Soneto ao Adormecido (Augusto Frederico Schmidt
Como não te sorrir, ó adormecido,
E como não chorar sobre nós mesmos!
Como não se alegrar ao contemplar-te,
E não entristecer em nós pensando?
Como não perceber que a vida impura
Se conservou de ti distante e ausente
E em nós vingou seus ásperos desejos,
Seus caprichos terríveis e suas mágoas?
Como não te sorrir, morto e inocente
Cansado de brincar, se está liberto
Do destino de ter nosso destino?
Como não alegrar com a tua sorte,
Se nunca hás de chorar sobre ti mesmo,
Sobre a tua inocência e os teus brinquedos?
Augusto Frederico Schmidt (1906-1965), In: Mar Desconhecido.
Submited by
Tuesday, May 17, 2011 - 22:22
Poesia :
- Login to post comments
- 1936 reads
other contents of AjAraujo
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Dedicated | Auto de Natal | 2 | 1.879 | 12/16/2009 - 03:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Natal: A paz do Menino Deus! | 2 | 2.697 | 12/13/2009 - 12:32 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Uma crônica de Natal | 3 | 2.517 | 11/26/2009 - 04:00 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Natal: uma prece | 1 | 2.324 | 11/24/2009 - 12:28 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Arcas de Natal | 3 | 2.717 | 11/20/2009 - 04:02 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Queria apenas falar de um Natal... | 3 | 2.816 | 11/15/2009 - 21:54 | Portuguese |
Add comment