Da lágrima que me invade a alma
Navega em mim o sangue à deriva.
Rendem-se as minhas veias
à pedra que me ensopa a luz de escuridão.
Sinto-me um barco sem remos numa maré de penhascos.
Paixão, corda em volta do pescoço,
submissa ao destino das flores murchas.
Amuado som diáfano, este silêncio
que mora no zénite das trevas no meu olhar.
Náufrago num mar de mármore.
Escuto o chão nas minhas têmporas.
Maldita noite que em mim se rasga suicídio.
Suspiros sem porto de abrigo.
Desabrocha em pranto
a aura estéril das minhas mãos.
Folhas de agonia caídas no meu peito.
Soturna esperança desfraldada,
voo emaranhado da lágrima que me invade a alma.
Âncora de haste serva ao descompasso, o amor.
Faúlha excelsa me esbraceja o sol,
dias chorados em sementes de insânia
que semeio em espectros sem inspiração.
O ser nada de uma musa,
é o gume de um amor que me talha a carne.
Versos lancinantes.
Rima de afagos esta tempestade pedestre
nos meus lábios escondidos no sentir tanta raiva.
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Ministério da Poesia :
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