Equilibrista (Cecília Meireles)

Alto, pálido vidente,
caminhante do vazio,
cujo solo suficiente
é um frágil, aéreo fio!

Sem transigência nenhuma,
experimentas teu passo,
com levitações de pluma
e rigores de compasso.

No mundo, jogam à sorte,
detrás de formosos muros,
à espera da tua morte
e dos despojos futuros.

E tu, cintilante louco,
vais, entre a nuvem e o solo,
só com teu ritmo - tão pouco!
Estrela no alto do pólo.

 

Cecília Meireles (1901-1964), In: Antologia Poética.

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Tuesday, February 8, 2011 - 03:44

Poesia :

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AjAraujo

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Bela homenagem !!!! Bem

Bela homenagem !!!!

Bem lembrado a Cecília ....

beijos 

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