anacrônico

Aparou as arestas que a vida insistia em lhe fazer sobrar, forrou o chão com recortes de lembranças que desejava esquecer, mesmo que isso significasse alguns segundos de paz.

Respirou uma, duas, três vezes... Roubando o ar de toda terra para si, mostrando ao mundo que aquele momento era apenas dela e de mais ninguém. Não haveria substancia magica ou palavra escrita que a fizesse mudar de ideia, de rumo ou de sorte.

No jogo da vida, os dados ao rolarem na mesa, hora davam números pares e em alguns momentos cambaleavam quase bêbados números impares... Fazendo dar um pouco de sentido a bagunça quase perfeita, que eram seus romances e sua vida.

Arrastava seus pés para além da terra de sua imaginação e sonhava com dias anacrônicos, para ser a gota de cor no meio de uma multidão perfeita com suas vidas feitas de cristal.

O que cheirava a velho e antiquado como seus livros, tinham mais valor... Parecia que cada pagina compunha um pedaço de sua vida, cada passar de mão por capas, fazia se sentir mais inteira e mais forte. Dentro de seu pensar, além de seus segredos íntimos, estavam à fonte de toda sua força, escondido quase sufocado pelo dia a dia, lá aonde não se poderia tocar, estava sua imaginação.

Não estava pronta para sentir uma vida, com textos de romantismo apelativamente baratos, desejava o requinte de ser única, o glamour de só ela saber, como é se sentir de uma forma desesperadamente viva.

Capturar na retina, a imagem delirante que apenas uma alma capaz de entrar em ebulição pode sentir. Enquanto algumas buscam o ar de purificação, ela diferentemente, gostaria de sentir todos os pecados do mundo. E para isso, sabia que além de viver, é necessário abrir os olhos.

Submited by

Tuesday, September 2, 2014 - 01:25

Críticas :

No votes yet

Pablo Gabriel

Pablo Gabriel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 2 years 43 weeks ago
Joined: 05/02/2011
Posts:
Points: 2944

Add comment

Login to post comments

other contents of Pablo Gabriel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Críticas/Miscellaneous O futebol é simples, complicado são os esquemas táticos. 0 1.513 05/24/2021 - 13:23 Portuguese
Poesia/Meditation [A mesa está posta] 0 1.273 05/13/2021 - 19:02 Portuguese
Poesia/Meditation [Nós] 0 1.093 01/11/2021 - 13:44 Portuguese
Poesia/Meditation [Neon] 0 1.255 07/23/2020 - 13:32 Portuguese
Poesia/Passion [Negra] 0 1.388 05/22/2020 - 17:23 Portuguese
Poesia/Meditation [Pulsar] 0 1.673 04/30/2020 - 18:43 Portuguese
Poesia/Meditation [Teias] 0 2.429 03/16/2020 - 13:24 Portuguese
Poesia/Thoughts [As vozes] 0 2.149 02/12/2020 - 18:15 Portuguese
Poesia/Meditation [Vento] 0 1.868 02/10/2020 - 13:13 Portuguese
Poesia/Thoughts [Queda] 0 2.350 01/23/2020 - 19:15 Portuguese
Poesia/Love [Invisíveis] 0 1.754 01/06/2020 - 17:06 Portuguese
Poesia/Meditation [Casas invisíveis] 0 2.807 12/13/2019 - 16:59 Portuguese
Poesia/Meditation [PÓ] 0 2.040 12/09/2019 - 14:01 Portuguese
Poesia/Thoughts [A hora mais escura] 0 2.114 09/27/2019 - 17:59 Portuguese
Poesia/Thoughts [Urubus] 1 2.208 09/27/2019 - 12:24 Portuguese
Poesia/Thoughts [Fantasma] 0 1.874 09/19/2019 - 20:31 Portuguese
Poesia/Love [Teus lábios] 0 2.452 08/15/2019 - 14:01 Portuguese
Poesia/Meditation [Á deriva] 0 2.994 05/08/2019 - 14:29 Portuguese
Poesia/Meditation [Vazios] 0 2.750 04/03/2019 - 20:00 Portuguese
Poesia/Meditation [Círculos] 0 3.111 03/12/2019 - 16:34 Portuguese
Poesia/Meditation [Mundo] 0 3.123 12/07/2018 - 19:47 Portuguese
Poesia/Meditation [Curtido] 0 3.212 11/26/2018 - 19:20 Portuguese
Poesia/Meditation [Caminhar] 0 2.384 11/21/2018 - 13:21 Portuguese
Críticas/Miscellaneous [A filosofia do povo] 0 5.464 10/30/2018 - 13:13 Portuguese
Poesia/Meditation [Morto] 0 4.083 10/25/2018 - 18:56 Portuguese