ARTIGO: A MORTE E A RELIGIÃO

          Nada se compara, em termos de sofrimento, à dor da morte. Não a dor de quem morre, mas a de quem a presencia, a de quem tem de suportá-la e se conformar com ela.
          Como podemos aceitar a idéia de que uma pessoa que amamos desapareça para nunca mais voltar? Para nós, seres humanos, o homem nasceu para o êxito, para a existência e não para a extinção.  Existe dor maior do que a do filho que perde seus pais? E o que dizer de um pai que perde um filho?
          Os sábios, profetas e religiosos sempre procuraram uma forma de amenizar a dor da morte. Através de parábolas, fábulas e ensinamentos eles tentam adaptar o homem a aceitar esse final, tentam conformá-lo da maneira mais suave possível.
          Nascemos por um milagre divino, uma probabilidade mínima. Depois crescemos, lutamos, sofremos os fardos da nossa vida, brigamos por coisas banais, esquecemos da própria vida, e de que um dia tudo se acabará.
          A morte é tão triste, que quase nunca lembramos que vamos morrer só os nossos semelhantes.
Sempre foi difícil o homem aceitar a idéia da morte, e assim sempre será.
          As religiões já conseguiram quase tudo: Convencer fiéis, amenizar um pouco a miséria do povo, desfazer conflitos entre nações, catequizar e instruir crianças, desafiar a ciência, mobilizar comunidades para ajuda mútua e muitas outras conquistas. Mas, apesar de todos esses desafios, nenhuma religião conseguiu a seguinte vitória: “Conscientizar todo homem a se conformar e aceitar que um dia ele terá que morrer”.

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Sunday, March 13, 2011 - 05:20

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JANILSON BARROS DO AMARAL

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