Há uma hora que não chove

-Há uma hora que não chove-

 

Uma tarde cinzenta
Tal como eu
Vale-me, a pastilha de menta
A que ela me deu

Eu disse-lhe – sorri
E ela sorriu
Mas não para mim.

Eu não queria chorar
Mas chorei
A lágrima caiu.

Eu não queria ficar
Mas fiquei
E ela partiu.

À distância o estupor
Sei que não me lamenta
E da sua ausência, sinto a dor
Mas também, a frescura e o sabor
Da sua pastilha de menta.

Uma tarde cinzenta
Tal como eu
Vale-me, a pastilha de menta
A que ela me deu

E que me refresca por dentro
O peito agora a seco
Com uma lufada de alento.

- Há uma hora que não chove.

 

Costa da Silva

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Thursday, January 20, 2011 - 00:14

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