Que pensas sobre a inspiração?

Que pensas sobre o mundo?

Ótimo, isto nada importa,

Que pensas sobre o que é absurdo?

Ótimo, isto nada importa,

Que pensas sobre as regras que lhe são impostas ?

Ótimo, isto não é importante,

Que pensas sobre você e somente você?

Ótimo, isto é tudo o que importa,

Porque ficar tentado, se forçando a escrever com uma caneta na mão?

Se não possui nenhum mote ou inspiração,

Juntando um compêndio de informações cheias de negação,

A inspiração é como um fruto silvestre,

Sem nenhum mecanismo de proteção,

É ela que escolhe o seu progenitor,

Contrária a seus planos, contrária a sua dor,

Pode vir com o inverno e só desabrochar no outono,

Pois o verão é sempre quem consome a inspiração

Todos a buscam,

Mas ela não dá ao redor nem das piores nem das melhores famílias,

Sua preferência é aleatória,

Seus momentos são imprevisivelmente improváveis,

Pode vir no silêncio da noite,

Ou num dia chato, movimentado e barulhento,

Mas ela some com o vento,

Não é comestível mas é consumível,

Seu ego é sua alergia,

Se ele se infla, ela logo abandona seu senhor,

Vem consolar alguns poetas que se prostam á solidão,

Mas não escolhe sempre os mesmos,

Nem anda lado a lado com os deuses supremos,

Varia semrpe a cada dia,

É imprevisível,

É uma metáfora,

É uma antítese,

É a aniquiladora de velhos costumes,

É a semeadora de novas idéias,

É alimentada por ávidos sentinelas,

Não importa quem você é,

O que pensa você,

Ela vem, passa e as vezes até volta,

E quando quer,

Deixa a saudade e volta noutro dia qualquer.