AUSCHWITZ, 2011-01-30

Auschwitz, 2011-01-30.

Sim, um nome por cicatrizar, Auschwitz.

Enquanto houver fome no mundo, crianças abandonadas, violência doméstica ou outra qualquer violência, discriminação, racismo, ganância, maus-tratos a animais e excesso de vaidade, Auschwitz estará ainda em funções.

Passaram sessenta e seis (66) anos, mas se olharmos ao que se passa no mundo, Auschwitz, ainda alberga os seus prisioneiros.

Auschwitz foi o centro administrativo de todo o complexo. Foi aberto em 20 de Maio de 1940, a partir de barracas de tijolo do exército polaco. Os primeiros prisioneiros do campo foram 728 políticos polacos de Tarnów.

Inicialmente, o campo foi utilizado para internar membros da resistência e intelectuais polacos, mais adiante foram levados para lá também prisioneiros de guerra da União Soviética, prisioneiros comuns alemães, elementos anti-sociais e homossexuais. No primeiro momento chegaram também prisioneiros judeus. Geralmente o campo abrigava entre treze e dezasseis mil prisioneiros, alcançando a quantidade de vinte mil em 1942. À entrada de Auschwitz lia-se (e ainda hoje se lê) as palavras: "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta). Os prisioneiros do campo saíam para trabalhar durante o dia nas construções do campo, com música de marcha tocada por uma orquestra.
As SS geralmente seleccionavam prisioneiros, chamados kapos, para fiscalizar os restantes. Todos os prisioneiros do campo realizavam trabalhos e, excepto nas fábricas de armas, o domingo era reservado para limpeza com duches e não havia trabalho. As severas condições de trabalho unidas à desnutrição e pouca higiene faziam com que a taxa de mortalidade entre os prisioneiros fosse muito elevada. O bloco 11 de Auschwitz era a prisão dentro da prisão e ali se aplicavam os castigos. Alguns deles consistiam em prendê-los por vários dias em cela demasiado pequena para sentar-se. Outros eram executados, pendurados ou deixados a morrer de fome.

Em Setembro de 1941, as SS realizaram no bloco 11 os testes do gás Zyklon B, nos que morreram 850 prisioneiros polacos e russos. Os testes foram considerados bem sucedidos e em consequência construíram uma câmara de gás e um crematório. Essa câmara de gás foi utilizada entre 1941 e 1942 para logo ser convertida em refúgio antiaéreo.

A primeira mulher chegou ao campo em 26 de Março de 1942. Entre Abril de 1943 e Maio de 1944 levaram-se a cabo experimentos de esterilização em mulheres judias no bloco 10 de Auschwitz. O objectivo era o desenvolvimento de um método simples que funcionasse com uma injecção para ser utilizado na população eslava. O doutor Josef Mengele experimentou com gémeos nesse mesmo complexo. Quando um prisioneiro não se recuperava rapidamente, geralmente era executado com uma injecção letal de fenol.

Um bordel foi criado no verão de 1943 por ordens de Himmler. Estava localizado no bloco 24 e era utilizado para premiar os prisioneiros privilegiados. Os guardas seleccionavam prisioneiras para este campo, mas também aceitavam voluntárias atraídas pelas melhores condições alimentícias.

Hoje, há imensas coisas no nosso mundo destas, com outros métodos, mas actual.

Henrique Fernandes
 

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Sunday, January 30, 2011 - 16:46

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Henrique

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Hoje, há imensas coisas no nosso mundo destas, com outros método

Terror angustiante que a crueldade humana provoca.
Quase inacreditável, e tão real, que doi.

Um abraço.

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