O INFINITO APÓS CADA VÍRGULA
A poesia é um espólio vertido
em palavras que são como que gavetas da alma
qual formigueiro se prepare para o Inverno.
Onde a chuva é fingimento
que corre por um rio de charadas
cuja nascente é numa montanha-russa louca.
Um rio de correntes
remadas por todos os sentidos
cuja foz é um céu de destinos bravios.
Destinos baralhados
num corrupio de desejos
qual Olimpo fosse tomado pelos amantes.
Um Inverno
onde o frio é solidão cuja madrugada
é um lençol de urtigas na pele.
É um espólio manuscrito
diante os olhos que escondem o silêncio
ao calha nos recônditos imaginários do poeta.
Diante o ouvido
da mente cuja melodia é um deserto
onde se abriga o pensamento das fúrias
do mar de ser.
Diante os sonhos
quando o poeta inventa tempestades
qual palma lhe esbofeteasse as faces.
Bofetadas de água fria
para que ele acorde pisando o real chão do ego.
Manuscritos raptados á boca
cujas falas são parágrafos à espera
de algo qual morto espere o juízo final.
Fins diante o corpo
onde cada poro é uma cave
cujo mofo são gritos tolhidos por desespero.
A poesia é um momento
onde cada palavra é uma mão
que se estende muda.
Uma mão desnuda
que se deixa abrir pelo olhar
de quem a segura qual anzol pesque tubarões.
Um poema
é uma mala de viagem
pelos textos da vida onde o poeta
conclui a voz sobre o infinito após cada vírgula.
Vírgulas cuja curva
é uma lua de venenos qual maça
acinzentasse o paraíso de sementes pecadas.
Onde cada árvore
é um verso de serpentes
cujo rastejar são lágrimas de amor.
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 3477 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Culinária/Drinks | LICOR DE MORANGO | 0 | 5.741 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE MENTA | 0 | 1.896 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE LEITE | 0 | 3.118 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE LARANJA | 0 | 1.275 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE CEREJAS | 0 | 3.824 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE ANIS | 0 | 3.207 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE ANANÁS | 0 | 4.426 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE AMORA SILVESTRE | 0 | 4.570 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Soups | SOPA DE PEDRA | 0 | 6.907 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Cakes | BOLO DAS IRMÃS | 0 | 2.776 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | FARÓFIAS | 0 | 3.633 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | QUEIJADINHAS DE SINTRA | 0 | 3.002 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | SANGUE DOCE | 0 | 6.230 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE CAFÉ | 0 | 2.872 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Drinks | LICOR DE VINHO | 0 | 2.885 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Main Dishes | ROJÕES | 0 | 1.847 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | PUDIM DE SÃO JOÃO | 0 | 3.142 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | PUDIM SURPRESA | 0 | 1.754 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Main Dishes | ATUM ASSADO | 0 | 1.433 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | BEIJINHOS | 0 | 4.365 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | BEIJINHOS | 0 | 3.428 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Cakes | BOLO DE IOGURTE | 0 | 1.438 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | PUDIM DE MARACUJÁ | 0 | 2.701 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Soups | SOPA DAS MALHAS | 0 | 6.431 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese | |
Culinária/Desserts | MIGAS DOCES | 0 | 2.933 | 11/19/2010 - 12:56 | Portuguese |
Comments
Onde cada sombra é uma
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Muito belo.
Cada caminho
um lugar fraseado
em esquinas versejantes
infinitos da poesia.
Um abraço.
Vitor.
Poesia, são momentos de
Poesia, são momentos de encantamento ou desencanto,
encontro e desencontro, alegria e tristeza, tudo o que sonhamos
e interpretamos com o coração, uma infinidade de palavras mágicas
que nos dão a conhecer momentos de extase, com ela parece-nos que nada nos falta.
Belo como sempre.
Do alto da montanha-russa da
Do alto da montanha-russa da vida, a vista é deslumbrante e até
é possível um mergulho. E já que a água está fria, mergulhemos
na poesia...
Comentário
Realmente, após uma virgula no escrito podemos ter o infito no emaranhados dos verso, uma bela meditação.