Pálida imagem

— J'ai cru que j'oublierais; mais j'avais mal sondé
Les abîmes du coeur que remplit un seul rêve:
Le souvenir est là, le souvenir se lève
Flot toujours renaissant et toujours débordé.

TURQUÉTY

No delírio da ardente mocidade
Por tua imagem pálida vivi!
A flor do coração no amor dos anjos
Orvalhei-a por ti!

O expirar de teu canto lamentoso
Sobre teus lábios que o palor cobria,
Minhas noites de lágrimas ardentes
E de sonhos enchia!

Foi por ti que eu pensei que a vida inteira
Não valia uma lágrima... sequer,
Senão num beijo trêmulo de noite...
Num olhar de mulher!

Mesmo nas horas de um amor insano,
Quando em meus braços outro seio ardia,
A tua imagem pálida passando
A minh'alma perdia.

Sempre e sempre teu rosto! as negras tranças,
Tua alma nos teus olhos se expandindo!
E o colo de cetim que pulsa e geme
E teus lábios sorrindo!

Nas longas horas do sonhar da noite
No teu peito eu sonhava que dormia;
Pousa em meu coração a mão de neve......
Treme... como tremia.

Como palpita agora se afogando
Na morna languidez do teu olhar...
Assim viveu e morrerá sonhando
Em teus seios amar!

Se a vida é lírio que a paixão desflora,
Meu lírio virginal eu conservei...
Somente no passado tive sonhos
E outrora nunca amei!

Foi por ti que na ardente mocidade
Por uma imagem pálida vivi!
E a flor do coração no amor dos anjos
Orvalhei... só por ti!

Submited by

Tuesday, April 14, 2009 - 00:34

Poesia Consagrada :

No votes yet

AlvaresdeAzevedo

AlvaresdeAzevedo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 17 weeks ago
Joined: 04/13/2009
Posts:
Points: 303

Add comment

Login to post comments

other contents of AlvaresdeAzevedo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile Alvares de Azevedo 0 1.927 11/23/2010 - 23:37 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo IV — Gennaro) 0 2.072 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo V — Claudius Hermann) 0 2.529 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo VI — Johann) 0 1.909 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo VII — Último Beijo de Amor) 0 1.497 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Introdução 0 1.432 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Primeiro episódio 0 1.209 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Macário - Segundo episódio 0 1.265 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Sombra de D. Juan 0 1.301 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Na várzea 0 1.235 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General O editor 0 1.421 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Oh! Não maldigam! 0 1.723 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Dinheiro 0 1.415 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Adeus, meus sonhos! 0 1.440 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Minha desgraça 0 1.518 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Página rota 0 1.254 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo I — Uma noite do século) 0 1.543 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo II — Solfieri) 0 1.982 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/Tale Noite na Taverna (Capítulo III — Bertram) 0 3.083 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Panteísmo 0 1.114 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Desânimo 0 1.203 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General O lenço dela 0 1.269 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Relógios e beijos 0 1.446 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Namoro a cavalo 0 1.654 11/19/2010 - 15:52 Portuguese
Poesia Consagrada/General Pálida imagem 0 1.308 11/19/2010 - 15:52 Portuguese