A Pele do Lobo - Cena IV

Cena IV

Os mesmos e Jerônimo

Cardoso - Então é assim que se entra em casa alheia?

Jerônimo (Sombrio.) - Assim como? A casa da autoridade é uma repartição pública. (Deita no chão a cinza de um cachimbo; e escarra na parede.)

Cardoso - E que tal?

Amália - Vê o que ele quer, Cardoso?

Jerônimo - Venho preveni-lo de que é falso o que lhe veio hoje dizer um tal Paraguaçu, acerca de um furto de galinhas. É provável que ele lhe dissesse que eu, Jerônimo Linhares, vulgo Barriga-cheia, sou o autor desse furto, como andou por aí dizendo a quem quis ouvi-lo. É falso! (Cospe outra vez na parede.)

Amália (Empurrando um escarrador com o pé.) - Faz favor de não cuspir no chão... Aqui tem o escarrador... (Jerônimo nem olha para Amália.)

Cardoso - Era só isso? Estou ciente.

Jerônimo - Não, senhor; por isto só não vinha eu cá, ora viva! Venho queixar-me do queixoso por crime de injúrias verbais. Chamou-me de ladrão, e se quiser o mais, mande aquela mulher para dentro. (Cospe outra vez na parede.)

Cardoso - Pois apresente a queixa e as testemunhas.

Jerônimo - A queixa aqui está. (Apresenta um papel sujo, que Cardoso pega com repugnância. Vai à porta do fundo.) Ò Compadre! Ó seu Manuel Maria! Ó seu Vitorino? podem entrar... Nada de cerimônias!

Cardoso (A Amália.) - O tratante dispõe desta casa como se fosse sua!

Submited by

Wednesday, April 15, 2009 - 22:53

Poesia Consagrada :

No votes yet

ArturdeAzevedo

ArturdeAzevedo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 18 weeks ago
Joined: 04/15/2009
Posts:
Points: 450

Add comment

Login to post comments

other contents of ArturdeAzevedo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia Consagrada/Sonnet Eterna Dor 1 2.183 10/20/2020 - 19:06 Portuguese
Fotos/Profile Artur de Azevedo 0 1.965 11/23/2010 - 23:37 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Intodução 0 2.202 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena I 0 2.394 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena II 0 2.462 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena III 0 2.345 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena IV 0 2.206 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena V 0 2.358 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena VI 0 2.037 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre Amor por Anexins - Cena VII 0 2.295 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Segundo - Cena VI 0 1.182 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Segundo - Cena VII 0 1.134 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Segundo - Cena VIII 0 1.689 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Segundo - Cena IX 0 1.300 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena I 0 1.944 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena II 0 1.780 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena III 0 1.983 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena IV 0 1.902 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena V 0 2.072 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena VI 0 2.330 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena VII 0 1.916 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena VIII 0 1.996 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Terceiro - Cena IX 0 1.717 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Primeiro - Cena II 0 1.264 11/19/2010 - 15:53 Portuguese
Poesia Consagrada/Theatre A Jóia - Ato Primeiro - Cena III 0 1.253 11/19/2010 - 15:53 Portuguese