Germinal: o pulmão de pedra (tributo a Emile Zola)
Prólogo: Os últimos sopros - história de um trabalhador vítima da silicose (pulmão de pedra)
Inspirou profundamente!
Sorvendo a brisa daquele eterno momento
e foi expirando lentamente,
livrando-se dos males e do tormento.
Seu vívido semblante
ante o olhar de espanto
de seus queridos entes,
pois, este poderia ser seu derradeiro canto,
um sopro para germinar sementes
nas lágrimas de pranto
derramadas por um homem honrado, santo.
Histórias de vida e pó: desde os escravos nas minhas greco-romanas.
Trabalhando, noite e dia,
sofrendo no fino pó que os encobriam
não tinham tempo, época ou história
martelavam como antes outros povos o fizeram
sonhavam em trazer da labuta, pão e vitória
mas, da rocha, pulmões de pedra herdavam
nas incansáveis e exaustivas jornadas sem alforria
na nascente e no poente, dormiam e acordavam
em um ciclo que se repetia em uma luta inglória
contra os abusos da exploração, tosse, dispnéia, adoeciam abrindo fendas na mãe terra,
precocemente descem a serra,
e viram as páginas de sua própria estória...
Até quando continuarão morrendo os mineiros?
AjAraújo, o médico e poeta humanista, em homenagem aos trabalhadores de minas, pedreiras e artefatos de pedras e, particularmente a Emile Zola pela sensibilidade de sua obra: Germinal, interpretada no cinema por Gerard Depardieu. Poema escrito em março de 2000.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1412 reads
Add comment
other contents of AjAraujo
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Videos/Movies | 12 o'clock, Album Heaven & Hell (Best video ever seen) (Vangelis) | 0 | 39.147 | 07/28/2011 - 01:32 | English |
![]() |
Videos/Music | O! Gliki Mou Ear (Vangelis) | 0 | 6.232 | 07/28/2011 - 01:01 | Portuguese |
![]() |
Videos/Music | The Wild Feast-& Landscapes (Vangelis) | 0 | 6.095 | 07/28/2011 - 00:59 | English |
![]() |
Videos/Music | Spiritis of the Sea, New Age (Karunesh) | 0 | 5.064 | 07/28/2011 - 00:13 | Portuguese |
![]() |
Videos/Music | Morning Celebration, New Age (Karunesh) | 0 | 4.862 | 07/28/2011 - 00:06 | Portuguese |
![]() |
Videos/Music | Punjab (Karunesh) | 0 | 2.130 | 07/28/2011 - 00:01 | Portuguese |
![]() |
Videos/Music | La petit fille de la mer (Vangelis) | 0 | 2.430 | 07/28/2011 - 00:01 | Portuguese |
![]() |
Videos/Music | Secrets Of Life (Karunesh) | 0 | 3.323 | 07/27/2011 - 23:55 | Portuguese |
Poesia/Thoughts | Liberdade (Cecília Meireles) | 0 | 3.253 | 07/27/2011 - 17:29 | Portuguese | |
Poesia/Haiku | Discurso (Cecília Meireles) | 0 | 2.372 | 07/27/2011 - 17:26 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Estrela da Manhã (Manuel Bandeira) | 0 | 1.883 | 07/27/2011 - 17:23 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Estrada (Manuel Bandeira) | 0 | 2.514 | 07/27/2011 - 17:22 | Portuguese | |
Poesia/Love | Mas há a vida (Clarice Lispector) | 0 | 2.689 | 07/27/2011 - 00:04 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A perfeição (Clarice Lispector) | 0 | 7.561 | 07/27/2011 - 00:02 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Dá-me a tua mão (Clarice Lispector) | 0 | 965 | 07/27/2011 - 00:00 | Portuguese | |
Poesia/Love | Estrela perigosa (Clarice Lispector) | 0 | 2.623 | 07/26/2011 - 23:58 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Quero escrever o borrão vermelho de sangue (Clarice Lispector) | 0 | 4.242 | 07/26/2011 - 23:56 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Gentil Favor * | 0 | 1.722 | 07/26/2011 - 16:07 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Guerrilha Musical * | 0 | 1.299 | 07/26/2011 - 16:06 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Justa Causa * | 0 | 1.151 | 07/26/2011 - 16:04 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Lamentos * | 0 | 1.885 | 07/26/2011 - 16:03 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | A Fronteira entre a Juventude e a Velhice (Hermann Hesse) | 0 | 5.788 | 07/25/2011 - 17:46 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Unicidade & Sacralidade da Vida (Hermann Hesse) | 0 | 3.542 | 07/25/2011 - 17:42 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Não Há Dor Que Justifique a Fuga (Hermann Hesse) | 0 | 2.522 | 07/25/2011 - 17:38 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | A Serenidade (Hermann Hesse) | 0 | 5.242 | 07/25/2011 - 17:34 | Portuguese |
Comments
Inspirou
Inspirou profundamente!
Sorvendo a brisa daquele eterno momento
e foi expirando lentamente,
livrando-se dos males e do tormento.
Re: Germinal: o pulmão de pedra (tributo a Emile Zola)
LINDO E UTIL POEMA HUMANISTA, MEUS PARABÉNS!
DOENÇA PARECIDA COM A ASBESTOSE, CAUSADA PELA MANIPULAÇÃO E PÓ DO AMIANTO, PERGUNTO NÃO É A MESMA?
Meus parabéns,
Marne
Re: Germinal: o pulmão de pedra (tributo a Emile Zola)
Caro amigo poeta, a SILICOSE é do mesmo grupo de doenças que causam endurecimento do pulmão (denominado fibrose pulmonar), ou seja, das pneumoconioses das quais a ASBESTOSE (produzida pelo amianto) são as mais importantes.