamos deixar que eles cometam esta atrocidade contra a nossa mãe Terra, temos que entrar em acção e para isso vamos pensar.
Não perdem tempo e dão as mãos, fecham os olhos e chamam os poderes mágicos das sua mentes prodigiosas.
A Natureza ataca, com uma tempestade de areia tão forte que todos as armas ficam reduzidas a pó, os carros enterrados, protegendo apenas os militares de morrerem soterrados, mantendo – os por milagre nas suas tendas.
A tempestade passa e eles saem das tendas, incrédulos com o que aconteceu. Todos olham incrédulos para o céu que, se apresenta calmo como se nada tivesse acontecido, entram em pânico que até parecem umas baratas tontas, cheios de medo, fugindo como coelhos assustados pensando que, o que aconteceu, são coisas do diabo.
Depressa se apressaram a pedir transporte rápido para a sua evacuação e mais depressa ainda apareceram os helicópteros que, depressa os fizeram sair daquela zona deserta.
Koró: já viste mano, porque é que a nossa mãe Terra nos indicou este lugar? Ela tinha ou não tinha razão? Espero que humanos crescidos tenham aprendido a lição, porque com a Natureza não se brinca.
14
Kiri: é verdade mano, eu às vezes sou impaciente mas, daqui para a frente vou ser mais firme e acreditar em absoluto nos poderes que a nossa mãeTerra nos legou para defender a sua Natureza, que representa a sua razão de viver.
Koró: ai Kiri, Kiri, temos muito que trabalhar e percorrer, para defendê-la de todas as agressões a que está sujeita; estes humanos crescidos não ganham juízo mas, nós vamos ensiná – los a comportarem – se como verdadeiros filhos da Terra.
Kiri: tudo na vida tem sentido, os humanos crescidos é que tudo fazem para ter um sentido diferente, desde que seja para proveito próprio e por isso têm uma estranha forma de estar na vida, o que não acontece com os nossos amigos animais.
Koró: vamos mudar de assunto, e sabes o que eu estou a pensar?
Kiri: por enquanto ainda não adivinho os pensamentos nem prevejo futuro mas, diz lá mano em que estás a pensar?
Koró: estava a pensar em apanhar o ar fresco do mar, de pois deste deserto escaldante, concordas?
Kiri: ena, boa ideia, é isso mesmo, vamos a isso mano, vai ser muito bom, porque há muito tempo que não vejo nem sinto a fresquidão do mar e ouvir o barulho das suas ondas a bater na praia, vai saber mesmo bem.
Koró: mas agora, não vamos para lá em corrida acelerada como costumamos fazer, vamos doutra forma.
Kiri: mas que forma? Voando não podemos porque não temos asas, como é que estás a pensar em lá chegar?
Koró: vamos usar as nossas mentes e vamos pedir à nossa mãe Terra que nos teletransporte, que é como pensar e chegar.
Kiri: mas que grande ideia mano, vou adorar ser transportado assim, voar sem notado.
Koró: dá cá a tua mão e concentremo – nos ao máximo, para que o nosso pedido chegue ao mesmo tempo que o nosso pensamento.
Assim acontece, os manos deram as mãos, fecharam os olhos, concentraram –se no pedido, e eis que, imediatamente foram parar a uma praia imensa, onde as pessoas se atropelam para ter um lugar ao sol e banharem – se no mar azul grandioso que lhes refresca a alma e o corpo.
O mar está calmo como um gatinho que, dorme sossegadamente no seu leito, contentando todas as pessoas que usufruem delas mas que, também o desrespeitam ao poluir as suas águas tão belas e frescas que a Natureza lhes oferece.
Os manos abriram os olhos e dizem:
Kiri: mas que maravilha, tanta água e tanta gente, eu nem estou em mim meu Deus mas, que boa é a Natureza que nos proporciona tão bela maravilha, bem haja mãe Terra.
Koró: era mesmo disto que nós estávamos a precisar, refrescar- nos nestas águas e sentir esta brisa suave que nos enche os pulmões de ar fresco; vamos ao banho mano, estou ansioso por sentir o corpo na água do mar.
Kiri: vamos mano, corramos para ele e vamos dar – lhe um abraço.
Eles tomam banho, refrescam – se, brincam, gritam e espalham a alegria no mar imenso, até fartar e depois deitam – se à sombra de uma bela palmeira que se debruça para o mar para sentir também a sua fresquidão.
Koró: isto é um paraíso, e ao mesmo tempo é de pensar, como é que há pessoas que não querem cuidar desta Natureza linda que nos afaga e nos acolhe tão bem?
Kiri: olha mano, já tudo se refrescou e agora estão à sombra das palmeiras como nós; todas elas trazem sacos de comida e de outras coisas para se protegerem do Sol.
Koró: agora repara mano, como elas comem, utilizam as suas coisas e deitam os restos para a areia, não está certo, mas que falta de bom senso?
Kiri: é verdade mano, mas que falta de respeito pela Natureza, não achas?
Koró: olha como a praia está, toda coberta de lixo, não pode ser, temos que lhes dar uma ensinadela para que isto nunca mais aconteça.
Kiri: é o que merecem, uma boa ensinadela, e é isso mesmo que vamos fazer, antes que seja tarde, abandonem a praia e deixem o lixo espalhada por estas belas areias douradas.
Koró: Vamos pensar mano numa coisa simples para que sintam vergonha, se é que a têm.
Kiri: dá cá a tua mão e fecha os olhos e vamos fazer vir aqui muitos papagaios e dar – lhes ordem do que vão fazer.
Pensaram e num instante aparece um grande bando de papagaios de cores lindas que pousam junto deles e agora esperam ordens. Telepaticamente transmitiram as ordens aos papagaios e de seguida vão executá – las, voando para junto das pessoas que estão a conspurcar estas lindas e fofas areias.
Os manos observam os papagaios junto das pessoas que ficam encantadas com eles mas, não gostam quando eles dizem: porca, apanha o lixo, porco apanha o lixo, porca apanha o lixo, que se repetiu durante muito tempo.
Todas se envergonham tanto que, logo se apressam a recolher o lixo da areia e metê – los nos sacos onde tinha trazido os seus lanches e outras coisas. Depois da praia limpa, os papagaios regressam para junto dos manos KK, provocando a admiração das pessoas que ficavam de boca aberta a olhar e a fazer comentários de admiração.
Os manos KK fizeram um pagode inesquecível, por verem as caras de parvo que as pessoas faziam, ao serem chamadas de porcas pelos papagaios, que cumpriram à risca o seu papel.
Koró: podem ir meus amigos, para as vossas palmeiras, usufruirem da vossa liberdade, obrigado pela vossa valiosíssima colaboração, vocês foram excepcionais e isso nós não esqueceremos; a Natureza vai agradecer – vos com certeza.
Kiri: mais uma vez, os nossos amigos animais colaboram na preservação da Natureza, ao contrário de muitos humanos crescidos que todos os dias a agridem, parecendo até que têm menos inteligência que nos nossos amigos animais.
Koró: que bom mano estarmos aqui nesta praia de areias douradas, recebendo o calor do sol, para recarregarmos as energias que muita falta nos fazem para outras aventuras que ainda temos para fazer, porque a nossa mãe Terra ainda chora muito pelos atentados que fazem à sua Natureza.
15
Kiri: ó mano, agora que estamos aqui junto ao mar, podíamos arranjar um bom barco e ir por ele a dentro, para tentarmos descobrir as maldades que muitos pescadores e muitos outros navios fazem às suas águas e aos seus milhões de filhos que, são os peixes e que matam a fome e enriquece tanta gente, e contrapartida recebem muito maus tratos.
