DUETO - Tanto me fazia que fumasses um cigarro
rainbowsky / MariaButterfly
Nota prévia
Foi com grande alegria que fiz em conjunto com a Butterfly este poema que agora aqui apresentamos. Foi um prazer enorme fazê-lo. Espero que todos os que nos leiam se lembrem de que este poema só foi possível com a participação de ambos, numa harmoniosa inspiração. Bem haja ao WAF e aos momentos que nos proporciona. Desde já, em meu nome, e em nome da Butterfly, agradeço todo o carinho e amizade de todos. Viver este espaço é para nós uma honra. Obrigado.
A noite caía sobre os meus ombros
Como num dia qualquer.
Baços traços cinzelados
Escorriam pela vidraça suave dos meus lábios
E eu sentia o magma da alma acelerar a frequência em mim.
Como o vento anelar soprando em marfim
Contava o tempo pelo efeito
E na hiperglicémia interior
Rápida e superficialmente a névoa surgia quando te olhava.
Eu era barco que em teu olhar navegava.
Afogada em mim, desfiz-me do nada.
Deambulando na espuma de sonhos que tive
Quis acreditar que ainda me chamavas
Carta de desejo sublime, trunfo de sedução.
Enrolei-me nos pesadelos do fim
E deixei aquele espesso fumo tomar conta de mim.
Embora me doesse cortava a sinapse deste mundo.
Tanto me fazia que fumasses um cigarro
e caminhasses numa direcção oposta à minha
ou me fumasses a mim,
ditando o meu fim.
(A linha do horizonte que ardia entre os dedos consumia-me).
Ardia-me na boca.
Sabia-me ao limite
Rasgava-me a sede
como se tu me agrafasses lágrimas indesejáveis ao rosto
submissas à amargura
em veia areia. Presa em mim!
Num último fôlego esmaguei a saudade
comprimindo-a num seco gesto.
Entre as pedras estavam minhas esferas
num cinza preso
em TI.
rainbowsky / MariaButterfly
Abril de 2011
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Comments
Concordo plenamente com o
Concordo plenamente com o Giraldoff,
e acredito ser esse poema incrível
na sua forma de consecpção ....
Está fabuloso !!!!
Beijos
Susan