O salto das horas

Capturei meu sonho na armadilha do sono
Salte!
Mas salte com toda força do mundo para fora de ti mesmo
Erga bandeira ao ferro de seu verdadeiro nome
Não deixe cair de seu semblante o que inexiste,
A vontade que transforma perguntas em mais perguntas.

Tu sabes muito bem!

E digo para o rosto que aparece no espelho seco e material,
Empunho sua sorte, fodo com sua imagem recalcada.

Quero do espelho da alma a resposta de minhas indagações.

Aflito, fito meus olhos até me ver dentro da cisterna que me prende,
Dentro do escuro de possibilidades
E ansioso por novas lentes de novidades.

Combalido cambaleio bêbado nas palavras.

(O Todo como Um,
Um como um Todo)

O livro sempre morre quando lido
E renasce mais forte na mente daquele que o lê
Reencarnando no mundo da mente
Após ter vivido em letras e papéis
Páginas e capítulos.

Eu nasci para ser um objeto
Um abajur na cabeceira da cama
Para plagiar o que o leitor lê
O que o poeta escreve
O que o sonhador sonha antes de dormir
E sou incapaz de tal plágio
Quando desligado pelas mãos
Que não se cansam de me apagarem
Para apagarem-se.

Submited by

Wednesday, December 16, 2009 - 23:53

Ministério da Poesia :

No votes yet

FranciscoEspurio

FranciscoEspurio's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 14 years 20 weeks ago
Joined: 11/08/2009
Posts:
Points: 450

Add comment

Login to post comments

other contents of FranciscoEspurio

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Fotos/Profile 2085 0 2.232 11/24/2010 - 00:45 Portuguese
Ministério da Poesia/General Tentativas inúteis na sacada 0 3.185 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Odisséia 0 2.714 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated No caminho das pedras brilhantes (São Thomé das Letras) 0 3.527 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O viço dos seios 0 3.374 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention A pele iraquiana 0 2.814 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O revés 0 2.678 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O guardião 0 2.798 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O Demônio Interior 0 2.659 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Morte ao amanhecer 0 2.571 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Death to be born wise 0 2.810 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated O texto de um pai 0 3.429 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Fantasy Ninfas 0 3.107 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Atado ao Umbigo 0 2.680 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention Pentáculo 0 2.555 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Jean Baptiste Grenouille 0 3.265 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O estocástico 0 2.336 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sido Ser 0 2.224 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Grão latente 0 3.572 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O salto das horas 0 3.165 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Segure minhas mãos 0 2.706 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention Decepção da obra e do poder 0 2.866 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General O ensejo da soma 0 2.811 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General Perdição 0 2.851 11/19/2010 - 19:10 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated Figura de madeira disforme que orna a proa de minha embarcação (Carrancas) 0 2.763 11/19/2010 - 19:10 Portuguese