Inércia
Ultimamente venho me sentindo como um inseto, que passa pacientemente pelas etapas de uma metamorfose.
Sempre a espreita, o que a nova fase pode me trazer de bom ou de ruim?
Carrego tantos sonhos comigo, e junto com eles, um conformismo morno de que nunca se realizarão.
Não existe mais ansiedade, nem fantasias mirabolantes dos contos de fadas.
É como a mariposa, que quer ser borboleta colorida dos jardins, mas sabe que nenhuma mágica vai pintar suas asas.
É como a menina que já saiu da infância e sabe que as bonecas não são seus bebês, apenas belos objetos que um dia, fizeram parte de sua vida
Não sou mais a ave migratória, agüento o inverno tranqüilamente, porque não tenho mais a mínima vontade de voar incontáveis quilômetros, apenas por um lugar ao sol.
Já não procuro por nada, minha mente já não busca o impossível.
Sou apenas um ser que espera, sem saber ao certo o que esperar.
Nas minhas orações, pouco peço pra mim, penso que Deus já me deu muito, e o que eu mais queria, talvez Ele não achou correto me dar.
Você faz parte de tudo isso, de toda esta luta sem vitórias.
Muitos outros desejos estão sendo arquivados, e quase que serenamente, fecho a gaveta.
Entrei num barco sem destino, deixo que as ondas me levem, e nem me preocupa onde ele vai ancorar.
Minhas forças me faltam, não brigo mais, nem por você, nem pra te esquecer.
É quase prazeroso este torpor, como que bem vinda esta covardia, saber que é só deixar as coisas acontecerem, sem ter que cair de exaustão numa batalha em que o adversário, é bem mais forte.
Neste estado de total entrega, não me sinto feliz, nem triste, nem em euforia, nem em desespero.
Sou quem espera. Indiferente. Por qualquer coisa.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 732 reads
Add comment
other contents of Gisa
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | Quem sou? | 6 | 409 | 01/04/2010 - 19:05 | Portuguese | |
Poesia/Song | Minha letra | 4 | 566 | 01/04/2010 - 01:27 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Nada material | 2 | 728 | 01/03/2010 - 04:34 | Portuguese | |
Poesia/General | Reflexões de uma vida | 3 | 314 | 01/03/2010 - 04:26 | Portuguese | |
Poesia/General | Feliz ano novo | 3 | 388 | 01/02/2010 - 23:34 | Portuguese | |
Poesia/General | Eu quero! | 5 | 470 | 01/02/2010 - 23:25 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Optei por sonhar | 3 | 433 | 01/02/2010 - 03:00 | Portuguese | |
Poesia/Love | CREIO | 3 | 592 | 12/31/2009 - 20:18 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Me pertence | 5 | 387 | 12/31/2009 - 20:09 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | Verdadeiro amigo | 4 | 611 | 12/31/2009 - 12:54 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Sequestro amoroso | 2 | 747 | 12/31/2009 - 10:22 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | A caixinha mágica | 2 | 500 | 12/31/2009 - 10:14 | Portuguese | |
Poesia/General | MAIS UM ANO, MESMA LUTA | 4 | 566 | 12/31/2009 - 08:14 | Portuguese | |
Prosas/Lembranças | Tributo a Michael Jacksosn | 1 | 506 | 12/31/2009 - 00:50 | Portuguese | |
Poesia/Love | Se você não existisse | 8 | 660 | 12/30/2009 - 14:13 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Cavalo alado | 4 | 729 | 12/27/2009 - 23:34 | Portuguese | |
Prosas/Drama | Perdição | 1 | 756 | 12/27/2009 - 23:22 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Labirinto | 4 | 473 | 12/27/2009 - 17:09 | Portuguese | |
Poesia/Song | Que decisões? | 5 | 410 | 12/27/2009 - 15:08 | Portuguese | |
Poesia/General | UM PEDIDO | 4 | 573 | 12/27/2009 - 03:15 | Portuguese | |
Prosas/Romance | Amar é simples | 1 | 988 | 12/24/2009 - 15:06 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Pedido | 2 | 454 | 12/24/2009 - 07:15 | Portuguese | |
Poesia/Joy | Feliz natal!! | 2 | 553 | 12/24/2009 - 07:06 | Portuguese | |
Poesia/General | Festa de peão | 2 | 514 | 12/24/2009 - 04:00 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Entre um e outro | 7 | 557 | 12/24/2009 - 01:44 | Portuguese |
Comments
Re: Inércia
Olá Gisa.
Mais um texto melancólico que leio hoje,
e mais um que prendeu do principio ao fim.
Lindo, Gisa.
Beijo
Vóny Ferreira
Re: Inércia
Lindo testo traduz a desesperança, a espera de que algo aconteça em total inércia do ser, desilusão intima.
Adorei, Parabens!!!