HOMENS

Homens humanos e homens, habitam selvas de pedra que, enchem a Terra de pedras, como as tocas de coelhos e em cada toca vive normalmente uma família, com amor ou sem amor, com pequenas flores ou não que, nasceram com ou sem amor mas, não pediram para nascer; essas pequenas flores merecem todo o amor mas, merecer é uma coisa e ter é outra; umas nascem em vasos lindos e outras em vasos simples mas, não deixam de ser flores tão bonitas como as outras, pois elas não escolhem onde querem nascer, por isso, merecem todo o amor e carinho mas, muitas infelizmente não os têm e não chegam a ser tão viçosas como as que têm amor; por isso muitas morrem de tristeza e maus tratos, ou de abandono e por vezes tornam – se ervas daninhas, em lugar de flores lindas e viçosas. Não foram elas que escolheram o “ser” ou o seu habitat, foram simplesmente atiradas para a rua, e ali cresceram em qualquer canto, sem serem tratadas, no entanto, algumas ainda se salvam, quando são apanhadas por pena e replantadas em vasos dignificantes, próprios para as flores que embelezam a natureza.

Há muitas flores que nasceram em vasos lindos mas, por circunstâncias várias, fazem – se ervas daninhas, talvez ainda piores do que as outras, porque são mais fortes e robustas mas, também sofrem e morrem como as suas semelhantes, só que levam uma vida mais requintada e ninguém nota que são ervas daninhas, nascidas em lindos vasos, porque se apresentam lindas e viçosas mas, muito mais perigosas, porque escondem na sua aparência a alma do diabo.

Os homens esquecem – se que já foram flores como estas e hoje tornaram – se árvores fortes ou fracas mas, não deixam de ser árvores, no entanto, muitas nem sequer dão sombra, porque já não têm sombra para dar, são invisíveis, derrubando sempre que podem quem se encosta demasiado a elas, porque não querem que ninguém lhes faça sombra, querem o Sol só para elas.

Mais tarde ou mais cedo, a natureza também as faz secar e são derrubadas como as outras pela força do tempo, enquanto as outras mais fracas, um simples sopro de vento as faz cair e também morrer, porque já nasceram fracas e nunca foram alvo de qualquer tratamento mas, a natureza é impiedosa, não faz distinção, quando o seu tempo acabou, quando é hora de cair, caem mesmo, sejam fortes ou fracas, lindas ou feias, todas têm o mesmo destino.

Toas as flores têm uma vida que, é a maior fortuna que a natureza lhes deu mas, depois de adultas, as que cresceram tortas e com a mania que são fortes, não deixam crescer as outras que estão perto e que lhes podem fazer sombra; então deitam fora a fortuna de vida, como se fossem simples pedras que, as pequenas flores deitam ao mar, porque não souberam guardar a esperança, nem fizeram nada para se tornarem direitas e agora nunca mais virão à superfície, ficam caladas eternamente no fundo do mar.

É tão bonito ver na natureza árvores frondosas e à sua sombra acolhem sempre todas as flores sem distinção de raças, fazendo com que elas enriqueçam a natureza, sem ervas daninhas mas, a natureza acolhe todas as árvores, flores lindas ou feias e até as ervas daninhas, sem distinção e cada uma em função daquilo que a natureza lhes dá, crescem fortes ou fracas, boas ou más; apesar de tudo não deixam de ser filhas da natureza mas, atenção que esta mistura tem a sua perigosidade, porque pelo contacto, as boas se podem transformar em más e as más em boas; elas têm por si só escolher a sua opção de vida, quando não têm regras para crescer.

Se o amor acompanhasse o crescimento das pequenas flores que nascem sem ele, com certeza que não cresciam como ervas daninhas mas sim como lindas flores mas, como elas não escolhem os vasos, os campos e os jardins onde crescer, têm que nascer e crescer conforme as leis da natureza, com ou sem amor, em terra boa ou má.

A sociedade humana é o jardim ou a selva da natureza que escolhe de quem, com quem e o que será cada uma das flores.

O amor pode matar quando ama demasiado e aperta no seu peito com muita força qualquer flor, portanto, o amor demasiado também é doentio e prejudicial a qualquer ser vivo, portanto, também é preciso saber dar amor.

 

 Estêvão

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Wednesday, May 30, 2012 - 09:11

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José Custódio Estêvão

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