Cantem as canções que não escrevi
Quando quiserem arrancar meu coração
Fique a vontade
Nada importa mesmo depois do adeus
Nem mesmo os pensamentos são precisos
Então, arranque-o e jogue fora
Bem longe do chão onde pisei os meus pés.
Cantem as canções que não escrevi
As melodias que nem mesmo imaginei pudesse existir
Não quero sentir o silêncio que sinto agora
Apenas os sorrisos vão me alegrar
Caso alguém ainda consiga sorrir
Quando arrancarem meu coração.
Coração, por que tremes de medo?
Você mesmo é que pediu por tudo isso
Quando deixou-se ser ludibriado de forma tão singela
Pensou que dominaria qualquer desejo
E não sabia que não controlas as emoções.
Fechem os olhos e apenas imaginem
A viagem mais distante que puderes
Além do horizonte existe uma viva lembrança
De tempos imemoriais que não foram apagados
Saudades que nem é preciso tentar esquecer
Porque está impregnado na pobre alma mortal.
Às nuvens indicam um bom sinal
Pode ser que esteja agora na entrada do Paraíso
E vou descansar dos dias maus
Que atormentavam minha alma poética
Com pensamentos intermináveis
Sem mesmo dar-me alguma explicação.
Não adianta ter medo, meu pobre coração,
Você já foi desterrado para sempre
Arrancado de sua morada silenciosa
Onde acreditava estar seguro para sempre
Quando na verdade,
Era apenas mais um inquilino indesejável.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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