POR FAVOR
POR FAVOR
Por favor, não façam barulho, deixem – me dormir,
Ninguém pode adivinhar o que estou a sentir,
O meu silêncio é de ouro e faz – me meditar,
Por isso eu quero o silêncio do meu sono,
Do qual sou eu mesmo o seu próprio dono,
É com ele que eu quero estar,
O meu silêncio é igual à minha solidão,
É apenas um momento que me faz bem ao coração,
Além do mais, é o meu melhor conselheiro,
Dá – me a paz ou a guerra e guerra eu não quero ter,
Apenas quero o meu silêncio antes do meu nascer,
Quando estou com ele a pensar no meu travesseiro.
Não quero este silêncio todos os dias,
Quero também ouvir cantar e dizer alegorias,
Ouvir as vozes das crianças brincando,
Pois não quero o silêncio que me faz assustar,
Mas, sim o ruído do silêncio ao meu acordar,
Com a alegria da minha alma cantando.
Chamem por mim quando o silêncio for por muito tempo,
Quero sentir o sibilar forte vento,
Quero um abraço do silêncio do amor,
E ouvir dizer em segredo que ele me ama,
Para sentir o seu calor na minha cama,
Com toda a sua magia, mas sem a sua dor.
Os momentos do silêncio não dispenso,
Quero sentir o peso das coisas que eu penso,
Com palavras de conforto ao meu ouvido,
Não quero o silêncio que se diz eterno,
Mas, sim o silêncio das folhas que caem no Inverno,
E que vem do chão inerte, o seu gemido.
Quero ouvir o quebrar do silêncio da chuva que cai no chão,
Abraçar a chuva e senti – la escorregar pela minha mão,
Ela dá vida ao chão que todos os dias piso,
Silenciosamente do chão de onde brota a vida,
Silenciosamente cresce sem ser sentida,
E o silêncio me vai comandando o meu siso.
2008-Estêvão
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