HIPÉRBOLE
Engulo o mar
com eco salgados
nos egos dos meus olhos dormentes.
Rasgo-me
reles raspanete
de vaidade sem condescendência.
Ácida tristeza
que se abate ressaca supérflua
na crónica das rugas tresandando
a raivas que me mordem saraivas a língua.
Lamechices histéricas,
poluem-me imundície ridícula
em sequelas de escuridão numa tortura
de conta-gotas relaxando a minha tontice.
Desmistifico
o meu pensar camaleão,
sequestrando a gentalha das tramas
acomodadas num antro exuberante de ódio.
Poiso-me nefasto poema
contra-rotulado de ópio no meu cérebro.
Saro-me chorando
muros de lágrimas frias
que só o meu êxtase carente entende.
Lanço
eclipses letárgicos
em suspiros melancólicos,
agredindo-me com frívolas inspirações.
Vedo-me
decadência saudosista
de emoções tédias de outrora,
elucidadas nas lesões do meu respirar
numa mortalha de silêncio que encerra a noite.
Espectros,
sofredores sem culpa
rodeiam-me desgraça metamorfoseada
por axiomáticas sapientes de dor hipérbole.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 934 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | AMAR É SER SOL E LUA | 6 | 1.684 | 07/03/2009 - 05:22 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | CAIXÃO | 7 | 2.147 | 06/18/2009 - 23:35 | Portuguese | |
Poesia/General | AJO | 1 | 2.742 | 05/21/2009 - 03:23 | Portuguese | |
Poesia/Love | QUERO | 1 | 1.745 | 05/19/2009 - 15:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | EU... | 4 | 3.961 | 05/19/2009 - 14:24 | Portuguese | |
Fotos/Others | O.V.N.I | 6 | 3.200 | 05/18/2009 - 14:26 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | ÁRIES | 2 | 1.993 | 05/11/2009 - 03:56 | Portuguese | |
Poesia/Passion | TU | 1 | 2.313 | 05/11/2009 - 03:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | NOITE | 3 | 3.032 | 05/05/2009 - 10:28 | Portuguese | |
Poesia/Love | QUÃO BELA É A MULHER | 2 | 3.909 | 09/24/2008 - 13:04 | Portuguese |
Comments
Re: HIPÉRBOLE
Desmistifico
o meu pensar camaleão,
sequestrando a gentalha das tramas
acomodadas num antro exuberante de ódio.
Maravilha de poema Henrique; Parabéns