Koró: boa mano, gosto muito dessa ideia e assim, juntamos o útil ao agradável, não é assim?
Kiri: tens toda a razão, vamos já arranjar um barco para percorrermos toda a sua imensidão e evitar que seja alvo de tantas atrocidades que atinge toda a humanidade, incluindo os prevaricadores, que são humanos sem escrúpulos.
Koró: nós vamos tratar disso, mas, em primeiro lugar tratar do barco que, é o meio de transporte principal, para alcançarmos os nossos objectivos e prosseguirmos a nossa missão, pelas águas marítimas da nossa mãe Terra. Ah! Temos que pensar numa coisa que é muito importante?
Kiri: que coisa é essa que é assim tão importante?
Koró: é assim, nós vamos num barco, proteger o mar de algumas eventuais agressões mas, não podemos ser vistos pelos prevaricadores, não achas bem?
Kiri: não sei se será boa ideia mano, andarmos no mar sem sermos vistos, mas olha lá como é que consegues um barco invisível, não me dizes?
Koró: então conseguimos chamar os passarinhos, conseguimos chamar as aves mágicas do Paraíso, os papagaios e não conseguiremos que o nosso barco seja invisível?
Kiri: pois, não temos essa certeza, temos que experimentar se a nossa mãe Terra nos dá essa permissão? É uma ousadia muito grande mas, vale a pena tentar, tens razão.
Koró: não dá agora? Para salvarmos o seu mar imenso que cobre a maior parte do seu corpo, ela colabora em tudo, não achas?
Kiri: tens razão, vou já tratar do barco além naquele ancoradouro.
Koró: está bem, podes ir mas arranja um barco confortável e seguro, está bem?
Kiri: fica descansado mano, espera aqui.
Então o Kiri deu corda às suas botas e lá foi tratar de conseguir uma embarcação para os dois navegarem e dar continuidade à sua missão. O Kiri falou com o dono do barco de que ele gostou, para mais esta aventura, e convenceu – o a cedê – lo, por ser para uma boa causa de que todos beneficiarão.
Depois de tudo tratado, lá zarparam os dois pelo mar a dentro como se fossem os olhos da sua mãe Terra em barco fantasma, para poderem observar tudo e proteger a sua Natureza que é tão linda e fundamental para a vida de todos os seres vivos.
Kiri: pronto mano, já cá estamos em pleno mar a navegar, a navegar, como nós planeámos mas ele não está muito quieto, bem podia ser mais mansinho, não achas?
Koró: o mar é mesmo assim, está sempre em movimento, porque se assim não fosse, não tinhas ondas na praia, ele era como um lago de águas paradas.
Kiri: mas descansa que, enquanto estivermos no seu colo ele não se vai zangar connosco, nós somos amigos; quando ele se revolta é um caso muito sério, leva tudo na frente, não tem dó de ninguém.
Koró: mas ele é assim tão mau?
Kiri: não mano, ele não é mau, só que às vezes se revolta com a ajuda do vento para depois se acalmar novamente, como se nada tivesse acontecido.
Kiró: é para aliviar o stress é?
Kiri: é mais ou menos isso mas, vamos lá estar atentos às maldades dos navegadores e pescadores sem escrúpulos.
Koró: olha além um grande barco a puxar as redes, vamos ver o que eles trazem nelas.
Kiri: não, vamos antes chamar os nossos amigos golfinhos para dar uma espreitadela às redes e transmitir – lhes se, no caso serem peixes pequeninos ainda em estado de criação, como eles costumam apanhar, soltá – los imediatamente, para continuarem a crescer.
Koró: concentremo – nos então.
Que bom ver os golfinhos a aproximarem - se e fazerem um círculo à volta do barco, todos com a cabeça de fora, emitindo sons que parecem assobios, fazendo um orquestra completa, deliciando os manos KK que, imediatamente lhes transmitem as instruções, desaparecendo logo de seguida, nas águas do mar para cumprirem também a sua missão.
Todos eles nadam à volta das redes, e como suspeitavam os manos KK, a caçaria é realmente de peixe ainda em criação, e como as instruções recebidas é para cumprir, desarmam as redes e todo o peixe se solta freneticamente, nadando para bem longe das redes.
Os pescadores puxam as redes e ficam perplexos sob a observação dos manos KK, e vêem que ficam desoladas e não compreendem o que se passou com as suas redes lá no fundo do mar; barafustam mas, não lhes serve de nada.
Preparam novamente as redes e lançam – nos para o fundo do mar, enquanto os golfinhos rodeiam novamente os manos KK que lhes dão novamente as mesmas instruções; eles tornam a mergulhar e a desarmar as redes e os pescadores ficam furiosos, sob o olhar dos golfinhos que estão de cabeça de fora, como que a brincar com os pescadores. Eles desconfiam logo que, o que sucedeu foi obra dos golfinhos e tentam agredi – los violentamente mas, rapidamente, com a força mental dos manos, eles ficam estáticos no convés do barco, como se fossem estátuas, berrando mas, nada podendo fazer.
Por fim, foram libertados da sua posição e zarparam a toda a força, cheios de medo, julgando que foram alvo de manobras de fantasmas.
Os manos KK, riem – se muito, ao mesmo tempo que são acompanhados pela orquestra de assobios dos golfinhos, que transbordam também de alegria, pelo bom desempenho que tiveram nesta acção. Foi uma festa completa para todos e por fim os manos comentam:
Koró: estás a ver como os humanos crescidos não respeitam nada por causa do dinheiro? Eu compreendo que este é o ganha – pão deles mas, têm que respeitar as regras da Natureza, deixando crescer os mais pequenos, são mesmo maus.
Kiri: Eles partiram assustados mas, também irritados com os golfinhos por lhes desarmarem as redes; de seguida queriam logo vingar – se pretendendo matá – los mas, nós pregámo – los ao convés, o que me divertiu muito.
Koró: viste mano, como eles queriam mexer – se e não podiam? Pareciam que tinham colas nas botas; eles nem sonharam que os autores da situação fomos nós, os invisíveis do barco fantasma.
Kiri: o nosso barco vai navegando neste mar que só se vê mar e céu mas, não é só aqui que eles fazem as maldades, é em toda a sua extensão.
Koró: nós estamos atentos, não vamos desiludir a nossa mãe Terra que nos incumbiu a protecção da sua Natureza.
Kiri: olha mano, além vai um grande navio, vamo – nos a aproximar até juntinhos a eles uma vez que não nos podem ver.
Koró: olha mano, ai os malandros estão a deitar caixotes de lixo para o mar, vamos agir rápido, dá – me a tua mão e concentremo – nos e vamos fazer força para que os caixotes do lixo voltem para dentro do barco.
Concentraram – se, emanaram energia mágica para o navio e rapidamente, os caixotes que deitaram ao mar começaram a saltar para dentro do barco que navega a toda a força, pois até parecia uma chuva de caixotes, provocando um alarido entre os tripulantes, gritando que estavam a ser invadidos por seres invisíveis; eles deitavam os caixotes para o mar mas estes nem chegavam a cair nele, saltando de imediato para o barco como se fossem bonecos teimosos; eles gritam, mas não há nada a fazer, dizendo, isto são coisas do outro mundo, vamos embora, depressa, antes que nos levem com eles sabe – se lá para onde?
Até pareciam crianças assustadas e os manos KK, fazeram uma festa, delirando com a atitude dos tripulantes, pareciam autênticos palhaços, a correr de um lado para o outro no convés do navio, sempre a gritar, até parecia que os estavam a matar.
