Os destinos mil de mim mesmo.

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Submited by

Friday, November 24, 2023 - 11:01

Ministério da Poesia :

No votes yet

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 weeks 2 days ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42009

Comments

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Joel's picture

Os destinos mil de mim

Os destinos mil de mim mesmo.

A minha história é cheia de ângulos invisíveis e de coisas incertas, arestas
Rasas, cegas tal como folhas movidas pelos ventos,
Que sou levado a crer serem movimentos circulatórios,
Acidental a disposição delas e a minha, circulam indecifráveis
Nesta ou em outra área mais dobrada do parque,
Num alegre, bucólico canteiro de flores ou no alpendre de uma casa térrea,
Igual a esta onde me limito ao poder diminutivo das horas,
À tolerância constância dos dias.

É neste esvoaçar constante, lento,
Que residem as lembrança, e acaso o eterno,
Como se a vida não fosse um abissal eco,
Uma vertente com cantos inclinados,
Quais fingimos amar seguindo regras não escritas,
Impostas à partida, estritas e apregoadas até à exaustão,
Aos quatro ventos.

Sinto-me um insólito inverno, um intruso indiscreto,
Um melancólico desconhecido até para mim mesmo,
Como tivesse sido sequestrado por uma sombra esguia, vazia,
Com a aparência dum inútil artefacto que renego e carrego no peito,
Mas do qual e de facto já faço parte e qual amiúde suprimo de merecer-me,
Desmereço-me despejando os olhos exaustos pelo chão dos vivos,
Dos que vivem exactos e sem esforço.

Considero-me acima de tudo uma criatura ausente, sem interesses maiores
Que interessem a alguém se nem a mim mesmo,
A natural sombra de mim próprio e não a dos outros que se salientam.

Fui esse que ainda sou, eu mesmo sem brilho
Ou a fase mais escura da lua e do céu que em sombra dobrou o sol
Em três, frente e atrás, para depois ficar quase, quase breu.

A frágil intenção tornou-se a causa certa,
E o quarto onde paira um silencio tóxico que me silencia,
Assim como mordaça ou uma bandeira branca erguida, desfraldada
P’los meus olhos dentro, paredes hermética
Aos destinos mil de mim mesmo.

Joel Matos (23 Novembro 2023)

https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com/

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/General Com’um grito 0 584 11/24/2023 - 10:08 Portuguese
Ministério da Poesia/General As palavras apaixonam-me 0 865 11/24/2023 - 10:06 Portuguese
Poesia/General A verdade por promessa 0 719 11/24/2023 - 10:03 Portuguese
Poesia/General “Falar é ter demasiada consideração pelos outros” 0 416 11/24/2023 - 10:01 Portuguese
Poesia/General Meu mar eu sou 14 1.493 09/26/2023 - 16:44 Portuguese
Ministério da Poesia/General (Não hei, porque não tento) 32 3.470 07/03/2023 - 11:38 Portuguese
Ministério da Poesia/General Maldade 58 1.792 04/27/2023 - 11:56 Portuguese
Ministério da Poesia/General Do que eu sofro 63 2.238 04/09/2023 - 21:15 Portuguese
Ministério da Poesia/General Doa a quem doa, o doer … 5 1.863 11/29/2022 - 22:42 Portuguese
Poesia/General “Mea Culpa” 5 1.248 11/29/2022 - 22:37 Portuguese
Ministério da Poesia/General “Hannibal ad Portus” 0 1.388 11/20/2022 - 20:56 Portuguese
Ministério da Poesia/General Do avesso 0 1.144 11/20/2022 - 20:50 Portuguese
Ministério da Poesia/General Eis a Glande 0 2.366 11/20/2022 - 20:48 Portuguese
Ministério da Poesia/General Incêndio é uma palavra galga 0 1.501 11/20/2022 - 20:47 Portuguese
Ministério da Poesia/General Restolho Ardido… 0 1.861 11/20/2022 - 20:45 Portuguese
Poesia/General Não entortem meu sorriso, 0 1.600 11/20/2022 - 20:16 Portuguese
Poesia/General Espírito de andante ... 37 2.482 05/26/2022 - 16:07 Portuguese
Poesia/General Feliz como poucos … 3 2.369 03/24/2022 - 13:15 Portuguese
Poesia/General Nada, fora o novo ... 17 1.378 03/19/2022 - 21:01 Portuguese
Poesia/General A tenaz negação do eu, 8 1.743 03/19/2022 - 20:58 Portuguese
Poesia/General Nunca tive facilidade de 29 3.899 03/11/2022 - 18:20 Portuguese
Poesia/General Tudo em mim, 13 3.109 02/25/2022 - 18:40 Portuguese
Poesia/General E eu deixei meus olhos 12 1.626 02/25/2022 - 18:40 Portuguese
Poesia/General Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos 22 2.333 02/25/2022 - 18:39 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sem nada … 17 2.176 02/19/2022 - 16:18 Portuguese