CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Despido de tudo quanto sou...
Andei distraído procurando o que não via
Nem vejo, visto que sou pequeno,
Viro o rosto pra de onde venho
E não pra onde fui posto,
Vejo nas estrelas o rosto,
Não da morte mas do oposto, da vida
Pra'lém do percurso que fui, fiz nesta Terra
Outrora bela, soberba ...
Outrora viva,
Andei por aí buscando o repouso,
Não via nem vejo, a fonte do limo,
O álamo esguio,
O negrume do teixo, da terra preta o apelo,
Das folhas mortas,
Abdiquei de ser rei,
Pra ser jardineiro "por conta própria",
Sem reino nem terreno pra arar,
Podei as rosas dos quintais dos outros
E observei pardais nos ninhos,
Nas sombras os olivais dir-se-iam deuses mortais,
Não contei quantos, mas muitos, muitos.
Há muito que desejo desertar,
Mas as pernas na beira da estrada,
Estão sempre fora de mim e o meu coração ... lento,
Lento não dá pra fugir por aí de rastos
Admito não ter dormido todo o tempo do mundo,
Mas mesmo assim penso como se fosse madrugada
E domingo, cada vez que me levanto
Sem vida e me mudo pro outro lado da cama,
Na mesma fronha que uso desde que vim ao mundo,
Sinto um ritual de vencedor num corpo derrotado,
O que muda são apenas os sonhos que persegui
Sem sucesso ao longo do tempo
E ainda sonho sonhos que não sigo,
Acatei a derrota,
Sinto um ritual de vencedor nas asas
E nas pernas o símbolo das coisas
Que me pegam ao chão terreno,
"Rocket-man", visto que
O meu território é de ar,
Balouço-me na fronteira do tudo e do nada,
Qualquer um desses reinos me conforma,
A memória passa sem se ver, sem se dar
Sonhar é não estar presente em nenhum Destes países
Pra sempre,
Duvidar é dar liberdade ao voo ...
O plano é adormecer descrente,
Desnudo de tudo o que sei,
Despido de tudo quanto sou.
Jorge Santos 11/2018
http://namastibetpoems.blogspot.com
Submited by
Ministério da Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 16353 leituras
Add comment
other contents of Joel
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Geral | Notas de um velho nojento | 29 | 5.172 | 04/01/2025 - 10:16 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Ricardo Reis | 37 | 3.141 | 04/01/2025 - 10:04 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Insha’Allah | 44 | 3.109 | 04/01/2025 - 10:03 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | São como nossas as lágrimas | 10 | 2.521 | 04/01/2025 - 10:02 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Recordo a papel de seda | 19 | 1.206 | 04/01/2025 - 10:00 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Duvido do que sei, | 10 | 920 | 04/01/2025 - 09:58 | Português | |
Poesia/Geral | Entreguei-me a quem eu era | 10 | 1.253 | 04/01/2025 - 09:56 | Português | |
Poesia/Geral | Cedo serei eu | 10 | 1.390 | 04/01/2025 - 09:55 | Português | |
Poesia/Geral | Não existo senão por’gora … | 10 | 1.624 | 04/01/2025 - 09:54 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Cada passo que dou | 15 | 3.251 | 03/28/2025 - 22:11 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Quem sou … | 16 | 4.179 | 03/28/2025 - 22:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | A essência do uso é o abuso, | 14 | 5.393 | 03/28/2025 - 22:08 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Percas, Carpas … | 12 | 1.276 | 02/12/2025 - 10:38 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Tomara poder tocar-lhes, | 12 | 1.345 | 02/11/2025 - 18:58 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Pois que vida não tem alma | 20 | 1.126 | 02/11/2025 - 18:37 | Português | |
Poesia/Geral | Pra lá do crepúsculo | 30 | 4.858 | 03/06/2024 - 12:12 | Português | |
Poesia/Geral | Por onde passo não há s’trada. | 30 | 6.256 | 02/18/2024 - 21:21 | Português | |
Poesia/Geral | Sonhei-me sonhando, | 17 | 6.344 | 02/12/2024 - 17:06 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | A alegria que eu tinha | 23 | 8.166 | 12/11/2023 - 21:29 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | (Creio apenas no que sinto) | 17 | 3.462 | 12/02/2023 - 11:12 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Vamos falar de mapas | 15 | 9.512 | 11/30/2023 - 12:20 | Português | |
Poesia/Geral | Entrego-me a quem eu era, | 28 | 4.180 | 11/28/2023 - 11:47 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | O Homem é um animal “púbico” | 11 | 7.046 | 11/26/2023 - 19:59 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | No meu espírito chove sempre, | 12 | 3.201 | 11/24/2023 - 13:42 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Os destinos mil de mim mesmo. | 21 | 8.428 | 11/24/2023 - 13:42 | Português |
Comentários
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-