O ruído da rua…

O ruído da rua…

Apesar d’as janelas estarem abertas de par em par,
Todo o ruído lá fora se diluiu, sumido no ar…
Uma criança que chorava breve, o cochichar das velhas
Sobre vidas que não as suas, a indefinição das ruas

Num refrão constante, com todos os sons e notas
Que chegavam aos meus ouvidos, como um respirar
De pautas musicais, escritas nos vitrais abertos,
Lembravam-me místicas visões e novas versões de credos,

Que o não eram, não deparava com magos nas vielas
Nem fadas, nem gnomos nesse mundo de mil celas,
Apenas janelas de imitação em magros corredores de cal,
Mas onde todos os sons soavam para mim de forma original,

Eles, como eu, não durámos para sempre,
Não escolhemos o vento que nos soprava
No ouvido o respirar do universo, como se fosse
Algo que se ouvisse (um pensamento, uma frase…)

Sussurro agora do vazio que tenho no fundo do coração,
Os sonhos que outros já sonharam nesta mesma mansão,
Apenas as surdas janelas continuam ainda abertas,
Mas as velhas da rua não passam , nem consigo mais ouvi-las…

Joel Matos (02/2012)
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Martes, Marzo 6, 2018 - 10:00

Ministério da Poesia :

Su voto: Nada Promedio: 5 (1 vote)

Joel

Imagen de Joel
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 1 semana 2 días
Integró: 12/20/2009
Posts:
Points: 42103

Comentarios

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

.

.

Imagen de Joel

O ruído da rua…

O ruído da rua…

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Joel

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Sombras no nevoeiro 0 3.656 02/16/2013 - 21:59 Portuguese
Poesia/General o dia em que o eu me largou 2 1.657 12/30/2011 - 12:24 Portuguese
Poesia/General ciclo encerrado 0 3.176 03/11/2011 - 22:29 Portuguese
Ministério da Poesia/General gosto 0 4.298 03/02/2011 - 15:29 Portuguese
Poesia/General A raiz do nada 0 2.533 02/03/2011 - 20:23 Portuguese
Poesia/General Tão íntimo como beber 1 1.196 02/01/2011 - 22:07 Portuguese
Poesia/General Gosto de coisas, poucas 0 2.598 01/28/2011 - 17:02 Portuguese
Poesia/General Luto 1 3.946 01/15/2011 - 20:33 Portuguese
Poesia/General Não mudo 0 2.048 01/13/2011 - 12:53 Portuguese
Prosas/Lembranças Cruz D'espinhos 0 8.593 01/13/2011 - 11:02 Portuguese
Prosas/Contos Núri'as Ring 0 4.600 01/13/2011 - 11:01 Portuguese
Poesia/Fantasía Roxxanne 0 4.093 01/13/2011 - 11:00 Portuguese
Poesia/General Oração a um Deus Anão 0 5.914 01/13/2011 - 10:58 Portuguese
Prosas/Saudade O-Homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas 0 4.168 01/13/2011 - 10:57 Portuguese
Poesia/General O fim dos tempos 0 4.865 01/13/2011 - 10:52 Portuguese
Poesia/General Terra á vista 1 2.481 01/13/2011 - 01:13 Portuguese
Prosas/Lembranças sete dias de bicicleta pelo caminho de Santiago francês 0 8.955 01/12/2011 - 23:58 Portuguese
Poesia/General Não sei que vida a minha 1 1.679 01/12/2011 - 21:04 Portuguese
Poesia/General o céu da boca 0 4.097 01/12/2011 - 15:50 Portuguese
Poesia/General Dispenso-a 0 2.330 01/12/2011 - 15:38 Portuguese
Poesia/General estranho 0 4.445 01/12/2011 - 15:36 Portuguese
Poesia/General comun 0 3.629 01/12/2011 - 15:34 Portuguese
Poesia/General desencantos 0 1.919 01/12/2011 - 15:30 Portuguese
Poesia/General Solidão não se bebe 1 3.224 01/12/2011 - 02:11 Portuguese
Poesia/General Nem que 3 2.747 01/11/2011 - 10:39 Portuguese