Cismar

Fala-me, anjo de luz! és glorioso
À minha vista na janela à noite
Como divino alado mensageiro
Ao ebrioso olhar dos frouxos olhos
Do homem, que se ajoelha para vê-lo,
Quando resvala em preguiçosas nuvens,
Ou navega no seio do ar da noite.
ROMEU

Ai! quando de noite, sozinha à janela
Co'a face na mão te vejo ao luar,
Por que, suspirando, tu sonhas, donzela?
A noite vai bela,
E a vista desmaia
Ao longe na praia
Do mar!

Por quem essa lágrima orvalha-te os dedos,
Como água da chuva cheiroso jasmim?
Na cisma que anjinho te conta segredos?
Que pálidos medos?
Suave morena,
Acaso tens pena
De mim?

Donzela sombria, na brisa não sentes
A dor que um suspiro em meus lábios tremeu?
E a noite, que inspira no seio dos entes
Os sonhos ardentes,
Não diz-te que a voz
Que fala-te a sós
Sou eu?

Acorda! Não durmas da cisma no véu!
Amemos, vivamos, que amor é sonhar!
Um beijo, donzela! Não ouves? no céu
A brisa gemeu...
As vagas murmuraram...
As folhas sussurram:
Amar!

Submited by

Monday, April 13, 2009 - 23:22

Poesia Consagrada :

No votes yet

AlvaresdeAzevedo

AlvaresdeAzevedo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 13 weeks ago
Joined: 04/13/2009
Posts:
Points: 303

Add comment

Login to post comments

other contents of AlvaresdeAzevedo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile Alvares de Azevedo 0 1.906 11/23/2010 - 23:37 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo IV — Gennaro) 0 2.057 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo V — Claudius Hermann) 0 2.511 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo VI — Johann) 0 1.891 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo VII — Último Beijo de Amor) 0 1.482 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Introdução 0 1.416 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Primeiro episódio 0 1.195 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Segundo episódio 0 1.245 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Sombra de D. Juan 0 1.288 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Na várzea 0 1.219 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General O editor 0 1.408 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Oh! Não maldigam! 0 1.715 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Dinheiro 0 1.404 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Adeus, meus sonhos! 0 1.428 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Minha desgraça 0 1.501 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Página rota 0 1.244 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo I — Uma noite do século) 0 1.537 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo II — Solfieri) 0 1.964 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo III — Bertram) 0 3.069 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Panteísmo 0 1.096 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Desânimo 0 1.192 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General O lenço dela 0 1.249 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Relógios e beijos 0 1.436 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Namoro a cavalo 0 1.640 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Pálida imagem 0 1.290 11/19/2010 - 15:52 Portuguese