Zarparam a toda a força para o país deles e já vão ter muito que contar, talvez dizendo que o mar está cheio de extra terrestres invisíveis e que, até para se fazerem fortes vão dizer que, os queriam levar para o planeta deles e talvez até se vão vangloriar contando que, lutaram com eles e que os derrotaram sem dó nem piedade, como é hábito nos manos, vangloriarem – se com aquilo que não fizeram.
Mas, os manos KK observaram tudo e até se riram muito das figuras caricatas que eles fizeram nesta peça de teatro real.
Kiri: bem mano, vamos dormir e navegar ao sabor do mar que ele sabe para onde nos vai levar.
Koró: não será mau mano, navegar assim à deriva?
Kiri: não sejas incrédulo mano e confia na nossa mãe Terra que, ela nos vigiará enquanto dormimos, como se fosse uma sentinela.
Koró: tens razão mano, vamos descansar e confiar que este berço imenso nos conduza para um lugar onde seja necessária a nossa intervenção.
16
Assim, o seu barco invisível partiu para o acaso e vamos ver qual a próxima zona onde eles vão parar. Será que vão ter alguma surpresa?
Ambos dormem que nem uns anjos mas, desta vez é o Koró que está a sonhar; vamos entrar no seu sonho e espreitar o que acontece:
Mas o que é que me aconteceu? Como é que eu me encontro sozinho no mar a nadar há tanto tempo? E o meu mano, o que será feito dele? Será que a nossa mãe Terra se zangou connosco e nos abandonou? Não acredito, ela não fazia isso mas, o certo é que eu estou só e já quase não tenho forças para nadar por muito mais tempo. Será que vou partir para o fundo do mar e nunca mais vejo o meu mano? A minha mãe Terra não me vai deixar morrer tão novo, tenho que ter esperança.
Olha, além vem um barco, ei, ei , ei, estou aqui sozinho, preciso de ajuda, salvem – me. Não me ouvem, estou perdido mas, o que vai ser mim?
Ai, há tanto tempo que nado, já não tenho forças para continuar, mano, mano, mano, onde estás? Salva – me. Ele não vem e eu vou para o fundo do mar e já não o vejo mais.
Pronto, lá vou eu para o fundo mas, olha ali uma baleia, vou pedir que me salve: minha querida baleia, tu que és valente, tira – me daqui, eu sou o protector da Natureza, depressa antes que eu morra; salva – me e leva – me para junto do meu irmão que deve estar a chorar por mim.
A baleia olha para ele e diz – lhe: ah! És tu, o Koró, um dos manos que já me salvou de ser apanhada por um barco de pesca de humanos crescidos que tinham os olhos em bico? Sim, sou eu minha amiga, tira – me daqui do fundo do mar e leva- me para ao pé do meu mano, que deve estar muito triste por pensar que morri.
A baleia: meu querido Koró, não tenhas medo, confia em mim que te salvarei mas, temos de ter cuidado com os humanos crescidos que, andam por aí sempre à caça para me devorarem, eles são muito maus.
Koró: não tenhas medo minha querida baleia, não deixarei que te façam mal mas, leva – me depressa para junto do meu mano que, deve estar algures num barco muito só, temos de encontrá – lo, por favor minha amiga.
Baleia: vá, monta – te em cima de mim e agarra – te bem que eu te levo para a superfície, porque eu também não posso estar muito tempo debaixo de água.
Koró: mas porquê?
Baleia: então não sabes que eu sou um mamífero como tu e respiro também por pulmões?
Koró: é verdade minha amiga, não faças caso, não vês que este não é o meu ambiente e eu estou muito assustado que, nem posso raciocinar como deve ser?
Baleia: tens razão, vamos, agarra – te bem ao meu dorso que eu te levo para o barco do teu irmão, num abrir e fechar de olhos.
Koró: muito obrigado minha querida baleia, salvaste – me a vida.
Partem os dois a toda a velocidade já à superfície do mar mas, mergulhando de vez em quando, porque ambos respiram por pulmões e precisam e precisam do ano para viver; sempre que vêm à superfície o Koró espreita para o horizonte e não vê o barco do se mano e pergunta? :
Koró: mas, minha querida baleia, eu não vejo o meu irmão, será que ele também caiu ao mar e anda perdido como eu?
Baleia: não sejas tão impaciente, depressa vamos encontrá – lo.
Koró: ai, ai, ai, ai, estou a cair outra vez para o fundo do mar, salva – me minha amiga baleia, não me deixes aqui.
Baleia: eu não te disse para te agarrares bem ao meu dorso? Tens de ter cuidado meu amigo, tens de colaborar comigo, porque eu não tenho braços como tu para te agarrar.
Ela passa – lhe por baixo das pernas e ele fica novamente sentado no seu dorso e vêm novamente para a superfície e o Koró respira para a vida muito contente.
Koró: brrrrrrrrrr mas que alívio, já dizia mal da minha vida outra vez; tu és o meu salva- – vidas minha querida baleia, anda, vamos depressa que, eu quero encontrar o meu mano, estou aflito.
Baleia: é estranho, como é que ainda ele não apareceu? Já estou a ficar também preocupada mas, não desanimes, porque com paciência e persistência, tudo se consegue, não podemos desanimar.
Lá vão os dois, a toda a velocidade e o Koró, espreita, espreita, espreita para o horizonte, até que vê um barco igual onde ele estava com o seu mano e grita: ali, está ele, ali está ele, depressa minha querida baleia, depressa.
Baleia: pronto aqui vamos nós a toda a velocidade para que descanses da tua aflição.
Baleia: abre os olhos Koró, já aqui estás são e salvo, podes embarcar.
Koró: meu querido mano dá cá um abraço, não chores, já estou aqui ao pé de ti. Os dois abraçam – se enquanto a baleia desaparece no oceano.
Continuam a chorar de saudades mas dentro do sonho; entretanto, o Kiri acorda e vê o seu mano numa grande aflição, a soluçar, a soluçar que parecia não terminar e apressa – se a acordá – lo.
Kiri: mano, mano, acorda, acorda. Grita – lhe aos ouvidos e ele continua a soluçar e a dizer: mas, onde estás mano, eu não te encontro, vai minha querida baleia, leva – me depressa para junto dele, até que acorda de vez, vê finalmente o seu mano e diz:
Koró: ainda bem que estás aqui mano, mas grande aflição que eu tive neste sonho; pensei que tinha caído ao mar, estava a afogar – me mas uma grande baleia me salvou e me ajudou a encontrar – te. Dá – me um abraço muito grande mano e diz – me que estou contigo.
Assim acontece e para felicidade de ambos, isto não passou de um sonho, e os manos KK continuam juntos para mais uma aventura na conquista do bem estar da Terra.
O mar trouxe - os a uma zona do seu seio, onde grandes quantidades de restos de petróleo, poluem as suas águas com manchas negras e alguns peixes já estão aflitos.
Koró: olha mano, já visto o que aquele navio vai deixando no mar?
Kiri: já vi, malditos estão a derramar esta porcaria toda aqui no mar, sem o mínimo respeito pela Natureza.
Koró: deixa lá mano, nós já lhe tratamos da saúde; vamos dar – lhes uma lição para se lembrarem para toda a vida.
Kiri: é o que eles merecem e vão tê – la; estas situações têm que merecer um castigo e vamos ser nós que lho vamos dar; até vão chamar pela mãezinha deles, lá isso vão.
Koró: que mancha tão grande que vão deixando no mar mas, mal eles pensam, todo o petróleo derramado vão ter que o engolir outra vez.
