CELEBRAÇÃO

Eu pensava que o amor era feito
De olhares lânguidos,
Suspiros e desmaios
E da palidez da fasce
Descrita nos romances
De final trágico –
Algo estúpido
Contando o fim
De relações não consumadas !

Ah! O amor feito de lágrimas
Em rostos esculpidos
No mármore,
Eternizando o desengano...

Mais eis que um dia,
Depois de tanta inútil dor
Me vens – assim despretencioso
Desde as rasuras
das páginas ocultas
de meus erros/tentativas,
ressucitado dos meus ontens !

Tu, o Amor, a cama,
Os braços, abraços,
Línguas, beijos,
Lençóis amarfanhados
Sob os desejos satisfeitos
Entre sussuros e murmúrios/
Reecrevendo
Em edição particular
O Amor segundo o “Kama Sutra”!

Agora eu ouso crer
No amor sem dor e sem tragédia
Pois sei de um sentimento/coração
Que é também corpo...
Almas em extâse
Nós dois
Recriando a arte
De Ter e dar prazer!
Pecado algum,
Nenhum segredo
Que a vida exibiu sempre
Como se faz o Amor
Entre as espécies;
Pura Celebração
Da Glória da existência!