A tenaz negação do eu,

A tenaz negação do eu,

Ideias ao acaso, avulso e acidentais
Como um vaso cheio meio de barro,
Que se vaza, sem forma pensada, insurreição
Ou o avesso, a ideia elevada de verdade

Sem que se altere a série de curtas noções,
E o que está dentro, génio, intuição
Ou simples tensão de conteúdo,
De forças apostas, alívio das margens

Num vitral ou antagonismo apoiado
Em máculas, aos poiais da opinião
Dos outros, espécie de iluminura derrotada,
De asas podadas e da espessura do magma,

A tenaz negação do eu, alienada
Fruta que não matura, cai protagonizando
O invés ou apodrece na serenidade
Da árvore, o ácido e a acidez do vómito,

E ao mesmo tempo, num mesmo placebo,
Os vícios inaturais da pera, dura e impulsiva
A “ilucidez” da conversa comigo mesmo,
O futuro torturando o presente,

Tão falso é, o suposto ser “a sério”,
De verdade, pobre infeliz sou eu,
Que me surpreendo a ocupar espaço,
A concorrer com a existência livre do átomo

Se me sinto nulo, estéril, plano
Como atmosfera, liso e sem personalidade,
Incerto de tudo, da fórmula orgânica,
Para me transpor do interior das córneas,

Com a força íntima da garganta, acidental
O incesto com o absurdo, eu próprio
Bastardo do negado indulto, obrigando-me
A ler nos próprios lábios, ideias ao acaso

E avulso, a auto negação do eu …

Joel Matos ( 25 Janeiro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Monday, June 21, 2021 - 12:34

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 16 weeks 5 hours ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comments

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

obrigado pela leitura

obrigado pela leitura

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/Aphorism maquina do tempo 0 9.202 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism cheiro de vento 0 8.533 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sei 0 7.747 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism espanto 0 6.724 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism coraçaõ largo 0 6.063 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sempre 0 4.866 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism quando 0 6.743 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Balada para um turco 0 7.807 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Francisca 0 10.067 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism tudo e nada 0 8.693 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Priscilla 0 10.402 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Asa calada 0 11.959 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism flores d'cardeais 0 10.140 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Magdalena 0 9.144 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism peito Abeto 0 9.041 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism rapaz da tesoura 0 9.213 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Koras 0 10.719 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism escrever pressas 0 4.819 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism não tarde 0 8.066 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism fecha-me a sete chaves 0 7.101 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism inventar 0 10.243 11/19/2010 - 19:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated professas 0 9.201 11/19/2010 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism amor sen'destino 0 15.878 11/19/2010 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism andorinhão 0 10.629 11/19/2010 - 19:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sentir mais 0 8.418 11/19/2010 - 19:13 Portuguese