Kiri: engolir? Como é isso mano? Então os homens têm barriga para tanto petróleo?
Koró: Não mano, não é nada disso que eu quis dizer mas sim, no sentido de de o petróleo ser sugado para dentro do barco.
Kiri: já vi que me vou fartar de rir, com a partida que lhes vamos pregar e depois vê – los todos assustados e em pânico.
Koró: vamos embora, vamos entrar em acção mano.
De mãos dadas, põem as mentes a funcionar para que se faça justiça, com as cabeças levantadas para o Céu, de olhos bem fechados, para verem por dentro o que vai sair para fora.
Aparecem imediatamente as aves mágicas do Paraíso; fazem um círculo à volta do seu barco e recebem as ordens através das suas mentes para agir e fazer com que esta situação gritante de poluição, desapareça destas águas do mar para que a sua vida seja preservada.
As aves mágicas voam em direcção ao navio que, vai poluindo este mar que a mãe Terra possui na sua Natureza; sobrevoam o navio, perante o olhar atónito dos marinheiros, pois nunca tinham visto aves tão lindas por cima das suas cabeças. Mal sabem eles o que as aves lindas vão fazer; depois de sobrevoarem o navio várias vezes, todo o petróleo derramado no mar retrocede e entra novamente nos porões do navio, perante um alarido dos marinheiros em pânico que, gritam por todos os lados, não acreditando no que estava a acontecer e dizendo: como é possível isto acontecer, só pode ser obra daquelas malditas aves; para se vingarem, pegam em armas para as matar mas, eis que ficam paralisados e as armas não disparam e derretem – se imediatamente.
O navio entra em remoinho constante, eles deitam - se convés, gritando por socorro, aqui há fantasmas mas, o navio continua em remoinho e a afastar – se rapidamente do lugar, até que chegaram ao porto mais perto sempre às voltas, provocando a admiração em toda a gente, pois nunca tinham visto um navio a navegar em remoinho.
Uns riam, outros estavam espantados por este acontecimento inédito na história da navegação.
Os manos KK presenciam tudo sem serem vistos que lhes dá um imenso prazer pelo castigo que os marinheiros tiveram, por tentarem conspurcar estas águas que tem milhões de vidas que podiam ser afectadas por este acto irresponsável, que são pertença de todos e não só de alguns.
Kiri: mas que maravilha, tiveram o castigam que mereciam, de certeza que nem daqui a muitos anos tornam a fazer o mesmo.
Koró: eles são burros mano, esquecem depressa e não tarda que não façam o mesmo.
Kiri: mas, nós estamos aqui, para lhes dar um castigo ainda pior, até aprenderem a lição.
Koró: aprender a lição? Eles são teimosos e pela ambição do seu próprio bem estar, esquecem o dos outros.
Kiri: se eles persistirem em poluir a Terra, a sua Natureza é capaz de se zangar a sério, revolta – se e depois acabou – se tudo.
Koró: pois é mano, só que, numa situação drástica destas, paga o justo pelo pecador.
Kiri: é verdade mano, mas quem manda é a Natureza e ainda bem que é assim, senão ninguém se entendia.
Koró: já viste mano, se cada um dos humanos crescidos pudesse dispor da Natureza a seu belo prazer, que a Terra já não era Terra mas sim, talvez um braseiro, onde niguém podia viver; assim, como está sabe Deus, quanto mais tendo ele o mando total na Natureza.
Kiri: se nós não corrigirmos as suas manhas e poder de destruição, eles acabam por se matar a si próprios e depois já não há volta.
Koró: quem sabe qual será o futuro da nossa mãe Terra, com estes seus filhos impregnados de maldades?
Kiri: se a nossa mãe Terra enviou -nos para lutar por ela, é porque não quer um fim tão trágico como o que tu prognosticas.
Koró: sabes mano, parece – me que, no mar já não temos nada a fazer, porque os castigados, vão fazer publicidade dos castigos que lhes aplicámos por poluírem os mares, e os outros hão – de ter medo de o fazer, vão ter muito cuidado e pensar duas vezes antes de fazerem estas maldades.
Kiri: olha mano, eu estava a gostar de estar aqui no mar, é um silêncio maravilhoso, onde só se ouve o seu próprio sussurrar que, nos acalma mas, este azul escuro próprio da sua grande profundidade faz – me ter medo dele.
Koró: e se tu o visses nos dias em que ele está revoltado, nunca mais querias vê – lo de perto mas, simplesmente em terra firme e apreciar a sua força implacável e invencível.
Kiri: eu gosto mais dele de águas mansas, muito mansas.
17
E assim, os manos KK, resolveram sair do mar e regressar à sua Natureza sólida, para de novo observar os passarinhos e todos os outros animais que, precisam da sua ajuda e vigilância.
Kiri: agora vamos ser teletransportados para outra paisagem que a nossa Terra mãe nos indicar, tal qual como viemos da terra para o mar.
Koró: isso é fantástico mano, é bom que se farta, vamos nisso.
Kiri: vá, vamos dar as mãos e que a nossa mãe Terra nos leve em bem para onde ela quiser.
Koró: já estou pronto mano, avancemos.
Rapidamente, os manos KK foram enviados para uma região onde as montanhas são altas mas pouco verdejantes; abrem os olhos e observa o
Kiri : mas que paisagem tão inóspita, só se vêem camelos e homens de vestidos de roupa comprida e de turbante e de arma às costas.
Koró: pela paisagem e pelas vestes, parece que estamos em terras asiáticas, não concordas mano?
Kiri: de certeza que é assim como dizes; já viste mano, mas porque é que estes humanos crescidos andam sempre de armas às costas?
Koró: deve ser uma região muito turbulenta, temos de ter muito cuidado, porque pelos vistos, não sabem fazer outra coisa senão fazer guerra.
Kiri: vamos até à cidade para vermos como é que eles se comportam na sua urbe; desconfio mano que, vamos ter muito trabalho aqui, neste lugar onde a mãe Terra nos despejou.
Koró: o nosso trabalho vai ser de pacificação e tem que ser com a nossa arte mágica e com a ajuda imprescindível da nossa amiga Natureza, onde temos muitos amigos, que estão sempre prontos a ajudar – nos, mal nós esbocemos o mínimo alerta.
Os manos partiram para a urbe dos vestes brancas e compridas, designados por muçulmanos, porque professam a religião de Maomé, que é o profeta deles; aqui existem várias seitas, todas com usos e costumes diferentes que se odeiam, e por isso, os manos KK vão ter a difícil tarefa de os fazer conviver em irmandade, sem ódios e sem guerras tribais.
Finalmente chegam ao centro da urbe e aqui, inicia – se a sua tarefa.
Koró: pronto mano, já cá estamos e a primeira impressão que tiro é que há muitas desigualdades sociais, sendo a maioria pobres, apenas existindo uma minoria muito abastada, que detêm o poder porque têm muito dinheiro e por isso vivem em grandes palácios luxuosos.
Kiri: pois é mano, lá está novamente o dinheiro a dividir e a classificar os seres humanos, quem o teria inventado? Deus não foi de certeza?
Koró: olha ali mano, a primeira zaragata e sabes porquê? Por causa de comida, que é o principal motivo para a sua sobrevivência e das suas discórdias.
Kiri: já é de noite, vamos ver como é que eles agem na sombra; eles têm a fama de fazer muito terrorismo, contra os países capitalistas.
Koró: estás a ver mano, eles andam em grupos armados, com certeza que vão pôr em acção o que melhor sabem fazer, o terrorismo, organizado por grupos que os comandam e lhes incutem que se morrerem, são considerados mártires e ganham a vida eterna.
