Uma Véspera de Reis - Cena IV

Cena IV

José, depois Alberto

José - O que eu quero é não ficar mal no negócio. Tenho medo destas coisas que me pélo. (Vai a janela e assobia: responde-lhe da rua um outro assobio.) Moleque está fino no namoro!

Duetino

José (À janela.) Entre depressa, meu ioiozinho! (Correndo ao corredor.) Não faça bulha! Devagarinho! (Alberto entra.) Faça de conta que a casa é sua, pois sinhô velho está na rua.

Alberto - E sinhá velha?

José - Lá na cozinha

Fazendo doce com iaiazinha.

Alberto(À boca da cena.) - Eu sou Alberto Ribeiro estudante mais pimpão!

José - Na bolsa pouco dinheiro muito amor no coração.

Juntos - Quando me lembro que a namorada se lembra nesta casinha vive isolada deixo pro lado a Anatomia deixa e sem saudades da Cirurgia deito a correr pro seu lado! Deita. Sou ligeiro namorado! É Olaré! Olaré!

Vida boa isto é que é!

José - Não se demore muito, é que é; hoje, véspera de Reis, sinhô velho deve entrar cedo...

Alberto - E Milu? Onde está ela?...

José - Iaiazinha não tarda. Está contente como quê! Mas não diga nada a ela, porque ela me disse que lhe dissesse que ela não aprova a entrada de Vossa Senhoria aqui e que só a muitas instâncias minhas...

Alberto - Bem. Toma lá dois mil réis... (Dá-lhe dinheiro.)

José - Aqui só estão dez tostões...

Alberto - Anda... Mexe-te... Logo terá os outros dez.

José - Olhe; aí vem iaiazinha. (Sai pelo fundo.)

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Wednesday, April 15, 2009 - 23:39

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ArturdeAzevedo

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