DESEJOS DE PEDRA

Envolvente sol nascente
na verdade acontecida no tear hábil do olhar.

Conflitos interiores extraídos num grito.

Contradições pacíficas,
condescendentes augurando o tacto
de causas cheias de compunção escovando
com pó represálias de em mim não me encontrar.

Desejos de pedra.

Hesito ruidosamente
os extremos da alma devorada
por alcateias de medo.

Frios espreitam
no reverso da medalha tolerante
para com toda a gente nua no meu ponto fraco.

Defendo-me
da proximidade do fim
insuflando-me tolo infiel à imortalidade.

Absolvo-me o prazer de viver oposto
aos grãos de dor semeados sentido no caminho.

Oponho-me à morte
repousada em anjos vulneráveis.

O pecado no meu sorriso é insaciável,
retinam bestas ingénuas de máscaras assustadas.

Alarmo-me das pocilgas
onde a irreflexão é luxúria falsa.

Resisto selvagem nas urtigas pensantes.

Alimentos astúcias
encurraladas na escassez do perfeito.

Cosmos vago.
 

Submited by

Monday, January 24, 2011 - 17:26

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Henrique

Henrique's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 3 days ago
Joined: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Comments

Nanda's picture

Henrique, Para quem se

Henrique,

Para quem se alimenta do pensamento e faz dele o instrumento da arte de poetar.

Beijo

Nanda

Quimeras's picture

Desejos de Pedra

O desejo, feito pedra, ecoa nos labirintos do eu, do tu, do nós desde o nascente ao poente da vida vivida, dolorida, sentida como uma vontade contraditória  entre o ser e o não ser, que se projecta na imensidão do cosmos, o qual se torna vago perante a intensidade desse sentimento antitético...

Quimeras 

Add comment

Login to post comments

other contents of Henrique

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Thoughts DA POESIA 1 9.446 05/26/2020 - 22:50 Portuguese
Videos/Others Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 51.411 06/11/2019 - 08:39 Portuguese
Poesia/Sadness TEUS OLHOS SÃO NADA 1 8.695 03/06/2018 - 20:51 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 9.974 02/28/2018 - 16:42 Portuguese
Poesia/Thoughts APALPOS INTERMITENTES 0 8.687 02/10/2015 - 21:50 Portuguese
Poesia/Aphorism AQUILO QUE O JUÍZO É 0 8.589 02/03/2015 - 19:08 Portuguese
Poesia/Thoughts ISENTO DE AMAR 0 8.482 02/02/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Love LUME MAIS DO QUE ACESO 0 9.229 02/01/2015 - 21:51 Portuguese
Poesia/Thoughts PELO TEMPO 0 7.268 01/31/2015 - 20:34 Portuguese
Poesia/Thoughts DO AMOR 0 7.305 01/30/2015 - 20:48 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SENTIMENTO 0 6.941 01/29/2015 - 21:55 Portuguese
Poesia/Thoughts DO PENSAMENTO 0 8.457 01/29/2015 - 18:53 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SONHO 0 6.407 01/29/2015 - 00:04 Portuguese
Poesia/Thoughts DO SILÊNCIO 0 7.370 01/28/2015 - 23:36 Portuguese
Poesia/Thoughts DA CALMA 0 6.394 01/28/2015 - 20:27 Portuguese
Poesia/Thoughts REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 5.865 01/27/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Thoughts MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 8.170 01/27/2015 - 15:59 Portuguese
Poesia/Aphorism NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 7.350 01/26/2015 - 19:44 Portuguese
Poesia/Thoughts SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 7.750 01/25/2015 - 21:36 Portuguese
Poesia/Thoughts MIGALHAS DE SAUDADE 0 7.173 01/22/2015 - 21:32 Portuguese
Poesia/Thoughts ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 6.671 01/21/2015 - 17:00 Portuguese
Poesia/Thoughts PALAVRAS À LUPA 0 6.666 01/20/2015 - 18:38 Portuguese
Poesia/Thoughts MADRESSILVA 0 5.628 01/19/2015 - 20:07 Portuguese
Poesia/Thoughts NA SOLIDÃO 0 8.873 01/17/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Thoughts LÁPIS DE SER 0 8.392 01/16/2015 - 19:47 Portuguese