Kiri: vamos segui – los, sem sermos vistos, para podermos agir de imediato.
Koró: lá vão eles a correr com as armas em riste; com certeza que vão fazer algum atentado; olha, olha e é mesmo, vão direito àquele carro de alguém importante para o alvejar.
Kiri: rápido, chamemos as aves mágicas do Paraíso, para invadir a cidade; pronto já aqui estão elas.
Imediatamente recebem as instruções através da mente e lá vão elas invadindo a cidade por todo o lado, espalhando o seu poder antibelicista.
De repente vê – se os meliantes de armas em riste, prontos para a atacar, largarem as armas e estas derretem – se, ficando em pó, provocando um alarido tremendo e a fuga dos terroristas, dizendo que foi o Alá, o autor desta obra, dizendo que ele não quer a guerra. Correm como formigas por todos os cantos da cidade, aos gritos, Alá, Alá é grande, não quer guerra, ajoelhando – se em plena rua, beijando o chão, em obediência ao seu Deus.
As aves mágicas do Paraíso continuam a sua tarefa e fazem desaparecer toda a vontade de fazer guerra, transformando as sua mentes para seres de bem fazer e sem ódios e guerras. A mudança á fantástica.
Andam todos alegres e bem dispostos, em convivência sã, em plena festa da vida, onde paira por todo o lado um bem estar enorme.
As aves mágicas do Paraíso, também fizeram com que a riqueza fosse bem distribuída e todos têm o suficiente para terem uma vida digna de seres humanos; a violência foi banida desta urbe, dando lugar à paz e ao consenso, sendo um exemplo a seguir por todas as urbes da Terra, onde haja desavenças.
Os manos KK, estão radiantes, por fazerem com que toda a gente desta urbe se ame e tenha direito à dignidade.
Koró: que bom mano, ver estes humanos em plena festa da vida, transbordando de alegria e felicidade.
Kiri: é assim que todos deviam aprender a viver e fazer da Terra um planeta bom para a vida e não um barril de pólvora na iminência de explodir a qualquer momento.
Koró: mas, porque é que os humanos não se entendem?
Kiri: se calhar foi por isso que a nossa mãe Terra nos deu esta missão de pôr a sua Natureza em ordem?
Koró: olha que és capaz de ter razão mano, não foi só por causa da poluição, realmente este planeta precisa de ordem e respeito uns pelos outros, para que deixem de existir tantas guerras, às vezes por quase nada.
Kiri: ó mano, vamos fingir uma luta entre nós, para ver qual é a sua reacção.
Koró: bem pensado mano, vamos testá – los; vamos a isso.
Então os manos KK, simulam uma luta entre eles e de repente forma – se um grande grupo à volta deles e começam – se a rir em lugar de os separarem; riem às gargalhadas e batem palmas, sendo o grupo cada vez maior.
Continuam a rir e a bater palmas, até que os manos, enquanto lutam dizem baixinho:
Kiri: estou espantado mano, será que eles notaram que isto é uma simulação?
Koró: não deve ser, eles gostam muito de lutas para apostarem qual é o vencedor.
Kiri: olha, olha, não é que estão mesmo a apostar?
Koró: já estou a ficar cansado.
Kiri: e eu também, o melhor é paramos mano.
Koró: pára já mano, não aguento mais.
Ambos ficaram desiludidos porque pensavam que eles tinham atitude de pacificação, tentando separá – los mas, enganaram –se, porque a luta está - lhes no sangue, e agora como já não têm armas e estão virados para a vida, embora sempre com o tal vírus que é mais forte do que eles, ficaram satisfeitos e até fizeram apostas.
Kiri: os filhos da Terra são muito complicados, cada um tem a sua maneira de agir e de pensar, formam clans de amigos, depois zangam – se, deixam de ser amigos, cochicham, falam mal uns dos outros, não dá para entender.
Koró: pois é mano, e além disso têm um defeito muito grande e por vezes mortífero, que é a inveja que comparo a uma serpente que rói o cérebro e corrompe o coração, como disse um dia um escritor e é a pura verdade.
Kiri: já viste mano, estes asiáticos andam sempre vestidos com estas vestes compridas que parecem saias e um turbante na cabeça que deve ser para não deixarem fugir as ideias.
Koró: essa é boa mano, fazes – me rir com essas tuas graças.
Kiri: as mulheres é que andam de cara tapada, coitadas, são escravas dos homens, não está certo; vamos fazer com que elas se vistam de outra forma e tenham os mesmos direitos que os homens?
Koró: vamos fazer isso, para ver qual a reacção deles.
Kiri: vão ficar pasmadas, quando presenciarem a mudança repentina das mulheres.
Koró: eles têm que aprender que, quando a mãe Terra os criou, não foi para eles serem donos das mulheres, porque são seres humanos iguais aos outros.
Kiri: vamos pôr a nossa magia a funcionar para que, quando elas acordarem sentirem que estão diferentes e com poderes reivindicativos.
No outro dia assim que o sol nasceu, as mulheres, vestiram – se normalmente, com a cara destapada, falam com toda a gente, com homens, com crianças, perante o olhar atónito da maioria dos homens que estavam incrédulos no que viam mas, não passou disto; aconteceu mais, é que os homens gostaram da maneira com que as mulheres se apresentaram e já se misturavam com elas, passeavam, iam às compras, amavam – se na rua, enfim, foi uma mudança repentina que, eles diziam que era vontade do Alá, e por isso tinham que aceitar e respeitar.
Koró: ora aqui está uma obra mágica bem feita, até os olhos delas brilham muito mais e enchem a urbe de mais beleza.
Kiri: os seres humanos, principalmente os homens devem ter sido feitos de barro inquinado ou a magia da nossa mãe Terra não foi bem feita quando os criou.
Koró: as mulheres são seres diferentes, com mais amor para dar; deve ser porque geram os filhos dentro delas, por isso são mais possuídas de amor e afecto, são mães e isso diz tudo.
Kiri: é muito bonito ser mãe e ser pai, dois seres que se completam e dão continuidade à vida.
Koró: então não vês mano, como os passarinhos fazem os ninhos e cuidam dos seus filhotes, até parecem que cuidam melhor deles que alguns humanos.
Kiri: com os outros animais acontece o mesmo, dedicam todos muita atenção às suas crias, protegendo – as e muitas vezes arriscam a sua própria vida, para salvar a dos seu filhotes.
Koró: agora que já demos uma lição de vida a estes humanos crescidos, vamos correr para outra zona da Natureza? Já tenho saudades, muitas saudades, dos nossos amigos animais e das florestas, rios, riachos e do seu ambiente característico.
Kiri: vamos embora, temos muito trabalho a fazer, em prol da Natureza.
18
Com toda a sua alegria, partem deixando a urbe para trás numa correria veloz que, só eles sabem fazer, entrando depressa
Os manos KK entram na festa e dançam, pulam e correm alegremente de um lado para o outro, agarrados às flores e outras plantas como se fossem dançarinas da Natureza que, até contagiam os peixes que estão no rio que por ali passa, onde os peixes dão saltos e outros põem as suas cabecinhas de fora, colaborando neste arraial onde a vida parece eterna.
A Natureza está eufórica e mais colorida do que nunca, com o regresso dos manos KK, que todos sabem e sentem a sua capacidade de protecção, sentindo – se mais viva e alegre, onde até o Céu está mais azul, cobrindo como um chapéu gigante todas as suas vidas que ela contem.
