"Ao Poeta Mor"
Perdoa-me por ter te lido tão pouco,
perto do que deveria eu ter te lido.
Poderia talvez assim ter me permitido
sentir-te melhor, não buscar entender-te.
saber entender o silencio das tuas palavras
(tão bem escolhidas)
tão contrárias a música garagarejante das minhas...
São teus ditos constritos transbordando de loucura
que me fascinam, a tua luz, a tua escuridão.
A tua tristeza dissimulada de alegria
evidencia a tua generosidade em poupar
os outros do teu eterno e angustiante sofrer.
Tu muda minha poesia, questionas minha alma (antes de mim)
E eu, pobre ser infame, te trato assim vulgar,
como um lugar qualquer,
Por um simples e único pecado, te querer...
Perdoa-me por aceitar a cegueira que tua beleza me imputa,
perdoa-me por te fazer comum para não torna-lo impossível
perdoa-me por reduzir-te ao âmbito da minha virtual cegueira
e pro fim perdoa-me por pensar que poderás não me perdoar
(pois sei que em algum recôndito da tua alma escondes um afeto por mim)
A um grande poeta que já morreu, meu grande e infinito amor, um ser de Luz que com sua sonante música em forma de poesia me despertou...
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Comments
Re: "Ao Poeta Mor"
Sem dúvida digno desta homenagem :-)
Bjos
Re: "Ao Poeta Mor"
Gostei... tens bom pergaminho. Força aí.
Re: "Ao Poeta Mor"
Este poema soa-me a homenagem e ao mesmo tempo a um sincero acto de contrição. Sinto nele nuances de saudade, de tristeza, de arrependimento e de gratidão.
Como em tudo na vida, quando percebemos o que deviamos, e como deviamos te feito, é normalmente tarde demais... mas estas suas palavras chegaram por certo a esta pessoa especial (onde quer que esteja) e por certo sorriu ao lê-las e perdou-lhe...(ainda que não haja nada a perdoar, a vida é como é e pronto)
Re: "Ao Poeta Mor"
Chegou sim Hisalena, tenho certeza, lá onde ele vive, já deve ter sido postado, no céu com azul dourado, é para Fernando Pessoa, meu grande libertador !