Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos
Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem
Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,
A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos
Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,
Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio
Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer
Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor
Da mão destra …
Joel Matos ( Fevereiro 2022)
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Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,
A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos
Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,
Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio
Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer
Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor
Da mão destra …
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Meu instinto é dado pelos
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Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem
Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,
A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos
Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,
Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio
Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer
Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor
Da mão destra …
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