A festa foi longa e agora paira um silêncio absoluto, onde todos descansam, sem excepção. Até os manos KK, dormem sob árvores frondosas, para criarem energia, para dar cumprimento à sua nobre missão – proteger a Natureza que, a todos dá vida e também a colhe, como se fossem frutos quando atingem o seu amadurecimento.
Eles acordam, assim como toda a bicharada mas, os manos conversam como gostam de o fazer.
Koró: Mas, que belo sono mano, até parece que dormi nas nuvens.
Kiri: desta vez nem tu nem eu chegámos a sonhar, descansámos mas a valer.
Koró: O sono é um grande reparador das nossas energias mas, gosto muito de estar acordado, para ver o Sol, a Lua, o Céu azul, e toda a Natureza que nos rodeia que é tão linda.
Kiri: pois é mano, também eu queria mas, a Natureza é quem manda e, quer queiramos quer não, temos que lhe obedecer, e quando a contrariamos pagamos caro mais tarde ou mais cedo, embora os humanos crescidos tentem modificá – la a seu belo prazer.
Koró: bem, vamos mas é dar corda às botas e vigiar a Natureza que, é o que nós gostamos mais de fazer mas, era preferível que não tivéssemos que lhe acudir, pois era sinal que todos os humanos eram bem comportados para com ela.
Kiri: tenho a certeza que nós vamos conseguir que eles se comportem como deve ser, embora esse papel devia começar nos meninos das escolas e para isso, era preciso que o sistema de ensino fosse essencialmente virado para o aspecto do comportamento humano, uns para com os outros e para com o ambiente que a Natureza nos proporciona.
Koró: infelizmente não é assim mano, evolui – se muito tecnologicamente mas, retrocede – se cada vez no tal aspecto humano, em detrimento da ambição para ter dinheiro, sacrificando a saúde que é para mais tarde gastá – lo para a ter mas, um pouco artificial.
Kiri: ó mano, vamos acabar com esta conversa e vamos ao que interessa, pôr – nos as pernas a caminho por entre a Natureza, porque com certeza, está a precisar de nós.
Koró: seja mano, vamos atacar que se faz tarde.
Põem – se a caminho mas não vão só; a guarda avançada formada pelos amigos animais vão com eles numa correria louca mas, sempre alegres e bem dispostos, porque a alegria é vida.
Por entre atalhos e caminhos que, esta parte da Natureza tem, correm todos numa frente ampla, carregados de vontade de bem fazer para que a mãe Terra proporcione a todas as formas de vida, o auge condigno dos seus habitates.
Este bando de vida corre, corre, para levar alegria de viver a outras partes da Terra onde ela chora porque está triste, pelo modo como os humanos crescidos a têm tratado, e têm receio que uma catástrofe natural se abata sobre ela, pela incúria dos seus filhos a quem ela deu vida e que, constantemente a querem destruir lentamente, pelas agressões de que é alvo e, por isso, os manos KK, vão continuar a pôr ordem na Natureza.
Chegam finalmente a uma paisagem que vão ter que aplicar sérios castigos aos humanos crescidos, para que repensem a sua maneira de viver e de tratar a nossa mãe Terra.
Kiri: mas que desgraça mano em que esta zona está, estás a ver o lixo que abunda nesta linda paisagem? Mas que falta de civismo destes humanos que se dizem civilizados? Continuo a dizer, isto aprende – se na escola e o povo diz que, de pequenino é que se torce o pepino.
Koró: infelizmente é muito triste ver o estado deplorável deste ambiente e isso, só prova que as pessoas não foram educadas logo de pequeninas que não se deve fazer mal à Natureza, é como sujarmos a nossa própria casa.
Kiri: vamos ter que montar uma vigília permanente até conseguirmos ver quem são os causadores desta agressão inquqalificável à Natureza.
Koró: isso mesmo, acampemos aqui e vamos aguardar o que vai acontecer, para podermos agir e punir os prevaricadores sem escrúpulos e os mandantes de mais este crime que, estão a fazer à nossa mãe Terra.
Kiri: Colocaram o lixo a céu aberto, que entra em putrefacção, cheirando mal a quilómetros de distância, e que é um perigo para a saúde; mas, eles não pensarão que se estão a prejudicar a eles próprios poluindo o ambiente? Será que não têm inteligência para distinguir o bem do mal?
Koró: eles pensam que deitando o lixo longe da urbe onde vivem, já não prejudica porque não sentem o cheiro mas, esquecem – se dos alimentos que comem que absorvem a água inquinada pelas toneladas de porcaria que fazem, despejando – a na terra.
Kiri: olha mano, lá vêm os carros cheios de lixo para despejar e com certeza é para este lugar; vamos já a caminho deles e perguntarmos qual a razão deste procedimento.
Koró: vamos embora, rápido.
Num ápice chegaram ao pé dos carros e iniciaram o diálogo com um dos motoristas:
Kiri: bom dia meu amigo, posso fazer – lhe uma pergunta?
Motorista: com certeza, faz lá a pergunta, mas despacha – te que tenho pressa e não posso estar aqui o dia todo.
Kiri: desculpe se o estou a incomodar mas, agradecia que me respondesse, se sabe o mal que causa a esta terra, deitando o lixo para aqui a céu aberto?
Motorista: não sei e nem quero saber, pagam - me para transportar e deitar o lixo aqui e por isso, estou – me lixando que faça mal ou que faça bem, e além do mais, vocês não têm nada com isso; desapareçam daqui antes que lhes deite o lixo em cima.
Koró: meu caro senhor, nós só estamos a fazer uma pergunta, para saber a sua resposta, mais nada.
Motorista: Já lhes disse, desapareçam daqui que me estão a fazer perder tempo.
Koró: eu acho que era melhor responder, não custa nada, não estamos a ser mal educados, pois não?
Motorista: vocês vão perguntar à entidade responsável, que eu não quero saber nada disso.
Kiri: deixa mano, vamos embora e vamos fazer o que de ser feito e pronto, não vale a pena conversar com este senhor, já vi que ele tem a mente suja.
Ambos saem da lixeira e de certeza que vão resolver o assunto à sua maneira, porque os prevaricadores merecem uma resposta pronta e adequada, por este crime que estão a cometer a uma região que também pertence à Natureza e merece ser respeitada..
Sem se importarem com os manos KK, porque não sabem do que eles são capazes, os motoristas, com os seus grandes camiões carregados de lixo, provenientes da sua urbe, continuam a descarregá –lo, para a terra já imunda e saturada de suportar tantos detritos produzidos pelos humanos.
Koró: pronto mano, dá – me a tua mão e junta a tua energia à minha, para darmos a resposta aos responsáveis pela urbe que os produz.
Kiri: com todo o gosto mano, vamos lá juntar as nossas forças e chamar então as nossas aves mágicas do Paraíso.
Através das suas mentes fazem um apelo urgente à suas amigas que não tardam em vir em auxílio deste programa que os manos KK fazem tanta questão em levar a cabo.
Pronto aí estão elas, aptas a executar o plano que lhes é transmitido e que vai ser uma grande surpresa para os produtores do lixo que não o tratam.
As aves mágicas levantam voo e num instante sobrevoam a lixeira a céu aberto, dando algumas voltas, para que a sua magia produza efeitos e faça o que tem a fazer.
De repente todo o lixo que a lixeira contem, eleva –se produzindo uma grande nuvem que se desloca lentamente para cima da urbe, provocando uma onda geral de espanto e, ao mesmo tempo, estão muito assustados, sem saber o porquê desta nuvem mal cheirosa formada pelo seu próprio lixo.
