Delírios de uma mente cansada.
Destroços das paredes em falso alicerce cobrem a sala que um dia foi mais do que agora restou.
No sofá vejo o esforço do nunca existir, será falta do que jamais será?
As frases ao avesso vestem o ar frio, nada tem importância, apenas escuro coberto de incertezas.
No espelho o vermelho toma a cor deixando o que era pele agora em uma marina de sal,é esta
água que rola no peito afogando o que lá um dia pulsou.
Nada mais tem importância.
Somem aos poucos em longe olhar o que antes em decisão me era o certo, apenas me cabem raizes mortas tocando o marmore frio.
Nos seus riscos é possível ver o desenho da solidão quase que como em seu próprio padrão.
Na parede laranja marcas do silêncio engasgado, talvez um dia a textura conte o por que desbotou, desmancha enegrecendo o nó que preso a garganta tornou-se apenas uma fita comum, isso por que deram-lhe ácido para beber.
Ruinas do triste fim apanhado em minhas mãos como criança ao desfalecer , já não mais adianta chorar por aquele que já morreu em sua própria cova, a pá ainda é guardada debaixo do colchão que deito todas as noites.
Esturricada algumas lembranças sobraram por entre as cinzas, em labaredas memórias que ainda teimam em ascender.
O tempo parece ganhar a força de mil homens para que seus ponteiros rodem anti-horário ao som da marcha funebre, lá velam o pobre presente sem sorte na vida.
Em presença lá estão todos os que ajudaram a envenena-lo um pouquinho a cada dia, com tochas nas mãos prontos estão para lançar seu corpo ao fogo.
Lá vem o vento forte assoprando com o seu mal hálito a única esperança que o pobre pedaço em carvão perseverava a ter, agora nem o pó sobrou para deixar ao passado algo ao que pensar.
Enxergo apenas o zumbi a vagar com sua carne emputrecida lançando seu asqueroso perfume nos comodos de minha insanidade.
Delírios de uma mente cansada.
Um instante, apenas um instante.
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Comments
Re: Delírios de uma mente cansada.
Destroços das paredes em falso alicerce cobrem a sala que um dia foi mais do que agora restou.
Um começo em terramoto!!!
Enxergo apenas o zumbi a vagar com sua carne emputrecida lançando seu asqueroso perfume nos comodos de minha insanidade.
Delírios de uma mente cansada.
E termina numa estranha bonança!!!
Um belo poema, uma tempestade de prazer ao ler, engasgas o silêncio poeticamente de forma genial!!!
:-)
Re: Delírios de uma mente cansada.
Henrique,
Fiquei muito feliz pelo seu coemntário.
Abç.
Re: Delírios de uma mente cansada.
Todos temos esses momentos...
Que teima em chegar, teima...
Adorei!!
bjs querida.
Re: Delírios de uma mente cansada.
Nize,
Verdade.
Agradeço por comentar.
bjs.
Re: Delírios de uma mente cansada.
"Em presença lá estão todos os que ajudaram a envenena-lo um pouquinho a cada dia, com tochas nas mãos prontos estão para lançar seu corpo ao fogo."
Cecilia, eu diria delirios se uma mente lúcida
beijo
Re: Delírios de uma mente cansada.
Alberto,
Agradeço por comentar.
A mente é uma poderosa vidraça do que pensamos.
bjo
Re: Delírios de uma mente cansada.
Adorei ler-te Cecilia..muito bom mesmo!
Re: Delírios de uma mente cansada.
Agradeço Fatima por teres comentado. bjo
Re: Delírios de uma mente cansada.
Cecilia,
Apenas um instante em que a mente mergulha no porão do inconsciente e se decodifica nessa tua profunda,rica e reflexiva poesia.
Adorei ler-te.
Abraço.
Suzete Brainer.
Re: Delírios de uma mente cansada.
Suzete,
Agradeço o comentário.
Por um instante é bom por para fora o que estava a tempos guardado no velho e escuro porão.
Abraço
Cecilia Iacona