Devastação

Sinto uma massa de ar quente se deslocar
Não é vendaval, nem tempestade,
Vem do leste, do alto mar.
Não há mais tempo para piedade.

Frutas podres caem do chão
A macieira perdeu a vontade de dar frutos
Está velha e seca
De tanto se embebedar.
O lençol freático é bebida alcoólica para as árvores,
Já que todas estão assim.

Minha sombra tomou vida própria
Ela me critica e às vezes me bate
Nossas idéias não são mais as mesmas.
Ela às vezes foge e ama minha amante.

O que é sublime?
O que é normal?
A morte é letal?
Não sou deste time.

Animais humanos brigam entre si
Convergindo num ato de violência
Divergindo num irremediável e inútil progresso
Criado por eles mesmos.
São abelhas mutantes
Que sugam poluição
Para formar uma colméia de dióxido de carbono.
O zangão está morto.

Alguns são lesmas modificadas
Metade morcego, metade débio mental,
Tentam bater asas para voar
Vomitando na criatividade do pensar
Terminando presas nas cavernas escuras
De suas incapacidades de carregar seus caracóis
Sendo obrigadas a rastejar em suas próprias gosmas.

Para terminar:
Um vapor róseo se aproxima,
Comprime e aquece o meu corpo,
Num impacto, numa névoa de toxina.

Precisamos de um novo porto
Fora deste planeta
Onde reorganizaremos de maneira organizada.
Só que isto depende!
Todos têm seus próprios pontos de vista.
São apenas pontos de vista.

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Wednesday, December 16, 2009 - 21:53

Ministério da Poesia :

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