Meia-hora

Passara-se a simples meia-hora
E eu não sei aonde irás.
O mundo a cair à minha volta
E eu não posso mais voar.

As asas do dissimulado estão ao chão
Enquanto, ao segundo céu, se fantasia
Ao passo que sua dama não o quer à sua vida —
O motivo pelo qual agora chora à extrema unção.

Milhões lutam e decidem o destino do País
E nossos passos, tão perdidos, não encontram um só chão.
Eu preferia ter contigo a beber o chimarrão
Em vez do inferno que se ergue a apresentar-me uma raiz.

Eu me ergo em desespero a mudar-me de endereço
A cada praça que oferece um falso apreço.
Em meio às chuvas que se fazem adereços
E à saudade das carícias de que nunca mais me esqueço.

Talvez, agora, tenhas visto nosso fruto —
Verdadeira proibição que vem ao mundo.
Abstenhamo-nos do ódio; precisamos nos unir.
Terás e abrir mão de teu orgulho e me ouvir.

Quando digo que não ouças ninguém,
Quando mostro que procuro ser alguém.

A velar por ministrar meu jeito,
Haverei de proteger teu gênio,
Haverei de melhorar por ti.

Nem só de reclamações se satisfaz o apontador.
Aponto o dedo...
Pra não ter que apontar um novo lápis...
Nem só de críticas se faz o crítico,
Nem só de argumentos se abastece o escritor,
De nada vale minha vida sem que tenha o teu amor.

Meu emprego indecente haverá de nos manter
E tua boca, sempre ardente, haverá de me acolher,
Pois eu sei que nunca fui o herói perfeito
E, se pudesse, refaria meus preceitos.

Se houver chance de te ver,
Darei a atenção e o carinho que as chuvas dão ao mundo,
Viverei a profissão e as alegrias de um sonho tão profundo
Em que me ergo, sigo em frente, abro as portas de um mundo.

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Friday, February 25, 2011 - 02:57

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Caio Vinícius Reginaldo de Souza

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Meia-hora

Linda meia-hora!

Meus parabéns,

MarneDulinski

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