Ninfas

Voltemos ao velho mundo na bagagem
Nostálgica da Mitologia Greco-Romana,
Ouçamos o som que das flautas surgem
Dos Sátiros deitados na vinha insana.

Seres rústicos, de nariz arrebitado e chato,
Maliciosos e petulantes com pés e pernas
De bode na personificação do homem nato
Em sua má paixão de diferentes esferas.

Apavorados diante de tal bestialidade,
Os pastores ofereciam-lhes sacrifícios.
Mas saciavam-se somente com beldades,
Com ninfas dos bosques em seus vícios.

Eis que surge a relação de amor e ódio
Quando ninfas com seus rostos de poder
Atraem aqueles que embriagados pelo ócio
Querem luxúria no pecado do prazer.

Serenidade, altivez e irresistível charme,
Estas criaturas das florestas e dos campos
Atraem o sátiro que tão burro e tão inerme
Cai na cilada de seus maliciosos encantos.

Este ser metade bode, metade homem
Tem medo de água. Sendo atraído pelos olhares
Lúdicos, viciosos e perversos do hímen
Das ninfas suplicando por apelos salutares.

Belos corpos nus surgem do nada
Para arrastarem esta criatura para o lago.
Sem forças cai perante tal manada
E vergonhoso chora lágrimas de pélago.

De volta aos quentes tempos modernos
Vemos as ninfas andando pelas ruas
Com perfumes, esmaltes, roupas e saltos.
Tudo fica fácil quando mostram suas peles nuas.

Por outro lado os homens são sátiros
Que estúpidos pelos seus brutais
Instintos sexuais amargam em delírios
Das deliciosas mulheres-ninfas carnais.

Submited by

Wednesday, December 16, 2009 - 22:45

Ministério da Poesia :

No votes yet

FranciscoEspurio

FranciscoEspurio's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 13 weeks ago
Joined: 11/08/2009
Posts:
Points: 450

Add comment

Login to post comments

other contents of FranciscoEspurio

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile 2085 0 2.182 11/23/2010 - 23:45 Portuguese
Ministério da Poesia/General Tentativas inúteis na sacada 0 3.109 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Odisséia 0 2.644 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated No caminho das pedras brilhantes (São Thomé das Letras) 0 3.432 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O viço dos seios 0 3.247 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention A pele iraquiana 0 2.731 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O revés 0 2.639 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O guardião 0 2.664 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O Demônio Interior 0 2.594 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Morte ao amanhecer 0 2.539 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Death to be born wise 0 2.734 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated O texto de um pai 0 3.359 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Fantasy Ninfas 0 2.944 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Atado ao Umbigo 0 2.534 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention Pentáculo 0 2.496 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Jean Baptiste Grenouille 0 3.229 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O estocástico 0 2.262 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sido Ser 0 2.167 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Grão latente 0 3.475 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O salto das horas 0 3.056 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Segure minhas mãos 0 2.645 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention Decepção da obra e do poder 0 2.760 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O ensejo da soma 0 2.724 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Perdição 0 2.743 11/19/2010 - 18:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Figura de madeira disforme que orna a proa de minha embarcação (Carrancas) 0 2.665 11/19/2010 - 18:10 Portuguese