Meia-hora
Passara-se a simples meia-hora
E eu não sei aonde irás.
O mundo a cair à minha volta
E eu não posso mais voar.
As asas do dissimulado estão ao chão
Enquanto, ao segundo céu, se fantasia
Ao passo que sua dama não o quer à sua vida —
O motivo pelo qual agora chora à extrema unção.
Milhões lutam e decidem o destino do País
E nossos passos, tão perdidos, não encontram um só chão.
Eu preferia ter contigo a beber o chimarrão
Em vez do inferno que se ergue a apresentar-me uma raiz.
Eu me ergo em desespero a mudar-me de endereço
A cada praça que oferece um falso apreço.
Em meio às chuvas que se fazem adereços
E à saudade das carícias de que nunca mais me esqueço.
Talvez, agora, tenhas visto nosso fruto —
Verdadeira proibição que vem ao mundo.
Abstenhamo-nos do ódio; precisamos nos unir.
Terás e abrir mão de teu orgulho e me ouvir.
Quando digo que não ouças ninguém,
Quando mostro que procuro ser alguém.
A velar por ministrar meu jeito,
Haverei de proteger teu gênio,
Haverei de melhorar por ti.
Nem só de reclamações se satisfaz o apontador.
Aponto o dedo...
Pra não ter que apontar um novo lápis...
Nem só de críticas se faz o crítico,
Nem só de argumentos se abastece o escritor,
De nada vale minha vida sem que tenha o teu amor.
Meu emprego indecente haverá de nos manter
E tua boca, sempre ardente, haverá de me acolher,
Pois eu sei que nunca fui o herói perfeito
E, se pudesse, refaria meus preceitos.
Se houver chance de te ver,
Darei a atenção e o carinho que as chuvas dão ao mundo,
Viverei a profissão e as alegrias de um sonho tão profundo
Em que me ergo, sigo em frente, abro as portas de um mundo.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 552 reads
Add comment
other contents of Caio Vinícius Reginaldo de Souza
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Thoughts | Via Láctea | 1 | 711 | 03/01/2011 - 15:22 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Neurótico escaleno | 1 | 537 | 02/28/2011 - 21:25 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Perdoa-me, beldade minha | 0 | 1.073 | 02/28/2011 - 20:06 | English | |
Poesia/Song | Do lado de Lá | 0 | 464 | 02/28/2011 - 00:05 | Portuguese | |
Poesia/Love | Daqui a pouco... | 0 | 502 | 02/28/2011 - 00:04 | Portuguese | |
Poesia/Love | Desconstrução | 0 | 413 | 02/28/2011 - 00:04 | Portuguese | |
Poesia/Song | Bachianna | 0 | 528 | 02/28/2011 - 00:02 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Pra mim | 0 | 529 | 02/27/2011 - 23:58 | Portuguese | |
Poesia/Love | Sorriso na voz | 0 | 494 | 02/27/2011 - 23:57 | Portuguese | |
Poesia/Love | Passado em paralelo | 0 | 506 | 02/27/2011 - 23:57 | Portuguese | |
Poesia/Love | Castelo de cartas | 0 | 610 | 02/27/2011 - 23:56 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Israel à Palestina | 0 | 500 | 02/27/2011 - 23:55 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Estrada | 0 | 581 | 02/27/2011 - 23:55 | Portuguese | |
Poesia/Comedy | Hey, vovô | 0 | 585 | 02/27/2011 - 23:54 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Três minutos | 0 | 536 | 02/27/2011 - 23:53 | Portuguese | |
Poesia/Love | Rasgar de cartas | 0 | 513 | 02/27/2011 - 23:52 | Portuguese | |
Poesia/Love | Chancelas | 0 | 440 | 02/27/2011 - 23:51 | Portuguese | |
Poesia/Love | Potes de remédio e papel de chocolate | 0 | 602 | 02/27/2011 - 23:50 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Cão sacrificado | 0 | 629 | 02/27/2011 - 23:48 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Falta de ar 6815 | 0 | 613 | 02/27/2011 - 23:47 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Inspiração | 0 | 483 | 02/27/2011 - 23:47 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Amor subliminar | 0 | 771 | 02/27/2011 - 23:45 | Portuguese | |
Poesia/Song | Noite % | 0 | 644 | 02/27/2011 - 23:44 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Traição | 0 | 357 | 02/27/2011 - 23:42 | Portuguese | |
Poesia/Thoughts | Ditadura | 0 | 508 | 02/27/2011 - 23:42 | Portuguese |
Comments
Meia-hora
Linda meia-hora!
Meus parabéns,
MarneDulinski