À mágoa
Na hora exata em que surge a morte,
No culto vago a imensidão;
O homem, nu a escudos vai ao chão,
E amaldiçoa o tempo pela má sorte
De não ter ao menos pedido desculpas.
-E nessa hora ele destrói a mente...
Mas o ser caído insiste em ir a frente,
Enterrando a mágoa e suas culpas
No barro da negação amarga.
E enquanto a pútrida carne afaga,
A faca da perca o rasga; e o lança ao vão.
E por fim, no póstumo momento ao luto,
Demonstra se morto, em gesto mutuo,
Ao ente sincero que jaz no chão.
Submited by
Friday, September 4, 2009 - 13:23
Poesia :
- Login to post comments
- 660 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of RobertoDiniz
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Videos/Profile | 570 | 0 | 1.746 | 11/24/2010 - 23:00 | Portuguese |
![]() |
Videos/Profile | 571 | 0 | 1.431 | 11/24/2010 - 22:51 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Profile | 1916 | 0 | 1.471 | 11/24/2010 - 00:41 | Portuguese |
![]() |
Fotos/Profile | 1609 | 0 | 1.362 | 11/24/2010 - 00:39 | Portuguese |
Poesia/Comedy | O Soluna | 0 | 1.325 | 11/18/2010 - 16:40 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Fantasmas em insetos | 0 | 996 | 11/18/2010 - 16:11 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Encantos da meia lua | 2 | 1.086 | 09/14/2010 - 01:52 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | No solo do desespero, vaguei em saudade | 3 | 1.116 | 09/12/2010 - 01:54 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Sobre meninas | 1 | 1.102 | 09/10/2010 - 22:49 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Rapinas noturnas | 3 | 1.094 | 09/10/2010 - 14:33 | Portuguese | |
Poesia/Comedy | Devanio em sangue | 1 | 1.283 | 09/08/2010 - 01:29 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Confessionário interno | 3 | 1.088 | 09/02/2010 - 20:22 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Segredos & medos | 1 | 1.015 | 05/15/2010 - 15:00 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Desiquilíbrio | 2 | 1.030 | 04/25/2010 - 17:01 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Gracejos | 1 | 1.142 | 03/30/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Ao fim da busca | 1 | 1.004 | 03/30/2010 - 18:08 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Hoje me sepulto e ressuscito. | 1 | 1.129 | 03/24/2010 - 17:11 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | À neblina | 1 | 1.165 | 03/24/2010 - 17:11 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | A uma praça de enforcamento | 1 | 1.065 | 03/23/2010 - 12:25 | Portuguese | |
Poesia/Love | Bobagens ao ouvido | 3 | 1.017 | 03/04/2010 - 21:10 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Dar-te ei, minhas costas a um imigo... | 2 | 1.198 | 02/22/2010 - 14:34 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Cancro de verão | 2 | 1.095 | 02/17/2010 - 16:48 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Ao pulsar conjunto | 3 | 1.041 | 01/24/2010 - 18:45 | Portuguese | |
Poesia/Sonnet | Ao sentir. Em ironia | 2 | 1.309 | 01/24/2010 - 14:22 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Para um oceano | 3 | 948 | 12/18/2009 - 19:49 | Portuguese |
Comments
Re: À mágoa
Foi basicamente isso, o ente querido, no caso; pai desse meu grande amigo, era o finado. Eles estavam brigados na época do óbito. Isso em si, creio eu, foi o motivo da grande tristeza. No tal caso, a culpa superou a perda.
Re: À mágoa
RobertoDiniz!
Gostei, mas vamos ver se entendi!
E por fim, no póstumo momento ao luto,
Demonstra se morto, em gesto mutuo,
Ao ente sincero que jaz no chão.
Penso tratar-se da dor pela perda do amigo, não ter pedido perdão, e ter ficado com dor de conciência, e se atira também desesperado ao chão!
MarneDulinski
Obs.: caso tenha errado, chame-me a atenção!
Re: À mágoa
Gostei de ler!
A mágoa já merecia também um poema!
breizh
Re: À mágoa
Flávia, o texto não é sobre mim. Não são minhas tais reações e sentimentos impostos; na verdade são de um grande amigo, no velório de um ente muito querido do mesmo. Apenas transportei os fatos neste soneto.
Re: À mágoa
Oi Roberto,
"E nessa hora ele destrói a mente...
Mas o ser caído insiste em ir a frente,
Enterrando a mágoa e suas culpas"
É uma verdade, porém triste... pois ao enterrar nossas mágoas e nossas culpas perdemos uma grande oportunidade de aprendizado e reflexão sobre nós mesmos! O bom seria se pudéssemos ir em frente sem destruir nossas mentes, levantando com coragem e caminhando por sobre a dor... mas certos de que ela é passageira e necessária para nossa evolução.
Parabéns pelo poema!