Mortalha luminosa de meu corpo

O efeito de tua presença,
entristece-me, deixa-me tensa,
então penso no "não senso"
desta sensação imensa.

Cinza cor sem presença.
É fusca luz prateada refratada,
é baça, refletida na taça nunca bebida,
mas que mata minha sede, pervertida.

E me contento com migalha,
com "o que quer que o valha".
Por um sorriso, um olhar de narciso,
viro cambalhota, no fio da navalha!!!.

Então visto a mortalha chamada corpo.

A mortalha de meu sentimento,
negra veste do barqueiro sem porto,
parado, azul, triste e absorto,
enterrado vivo acreditando-se morto.

Mas que importa ?
A vida já me é morta há tanto,
afogada no já seco rio
chamado "Meu pranto".

Sobra então a ilusão doente,
essa fraca luz baça e fusca,
que ilumina a noite de meu ser,
dormente, não mais em busca.

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Sunday, September 13, 2009 - 17:06

Poesia :

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analyra

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Comments

Anderson's picture

Re: Mortalha luminosa de meu corpo

Lindo Ana!! como sempre.Não há o que destacar da tua obra.Tudo em harmoniosa sincronia.Bj ;-)

Conchinha's picture

Re: Mortalha luminosa de meu corpo

Tanta resignação expressa num poema tão forte e tão belo.

Muito, muito bom.

Um beijo (e força)

MarneDulinski's picture

Re: Mortalha luminosa de meu corpo

analyra!

Mortalha luminosa de meu corpo

Mas que importa ?
A vida já me é morta há tanto,
afogada no já seco rio
chamado "Meu pranto".
Lindo Poema!
MarneDulinski

Danielagomes's picture

Re: Mortalha luminosa de meu corpo

Ana é difícil fazer um
comentário para você porque
eu não tenho nem palavras para dizer
o quanto gosto de sua encantadora poesia.
Simplesmente perfeito!
adoro te ler.Bjo grande :-)

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