Extravio de si

Viu-se no ar discreto sobre as copas das árvores
Um pássaro cujo nome Sentido,
Flutuava macio solerte aos ares céus seus campos
Na cavalgada de aves a lutar com os ventos.
Bicos intuitivos com pontas agudas
Em anseios seios nuvens
A amansá-las para tornar-se amante da brisa antiga namorada do além.

Amável céu que não há par,
Estudo do puro que não há livro.
Tão antigo quanto um segundo,
Tão severo quanto cravos na pele de Javé.

Levou-me consigo,
Deixou-me ao topo de todos os nortes do logo,
Foi breve
“Logo, sem palavras tu regressarás em busca doutros curiosos filhos do o quê”,
Por cúmulo assentou-se vazio
Na hombridade cansada daquilo que não existe contar.

Todos ausentaram-se de suas carnes,
Mas pegaram outros rumos.
O Sentido morreu ao trazer em seu voo a morte.

Soube que era errado mostrar a ele o fora daqui,
Pois bem!
Fiz-me de seu tino.
Soube que foi a automorte tão desventurada
E assim arremeteu-se forte na morte
Tão pobre Sentido.

Submited by

Tuesday, September 25, 2012 - 16:10

Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 14 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion Cama sartriana 2 1.467 08/08/2009 - 01:53 Portuguese
Poesia/Intervention Ópium fumando Maio 4 1.070 08/05/2009 - 21:05 Portuguese
Poesia/Erotic À sorrelfa 3 1.294 08/05/2009 - 17:08 Portuguese
Poesia/Meditation Leitmotiv 1 1.666 08/05/2009 - 16:22 Portuguese