O LIBERTINO
O filme narra a vida de John Wilmot, o II Conde de Rochester, cujo gênio era dominador e orgulhoso, protagonizado por Jonny Deep. O cenário se passa em meados do século XVII na época em que o rei Charles II, interpretado por John Malkovich tinha que se aproximar da França a fim de se recuperar da famosa “ressaca”, ou seja, período em que a Europa vivia em penúria e fome. Para tal, o rei recorre a um velho amigo, o II Conde de Rochester, um grande conhecedor de teatro e poesia para tentar impressionar os franceses através da arte.
O filme inicia-se com a aparição do Conde num clima um pouco escuro e com uma taça de vinho na mão, totalmente embriagado ele começa narrando o seu prólogo, um tanto obsceno e dizendo que: “não iriam gostar de mim...”.
Após se recuperar duma doença ele resolve voltar para Londres a pedido do rei acompanhado de sua esposa Elizabeth Mallet, mulher que ele raptou, e que o levou à prisão, mas casando-se com a mesma após o cárcere. Entre a bebida, as intrigas do teatro, as amizades artificiais com os poetas profissionais, a luxúria, os bordéis de Whetstone Park e a amizade do rei a quem ele desprezava, encontrava-se um ser totalmente provocador e arrogante. Envolvia-se com várias mulheres e sempre conseguia provar suas ideias que muitas vezes eram dadas como loucas. Em meio a uma briga, no qual um senhor espancava um serviçal mal vestido, Rochester se aproxima e pergunta para o agressor o porquê da surra e ele responde dizendo que aquele ser imundo jogado na lama o havia roubado. Neste ínterim o conde pergunta para o ladrão quanto que seu patrão lhe pagava e ele disse um valor, o conde furioso vira-se para o senhor e diz “acho que o ladrão aqui é outro” e dá duas moedas para o serviçal e diz: “vai até um bordel e gaste este dinheiro com a prostituta mais gorda que encontrar e depois que estiver sarado da bebedeira me procure”. Todos acharam um absurdo contratar um ladrão, mas ele fez assim mesmo e o estranho é que no decorrer do filme é possível perceber que o ladrão passou a ser muito fiel ao conde. Sempre desafiando a todos, ele resolve começar a peça para o rei e conhece uma atriz que aparentemente não tinha talento nenhum, todos a vaiavam, só que de repente Rochester se levanta e fala para todos que aquela moça iria tornar-se a maior atriz da Inglaterra, causando risos e escárnios dos que ali estavam, principalmente da corte. No decorrer das encenações o conde provou mais uma vez o que diz e Elizabeth Barry torna-se a melhor atriz da Inglaterra conquistando também o próprio coração de John Wilmot. Sempre bêbado revoltoso e mancando, Rochester começa a se sentir doente. Um outro fato interessante é que Rochester e sua esposa pousavam para um quadro a pedido da mesma, mas o conde com tom de insulto vê um macaquinho e pede para o pintor trazer o macaquinho e que pintasse o mesmo entregando um poema recém escrito para ele, isto faz com que sua esposa retorne para fazenda. A paixão pela atriz Elizabeth Berry crescia.
É chegada à hora do rei Chalés II juntamente com um representante da França assistir o ensaio da peça e o que ele vê é uma total encenação orgástica e totalmente obscena, por último John aparece na peça e recita um poema fazendo uma analogia do pênis real e seu cajado. Não teve outra, o conde teve que fugir, pois o rei queria de qualquer jeito sua prisão, passaram-se uns seis meses e Rochester é encontrado com uma prostituta totalmente desfigurado e doente, apodrecendo e manco. O Rei vendo o estado degradante do antigo amigo acaba por perdoá-lo e Rochester tenta correr para a atriz Elizabeth Berry que não o aceita, furioso e quase morrendo, sua mulher Elizabeth Mallet e sua mãe o acolhem e passam a cuidar de sua doença. Sua mãe o converte à religião católica sendo que até então era ateu.