Rapidamente todo ele começa a cair sobre a urbe, cobrindo – a completamente e provocando um cheiro insuportável, sem que eles possam fazer alguma coisa para impedir esta situação.
Kiri: vês mano, todos os habitantes da urbe estão indignados por verem as suas casas e ruas cobertas de lixo mas, não se indignam em depositá – lo em terreno a céu aberto, inquinando a água que bebem e os seus próprios alimentos, comendo à sua mesa o lixo que deitaram fora.
Koró: infelizmente esta é a sua forma de pensar e de agir mas, descansa que eles vão provocar uma onda de revolta junto das suas autoridades que, com certeza, vão encontrar uma solução para isto.
Kiri: dizes bem, já estão a juntar – se e vão a caminho dos responsáveis da urbe; agora vamos ver o que eles decidem.
Koró: as nossas amigas aves do Paraíso, continuam a sobrevoar a urbe à espera da solução.
Kiri: olha mano, a solução que encontraram, estás a ver? Estão novamente a recolher o lixo em camiões e vão despejá – lo na lixeira novamente mas, deixa lá que vão continuar a ter a mesma surpresa.
Entretanto, todo o lixo foi depositado na lixeira novamente e ficaram aliviados mas, não tiveram tempo para descanso, porque as aves mágicas do Paraíso fazem com que o mesmo lixo, se eleve novamente e forme outra nuvem e torna a cair na sua urbe, sob o olhar espantado de toda a gente, pois não admira, todo lixo torna a cair na urbe, deixando os seus habitantes e as autoridades à beira de um ataque de nervos, porque se sentem impotentes para contrariar esta situação.
Ainda tentaram novamente fazer a total limpeza à sua urbe mas, teimosamente todo o lixo tornou a cair, para desespero de toda a gente e principalmente das autoridades, até que estas perceberam que tinham que dar outro fim esta matéria residual imunda.
Kiri: estás a ver mano? A nossa persistência deu resultado, finalmente as autoridades perceberam que não compensa deitar lixo à terra a céu aberto; agora já sabem que devem tratar a nossa mãe Terra doutra forma, tendo mais respeito por ela.
Koró: vamos lá ver o que vão fazer a seguir? Espero que ponham a funcionar a inteligência que têm em prole da nossa Natureza que, está cansada de agressões dos humanos que criou.
Kiri: vamos esperar o que vai acontecer.
Koró: agora estou ansioso para ver o que vão fazer com o lixo?
Kiri: podes ficar descansado mano que, eles aprenderam com a lição que lhe demos; de certeza que vão resolver pelo melhor.
Passado algum tempo, as autoridades da urbe, fizeram um complexo industrial só para tratamento do lixo e de um forma bastante boa que, não belisca em nada a Natureza, antes pelo contrário preserva - a.
O mesmo complexo está apetrechado com toda a tecnologia moderna, em que o lixo é totalmente transformado em gás que á armazenado e vendido para a indústria e para consumo doméstico, sem poluir a atmosfera.
Sim senhor uma medida com inteligência e com proveito, fazendo com que todas urbes seguissem este projecto e se apetrechassem desta tecnologia rendível, livrando assim a Terra de uma grande catástrofe ambiental.
Kiri: agora sim mano, temos a nossa mãe Terra livre deste pesadelo, sendo o ar que respiramos mais puro ou praticamente puro, onde a saúde de todos os seres vivos é a mais beneficiada.
Koró: Parece que os humanos crescidos ganharam juízo, fazendo com que a Natureza da Terra se torne num lugar agradável onde todos os seres vivos sem excepção, podem viver a sua vida com todo o conforto.
Kiri: A nossa mãe Terra, vai deixar de chorar com certeza, porque finalmente os seus filhos humanos, resolveram tratá – la com respeito.
Koró: agora, já todas as crianças nas escolas aprendem a amar a Natureza como a eles próprios; a vida assim já pode ser bem vivida como uma festa permanente.
Koró: é uma alegria imensa ver finalmente a Natureza, bem colorida e muito mais viva, onde todos já sabem respeitar todos.
Kiri: finalmente conseguimos que este Planeta seja um lugar para todos e não só para alguns viverem bem.
Koró: Nem aqueles que têm muito dinheiro, conseguiriam viver bem com a Terra conspurcada, apesar de viverem melhor do que os outros, porque tinham mais dinheiro para gastar com a saúde.
Kiri: Já viste mano, agora os alimentos já são saborosos, sem produtos químicos para se produzirem, porque a Terra já está livre de toda a poluição que afligia a Natureza.
Koró: Já se pode comer qualquer alimento porque já acabou a ganância de produzir mais e mais, sem olhar a meios para ganhar dinheiro, sem adulterar os alimentos.
Kiri: Pois é, toda a gente já percebeu que, em primeiro lugar está a saúde para que a alegria volte reinar nos nossos espíritos.
Koró: então, não é tão bom viver assim, onde todos trabalhamos para o mesmo fim como uma empresa gigante, para a defesa da nossa mãe Terra?
Kiri: Nem é questão que se ponha mano; evidentemente que agora, este Planeta vive em paz, com saúde e alegria, onde acabaram as invejas, os ódios, as guerras por tudo e por nada, onde reina o respeito mútuo, acabaram as armas que matavam milhões de seres vivos; as crianças voltaram a sorrir e a brincar como dantes, os humanos crescidos, cumprimentam – se mesmo sem se conhecerem, enfim está tudo como nós planeámos.
Koró: ó mano, não estaremos nós a sonhar? Isto não é bom demais para estar a acontecer?
Kiri: não mano, é mesmo verdade, esta é a nossa mãe Terra que voltou a ser o que era.
Koró: ainda bem, é que de momento parecia que estava a viver um sonho mas, felizmente não é.
Kiri: que linda que é a Natureza, eu gosto de viver assim.
Koró: é mesmo assim mano, também sinto uma alegria imensa que dá para encher o Céu e a Terra e fazer cantar os passarinhos dentro dos nossos corações.
Kiri: até o mar é mais azul que quase se confunde com o Céu, tudo isto é finalmente um Paraíso, onde há lugar para todos sem excepção.
Koró: agora temos que preparar uma festa onde todos vão participar, onde todo o planeta há – de explodir de alegria.
Kiri: mas que grande ideia mano, vamos planear a festa em toda a Terra, pelas nossas artes mágicas vamos contagiar todos os seres vivos para brindarem com connosco a liberdade de viver.
19
Finalmente vem aí a maior festa da vida.
Os manos KK, estão muito felizes e vão organizar a maior festa do Planeta, para que todos os seres vivos, em todos os pontos da Terra, possam festejar a libertação da Natureza de todas as maldades que os humanos fizeram à sua mãe Terra, desde que se consideraram civilizados; foi a partir daqui que, inventaram o dinheiro como classificador da sociedade em que vivem, ricos e pobres.
O início do dinheiro, fez dos humanos o maior problema do estilo da sociedade em que viviam, ganhando a pior qualidade que pode existir entre eles, a ganância, que fez com que entrassem em guerra uns contra os outros, pela ambição de ter sempre mais e mais, nem que seja matando membros da sua própria família.
Por isso, a mãe Terra mandou dois emissários, ensiná – los a respeitarem -se mutuamente e deixar de cometer crimes graves contra o Planeta que lhes deu o ser e hoje, felizmente, todos vivem como se estivessem no Planeta dos Anjos.
Os manos KK, começam a planear como vai ser a grande festa da Natureza:
Koró: pronto mano, já temos a nossa missão cumprida e agora só nos resta comemorar a libertação da vida, que é a coisa mais bela que a Natureza nos deu.
