Caçador de mitos

Adentro no raro habitat das musas
Que se distende à turbulência do sonho
E do tempo morto que ainda ecoa.

Imagino-te na envergadura dos olhos,
Aguardando na abundância da lua
Ou em outra paisagem nossa.

Os dedos farejam as cinzas,
O desnorte e o cansaço das madrugadas
Por onde foges.
Denoto que demarcas cada território
Com os intoxicantes dejectos da tua
Ausência.

Ensaio uma emboscada nas horas tardias,
Onde te familiarizaste com a minha presença.
Centro-me nos movimentos do teu corpo e
Rastejo os lábios para junto dele.

Temporizo a investida até ao sono se
Interpor entre a pólvora e a ferida que
Não sara.
E o beijo morre na solidão dos lençóis.

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Saturday, January 16, 2010 - 20:48

Poesia :

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jopeman

jopeman's picture
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Comments

Manuelaabreu's picture

Re: Caçador de mitos

De certeza que um mito veio até ti para dar-te inspiração a este corpo poético...realço estes bonitos versos:

"Temporizo a investida até ao sono se
Interpor entre a pólvora e a ferida que
Não sara."

bjo
:-)

apsferreira's picture

Re: Caçador de mitos

Belo poema.
Muito bem estruturado
e conseguido.
:-)

NunoCarvalho's picture

Re: Caçador de mitos

João,

Adorei o teu poema!

Sublinho: "e o beijo morre na solidão dos lençóis".

Abraço
:-)

HelenaIsabel's picture

Re: Caçador de mitos

Olá...

Escreves de uma forma que me agrada...

Gosto de ler a tua poesia...

O beijo que morre na solidão dos lençóis... sublime!

abraço

Helena

LilaMarques's picture

Re: Caçador de mitos

Olá, João,

Que leitura especial. Um poema formado por belas imagens que denotam a ausência doída do ser amado, em uma cadência própria de tua escrita.

É muito bom ler-te.

Um abraço.

MarneDulinski's picture

Re: Caçador de mitos

jopeman!

LINDO POEMA, GOSTEI MUITO, MEUS PARABÉNS!

Temporizo a investida até ao sono se
Interpor entre a pólvora e a ferida que
Não sara.
E o beijo morre na solidão dos lençóis.

Um abração,
Marne

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