Havia uma questão na corte onde o rei poderia perder o direito hereditário para futuras sucessões, e era justamente isto que estava acontecendo, o mesmo se encontrava desesperado, pois não tinha como inverter os votos. Então foi a júri e aparecendo duma hora para outra e causando espanto de todos o II Conde de Rochester todo podre e manco com um pano tapando o rosto, pois já havia perdido o nariz. Rochester fez um discurso inflamado a favor do rei e convencendo os que ali estavam de que o rei não poderia perder o direito hereditário. Na saída, o rei correu atrás daquele ser quase morto e agradeceu dizendo que era a primeira vez que Rochester fazia algo por ele e o conde respondeu dizendo que fez aquilo não para Charles e sim para si mesmo.
Ele morre de forma bastante triste e sua vida vira um teatro onde Elizabeth Berry está na peça, ao final há um grande aplauso de pé inclusive do próprio rei.
E o filme acaba com a mesma aparição do início, em meio a uma leve luz o II Conde de Rochester com uma taça de vinho recita um poema sem rimas falando sobre o pio libertino, o devasso convertido no leito da morte “(...) mostre-me nosso senhor Jesus Cristo em agonia que subirei na cruz e roubarei os pregos das palmas de suas mãos, lá vou eu com meu suor e minha saliva quente se arrastando pela bíblia (...) vocês gostam de mim agora, gostam de mim agora, gostam de mim, agora” e some na sombra.
Submited by
Críticas :
- Login to post comments
- 1941 reads
other contents of Alcantra
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Ponteiros abraçados | 3 | 1.188 | 10/25/2011 - 10:48 | Portuguese | |
Poesia/General | Parabolé | 1 | 1.627 | 10/21/2011 - 14:51 | Portuguese | |
Poesia/General | Afresco sepulcro | 1 | 1.629 | 10/19/2011 - 12:41 | Portuguese | |
Poesia/General | A moça da casa 70 | 2 | 1.517 | 10/17/2011 - 22:33 | Portuguese | |
Poesia/General | Dysángelo | 1 | 1.153 | 10/10/2011 - 15:54 | Portuguese | |
Poesia/General | Split cabelo de chocolate | 0 | 1.949 | 09/02/2011 - 03:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Olhos Frenéticos | 0 | 1.311 | 08/26/2011 - 00:48 | Portuguese | |
Poesia/General | O murmúrio dos ventos | 0 | 1.430 | 08/21/2011 - 17:59 | Portuguese | |
Poesia/Love | Cume dia dor de mim | 0 | 1.981 | 08/03/2011 - 23:41 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | O que é... O que já não é | 3 | 1.372 | 07/14/2011 - 01:10 | Portuguese | |
Poesia/Love | Um destroçado sorriso | 1 | 1.496 | 07/10/2011 - 04:02 | Portuguese | |
Poesia/General | Laços da língua | 0 | 1.252 | 07/09/2011 - 19:14 | Portuguese | |
Poesia/Love | O manto e o inverno | 0 | 1.558 | 06/19/2011 - 21:59 | Portuguese | |
Poesia/General | A Prata do Mendigo | 0 | 1.665 | 05/18/2011 - 16:21 | Portuguese | |
|
Fotos/Landscape | Contraste | 0 | 2.009 | 05/15/2011 - 16:38 | Portuguese |
|
Fotos/Faces | Alcantra | 0 | 3.507 | 05/15/2011 - 15:52 | Portuguese |
Poesia/Love | Carta | 2 | 1.471 | 05/10/2011 - 02:10 | Portuguese | |
Poesia/General | Lua do Sul | 0 | 1.790 | 04/20/2011 - 16:08 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | Arranhão do gozo | 0 | 1.638 | 04/19/2011 - 16:30 | Portuguese | |
Poesia/General | Depois | 2 | 1.944 | 04/16/2011 - 16:39 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | A cama e o sexo | 1 | 1.970 | 04/13/2011 - 01:00 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | O veneno da flor | 0 | 1.769 | 04/11/2011 - 16:25 | Portuguese | |
|
Fotos/Profile | Alcantra | 0 | 2.379 | 04/11/2011 - 00:46 | Portuguese |
Poesia/General | Estar sem estar | 1 | 1.594 | 04/06/2011 - 19:06 | Portuguese | |
Poesia/General | As trincas | 1 | 1.188 | 03/26/2011 - 01:11 | Portuguese |
Add comment