Era uma vez um Beija-Flor

Era uma vez um beija-flor
Que voava de flor em flor,
Na esperança de encontrar
O seu amor.

Beijou tanta flor,
O beija-flor,
Mas não havia
Sinal do seu amor!

Começou então a desesperar,
Já não tinha mais vontade de voar!
O seu desânimo era tal,
Que quase desistiu de encontrar
A sua flor ideal!

Mas a esperança não se desvaneceu,
E com muita perseverança,
O que ele tanto desejava
Um dia aconteceu.

No meio de um vasto e extenso roseiral
Estava a rosa mais formosa de todas.
Essa rosa tão formosa
Era a sua flor ideal.

Era ela, era ela,
Aquela rosa tão bela
Tão formosa,
Tão cheirosa…!

Estava iludido, o beija-flor!
Quando a ia beijar,
Ela fechou o coração ao seu amor
E disse-lhe para não a amar.

Ele ficou triste, frustrado,
Estava tão apaixonado!
Levou tanto tempo para a encontrar,
Para no fim não a poder beijar!

Apesar de não poder beijá-la,
Ele não deixou de a amar
E nunca deixou de acreditar,
Que um dia haveria de a conquistar.

Era tão forte o seu amor por ela,
Que não quis mais ser um beija-flor.
Deixou de voar de flor em flor
E ficou esperando por ela,
Para sempre, suspirando pelo seu amor.

José Vidas
1992