SOLIDÃO

Solidão

Um sorriso quebrado de medo e solidão,

É uma alma só, a quem partiram o coração,

Não tem olhar para o azul do céu,

Vive, existe, mas perdeu a esperança,

Não tem força de viver nem de vingança,

É uma alma que fugiu do mundo e se perdeu.

Um sorriso fugidio foi lançado para o não,

Abraçou o só de olhos postos no chão,

Foi exilada dentro da sua própria existência,

Quebrada pelo desânimo e pelo seu auto desdém,

Consentiu morrer dentro da sua alma que ainda tem,

Desprezando o mundo com a sua coerência.

Digo – lhe em voz baixa mas muito sentida,

Acorda, não deixes que a solidão se torne a tua guarida,

Espreita pela janela, olha o campo todo verde,

Olha o Sol a brilhar como se fosse ouro fino,

Grita para a vida e canta o seu hino,

Pois na vida tudo se transforma nada se perde.

Tavira, 28 de Maio de 2009 - Estêvão