O VALOR DAS PALAVRAS




O valor das palavras

 

 

Do que não sei, não ouço e não vejo, nunca falarei,

Só opino, sobre o meu saber e mais nada direi,

Abrir a minha boca para soltar palavras aleatórias,

Não, não quero, prefiro predendê - las nos meus lábios,

Não quero ser incluído nos falsos sábios,

Quero sim, falar do que sei, não de falsas histórias.

 

Passar por bobo e soltar opiniões de riso,

É faltar à verdade que defendo no meu juízo,

Não quero habituar - me a soltar palavras para deitar fora,

Nas minhas costas não quero que se riam da minha frente,

Não quero ser considerado de quem fala mente

Defendo a sensatez, a dignidade, delas não me quero ir embora.

 

Deixar que as minhas palavras as leve o vento,

Só para que seja ouvido e manter presença no tempo?

É melhor falar para os surdos, esses não me ouvem,

É também a ficar calado e aprender do que ouvirei,

Para aprender a julgar e saber depois o que direi,

Não me importo falar pouco mas ouvir o que respondem.

 

Dizem que com o vento voam as palavras ocas,

Prefiro não balbuciar palavras que sejam consideradas loucas,

Palavras, só palavras não têm qualquer valor,

É necessário que delas nasçam as obras do seu sentido,

Para que o vento não as leve como um simples bramido,

Pois as palavras apenas se completam com obras do seu autor.

 

 

 

 

Tavira, 27 de Julho de 2009 - Estêvão

 

 

 

 

 

 

 

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Sunday, December 23, 2012 - 15:34

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José Custódio Estêvão

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