Kiri: gostei muito, mesmo muito da nossa missão mano, nem calculas como me sinto orgulhoso do papel que desempenhámos neste grande palco que é a Natureza, onde todos representamos o que sabemos.
Koró: aqui, todos sabemos representar o papel de viver o melhor que sabemos, e é por isso que, uns representam melhor do que outros, conforme a arte de cada um.
Kiri: todos temos lugar neste palco da vida que é apenas uma passagem efémera pelo colo da nossa mãe Terra e os humanos pensam que são donos eternos da vida, coitados, nem sequer sabem pensar;
Koró: agora que estão domesticados, pode ser que finalmente aprendam a viver a vida que é bela como a Natureza a que pertencemos.
Kiri: bem mano vamos mas é pensar na grandiosa festa onde todos vamos ter lugar e todos somos importantes.
Koró: vamos chamar toldas as aves mágicas do Paraíso, para transmitirem a todos os seres vivos que estejam atentos ao sinal do início da festa que vamos realizar, para que, todos ao mesmo tempo, possamos dar asas à nossa alegria, no palco gigante que a mãe Terra nos deu, que é a Natureza.
Os manos dão as mãos, fecham os olhos mas, com a cabeça levantada para o Céu e assim, chamam as aves mágicas que apareceram aos milhares para receberem ordens, para que todos executem à mesma hora a festa da vida.
Kiri e Koró, fazem gestos de magia para toda a turma das aves e depressa se puseram a voar, de modo a cobrir todo o planeta e transmitir a todos os seres vivos o momento exacto da festa começar; o sol quase fica tapado pelas aves mas, reflecte por entre elas os seus raios luminosos para a Natureza, parecendo querer colaborar também na onda de alegria que vai invadir o Planeta.
Está tudo a postos e os manos KK representam os maestros erguendo os seus braços para o Céu e gritam bem alto, ALELUIA, ALELUIAAAAAAA, VIVA A VIDAAAAAAAA, ouvindo – se em todos os cantos da Terra e assim, todos os seres vivos iniciam a grande festa, cantando ao mesmo tempo, com as suas próprias vozes, fazendo – se ouvir na Terra e no Céu como se fosse o hino da alegria em honra da vida libertada e da reconciliação entre todos os seres vivos que povoam a Natureza.
A Terra, agora chora de alegria por ver e sentir que todos os seus filhos podem andar livremente pela Natureza sem atropelos de ninguém porque, agora são todos amigos, e estão unidos para lutar pela mesma causa, manter a Natureza viva e colorida.
Os manos KK, nesta zona onde se encontram, com os seus amigos animais, cantam, dançam, correm, abraçam – se ao pescoço dos animais mais fortes, com uma música especial dos passarinhos que os sobrevoam, contagiando até todas as plantas que se abanam constantemente, dançando ao ritmo da música, com a colaboração do amigo vento que também colabora na festa e contagiam todos os restantes seres até no ponto mais distante da Terra, que também acompanham a dança da vida.
Koró: dança mano, dança, que hoje e sempre será o dia da Natureza que, nos vai cuidar da vida até que ela fique cansada.
Kiri: ó mano este momento é lindo; não estás ouvir também todos os nossos amigos em todo o Planeta manifestando a sua alegria?
Koró: Estou sim mano, sei que estamos todos no mesmo barco, e vamos continuar para sempre, como grandes amigos.
Kiri: dança amiga girafa, canta amigo grilo, vamos continuar a nossa festa até o sol se pôr que, nos vai fazer descansar no manto da noite coberto de estrelas que cintilam no Céu, iluminando as nossas vidas.
Koró: a Terra está a tremer de riso por ver o ar desajeitado com que os hipopótamos e os elefantes dançam com os seus corpos pesados e desajeitados que, também dão asas à sua alegria.
Kiri: é verdade mano, ela está mesmo a rir por ver tanta alegria há muito arredada da sua Natureza, não é só pela dança desajeitada de alguns dos seus filhos, ela está mesmo contente.
Quer no Polo Norte, quer no Polo Sul, assim como no centro e em todos os lugares da Natureza, a vida está mais viva do que nunca e transparece na cara de todos os seres vivos que, têm os seus olhos cheios de luz, que as estrelas empresta – lhes, sendo agora, hora de descanso para todos.
Adormecem em paz e entram num sonho profundo onde só a paz é possível.
Depois de um longo sono, os manos KK acordam, bocejam e espreguiçam -se.
Kiri: ai mano que sonho tão bonito que eu tive, quem me dera que fosse realidade.
Koró: tem piada, eu também tive um sono muito bonito e também digo, quem me dera que fosse realidade.
Kiri: não me digas que tivemos o mesmo sonho?
Koró: conta – me o teu sonho mano.
Kiri: sonhei que a Terra era a nossa mãe e nos incumbiu de defender a Natureza e acabámos numa dança global.
Koró: foi exactamente o que eu sonhei mano; como foi isto possível?
Kiri: também digo o mesmo mano, mas foi bom sonhar assim e por momentos pensei que todos os seres humanos se reconciliaram e eram eles também os grandes protectores da Natureza.
Koró: é pena mano que este sonho não seja real, ia ser tão bom, não achas?
Kiri: pois é mano, mas os humanos destruirão a nossa Natureza e todos vamos morrer com ela, essa é que é pura realidade.
Koró: não sejas tão pessimista mano, nem todos os humanos são assim como dizes; também há uma parte deles que zela pela Natureza.
Kiri: é verdade o que dizes, mas são uma gota de água no oceano e alguns desses grupos associam assim, porque é uma forma de ganhar dinheiro.
Koró: ainda voltando ao nosso sonho, tenho tantas saudades dessa virtualidade que, não me importava de continuar a sonhar, ao menos vivia momentos bons na ilusão.
Kiri: ó mano, isso é tempo perdido, não podemos deixar que a ilusão nos domine, nem dominarmos a ilusão, temos que viver a pura realidade para podermos viver, sabendo o que nos rodeia para nos podermos defender.
Koró: sonhar também é bom e às vezes há sonhos que se alcançam e que nos ajudam a concretizar o que pensamos e que às vezes, parece inatingível.
Kiri: com este sonho, aprendemos coisas muito importantes que, ninguém nos ensina na escola, ajudar a proteger a Natureza e que todos devemos ser amigos.
Koró: boa, amanhã vamos dizer à professora que nos ensine muitas coisas sobre a Natureza e o comportamento das pessoas.
Kiri: achas que ela nos saberá ensinar mais do que aquilo que aprendemos no sonho?
Koró: com certeza mano, por isso é que ela é professora e deve ter estudado para nos ensinar.
Kiri: o outro dia vi ela estar a comer um gelado e deitou o resto para a rua, e isso não se deve fazer, não achas?
Koró: é verdade mano, mas ela é humana e também erra como os outros.
Kiri: mas devia dar o exemplo aos alunos, está bem?
Koró: pois sim, mas também os políticos dizem uma coisa e fazem outra e os adultos continuam a votar neles.
Kiri: bah! Isso de política não me interessa, o que eu quero é jogar à bola, brincar e estudar.
Koró: e se fôssemos jogar à bola com os nossos amigos?
Kiri: boa mano, vamos esquecer este sonho e viver a vida de criança enquanto é tempo, porque amanhã já somos adultos e já não podemos voltar atrás.
Os manos Kiri e koró acordaram de vez para a vida e agora são mais dois passarinhos que vão encantar a Natureza, com as suas tropelias próprias da idade, para que a esperança na humanidade não morra.
FIM
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