INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Manipulo o nada
em sustos que assombram
a negligência do deixar passar o tempo.
Assumidamente.
Calo-me
esfera de reflexão sem regra
entre as paredes da inteligência.
Categoricamente.
Levo-me
alvoroço indizível
nos meios-termos dos sonhos
encapotados na realidade rolante.
Enredadamente.
O real da vida
é uma birra tolerante
que me roí a inquietante superfície do íntimo.
Poeticamente.
Foco variações repentinas,
isolando impulsos de consequências sóbrias.
Luzidiamente.
Escoam-me
ébrias indecisões
apegadas a emoções sem pulmão
para seguir para lá de algo já sem diálogo.
Encarniçadamente.
É insustentável a leveza
que procuro pé ante pé sobre éticas de amor.
Filosoficamente.
Consumo
o pensamento devorado por ânsia,
tornando-me numa bolha de sabão tonta
de um lado para o outro ao sopro de nenhures.
Oculto-me impensadamente em silêncio.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 2579 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Thoughts | DA POESIA | 1 | 9.469 | 05/26/2020 - 22:50 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Others | Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. | 1 | 51.509 | 06/11/2019 - 08:39 | Portuguese |
Poesia/Sadness | TEUS OLHOS SÃO NADA | 1 | 8.742 | 03/06/2018 - 20:51 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO | 4 | 10.038 | 02/28/2018 - 16:42 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | APALPOS INTERMITENTES | 0 | 8.757 | 02/10/2015 - 21:50 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | AQUILO QUE O JUÍZO É | 0 | 8.652 | 02/03/2015 - 19:08 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | ISENTO DE AMAR | 0 | 8.525 | 02/02/2015 - 20:08 | Portuguese | |
Poesia/Love | LUME MAIS DO QUE ACESO | 0 | 9.295 | 02/01/2015 - 21:51 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | PELO TEMPO | 0 | 7.321 | 01/31/2015 - 20:34 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | DO AMOR | 0 | 7.354 | 01/30/2015 - 20:48 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | DO SENTIMENTO | 0 | 6.993 | 01/29/2015 - 21:55 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | DO PENSAMENTO | 0 | 8.524 | 01/29/2015 - 18:53 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | DO SONHO | 0 | 6.452 | 01/29/2015 - 00:04 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | DO SILÊNCIO | 0 | 7.409 | 01/28/2015 - 23:36 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | DA CALMA | 0 | 6.413 | 01/28/2015 - 20:27 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | REPASTO DE ESQUECIMENTO | 0 | 5.927 | 01/27/2015 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE | 0 | 8.250 | 01/27/2015 - 15:59 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ | 0 | 7.418 | 01/26/2015 - 19:44 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO | 0 | 7.790 | 01/25/2015 - 21:36 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | MIGALHAS DE SAUDADE | 0 | 7.255 | 01/22/2015 - 21:32 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO | 0 | 6.746 | 01/21/2015 - 17:00 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | PALAVRAS À LUPA | 0 | 6.693 | 01/20/2015 - 18:38 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | MADRESSILVA | 0 | 5.666 | 01/19/2015 - 20:07 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | NA SOLIDÃO | 0 | 8.921 | 01/17/2015 - 22:32 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | LÁPIS DE SER | 0 | 8.465 | 01/16/2015 - 19:47 | Portuguese |
Comments
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Consumo
o pensamento devorado por ânsia,
tornando-me numa bolha de sabão tonta
de um lado para o outro ao sopro de nenhures.
GOSTEI MUITO DESSE POEMA.
A ÂNSIA CONSUME O NOSSO PENSAMENTO E DANÇA COMO BOLHAS DE SABÃO,NESSE VAI E VEM,NESSA AGITAÇÃO EM QUE BORBULHA A NOSSA MENTE.
OBRIGADA PELO COMENTÁRIO.
BEIJO
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
"Filosoficamente.
Consumo
o pensamento devorado por ânsia,
tornando-me numa bolha de sabão tonta
de um lado para o outro ao sopro de nenhures."
O intimo sempre nos abraça com tal intensidade que nos é impossível livrar dele!
Filosoficamente falando, claro!!
Carla
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Henrique,
A inquietante busca do eu...
Filosoficamente perfeito!
Beijo
Nanda
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Inquietante percorres um labirinto de sensações para finalmente...o silêncio
Consumo
o pensamento devorado por ânsia,
tornando-me numa bolha de sabão tonta
de um lado para o outro ao sopro de nenhures.
Oculto-me impensadamente em silêncio
Fantástico
Abraço
Nuno
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Consumo
o pensamento devorado por ânsia,
tornando-me numa bolha de sabão tonta
de um lado para o outro ao sopro de nenhures.
Creio que define bem o ser do Henrique.
Como sempre, um belo poema.
Abraço.
Vitor.
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Olá caro Henrique
Gostei deste teu poema filosófico
muito poético e reflexivo...
Beijinhos no coração
Re: INQUIETANTE SUPERFÍCIE DO ÍNTIMO
Se neste momento escrevesse algo sobre mim, de certeza que sairia algo muito idêntico a isto que escreveste:
"...
Luzidiamente.
Escoam-me
ébrias indecisões
apegadas a emoções sem pulmão
para seguir para lá de algo já sem diálogo.
...
Filosoficamente.
Consumo
o pensamento devorado por ânsia,
tornando-me numa bolha de sabão tonta
de um lado para o outro ao sopro de nenhures.
Oculto-me impensadamente em silêncio."
beijo