Despedidas

Se entrares, ó meu anjo, alguma vez
Na solidão onde eu sonhava em ti,
Ah! vota uma saudade aos belos dias
Que a teus joelhos pálido vivi!

Adeus, minh'alma, adeus! eu vou chorando...
Sinto o peito doer na despedida...
Sem ti o mundo é um deserto escuro
E tu és minha vida...

Só por teus olhos eu viver podia
E por teu coração amar e crer...
Em teus braços minh'alma unir à tua
E em teu seio morrer!

Mas se o fado me afasta da ventura,
Levo no coração a tua imagem...
De noite mandarei-te os meus suspiros
No murmúrio da aragem!

Quando a noite vier saudosa e pura,
Contempla a estrela do pastor nos céus,
Quando a ela eu volver o olhar em pranto...
Verei os olhos teus!

Mas antes de partir, antes que a vida,
Se afogue numa lágrima de dor,
Consente que em teus lábios num só beijo
Eu suspire de amor!

Sonhei muito! sonhei noites ardentes
Tua boca beijar... eu o primeiro!
A ventura negou-me... mesmo até
O beijo derradeiro!

Só contigo eu podia ser ditoso,
Em teus olhos sentir os lábios meus!
Eu morro de ciúme e de saudade...
Adeus, meu anjo, adeus!

Submited by

Tuesday, April 14, 2009 - 01:30

Poesia Consagrada :

No votes yet

AlvaresdeAzevedo

AlvaresdeAzevedo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 13 years 33 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 303

Add comment

Login to post comments

other contents of AlvaresdeAzevedo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile Alvares de Azevedo 0 1.528 11/24/2010 - 00:37 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo IV — Gennaro) 0 1.691 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo V — Claudius Hermann) 0 2.098 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo VI — Johann) 0 1.623 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo VII — Último Beijo de Amor) 0 1.318 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Introdução 0 1.127 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Primeiro episódio 0 884 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Segundo episódio 0 1.006 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Sombra de D. Juan 0 1.079 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Na várzea 0 1.045 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General O editor 0 949 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Oh! Não maldigam! 0 1.385 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Dinheiro 0 1.208 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Adeus, meus sonhos! 0 1.214 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Minha desgraça 0 1.120 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Página rota 0 979 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo I — Uma noite do século) 0 1.259 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo II — Solfieri) 0 1.617 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo III — Bertram) 0 2.398 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Panteísmo 0 906 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Desânimo 0 1.044 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General O lenço dela 0 1.021 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Relógios e beijos 0 1.090 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Namoro a cavalo 0 1.324 11/19/2010 - 16:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Pálida imagem 0 1.075 11/19/2010 - 16:52 Portuguese