OLHAR PARA O CHÃO

OLHAR PARA O CHÃO

 

Em tempos escrevi um poema,

Já não me lembro qual era o tema.

Só sei que eu próprio chorei,

Do poema que criei.

Lembro que falava de felicidade,

E também da vaidade,

Que uma pessoa tinha,

E mais nada me advinha.

Porque será que me esqueci,

Do tema que eu escrevi,

E que agora queria recordar,

Para poder contar.

Tenho pena de ter esquecido,

Pois é conhecimento perdido,

E agora queria tê – lo,

Mas não consigo revê – lo.

Ah! Agora já sei,

Agora mesmo me lembrei,

Ele veio à minha memória,

Para contar a sua história.

Falava então duma pessoa feliz,

Que começou por ser aprendiz,

E mais tarde ficou importante,

Por deixar de ser ignorante.

Todo ela se envaideceu,

Por deixar de ser plebeu,

Depois pensava que sabia tudo,

Mas não tinha canudo.

Olhava com desdém,

A quem era como ele foi, porém,

Um dia um pobre amigo,

Veio ter consigo.

Sei que agora és um sabichão,

Já não olhas para o chão,

Até esqueceste a origem tua,

E não pisas a mesma rua.

Podes pensar que és rei,

Do saber desta grei,

Mas tu não sabes tudo,

Com essas vestes de veludo.

A vaidade te destruiu,

E a tua vida ruiu.

Perdeste a humildade,

Que te dava a felicidade,

Passaste a ser ignorante,

Apesar de seres importante.

A vaidade de pensar que sabemos,

De tudo o que aprendemos,

Pois ela não dá enriquecer,

A quem tem muito que aprender.

Quem era teu amigo desabafou,

E agora para além me vou,

De ti não quero saber,

E como amigo não te quero ter.

 

2008-Estêvão

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Wednesday, October 24, 2012 - 09:56

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José Custódio Estêvão

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