Elogio à morte

ELOGIO À MORTE

Quem é ela que a todos envolve
Que sempre existiu
Que existirá sempre
Que amedronta e fascina
Que corrompe e liberta
Que conturba e comove
Que inquieta e acalma
Que perturba e pacifica

Para todos ela chega
Nem sempre em boa hora
Tem um véu sobre a face
Um manto negro no corpo
Dissipa as dores
Corrige erros
Santifica o pecador
Diviniza o mundano

Quem não quer vê-la?
Quem não quer levantar seu véu?
Quem não deseja tirar seu manto?
E se envolver no seu corpo ardente?
Ela é uma mulher bela e pura
Quem com ela está não pode e não deseja voltar
Para contar como foi a conjunção dos espíritos
E seu beijo ardente e insano

Por mais que se tenha amor pela vida
Por mais que se tenha paixão pelo mundo
Sentimentos e apegos como uma grossa corrente
Não pode resistir ao seu apelo
Nem á sua sedução

Quando ela vier recebe-a bem
Quando ela vier enamora-te dela
Trata-a com respeito
A ela te entrega como se fosse a mulher amada
Lembra-te que com ela estarás por toda a eternidade.