CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O homem que fazia chover
Porque havia sírios e cedros e chuva sem ti.
Porque a cinza do céu e o tumulto dos pássaros me inventaram o só.
Porque tudo era escravo do futuro defunto em adeus…
Porque o mundo partido aos bocados tinha horas do ontem onde existias.
Lembrei-me do homem que fazia chover.
Musical e passado um harmónio vadio vagueava os Outonos.
Hipnotizado ataúde que moravas eterna no nojo da terra abaixo dos pés.
Crepita de crentes, vizinhas e gente que não conheci…
Com os seus sentimentos ao meu abandono com saudades de ti.
Então vaporou do tempo um tempo sem tempo de nós…
Um harmónio de frio, tempestades e rios correntes na voz.
Depois tremente, doente, invisível, estacou sem corpo…
Meu olhar no vazio, que sentiu tal frio de me sentir morto.
Perdi-me então por ali…
Num tempo de lençóis brancos que cheirava o verão…
Agua salgada e lágrimas de sol pela calçada.
E á frente toda a gente…que sente…
O tonto da tasca, o Tadeu tanoeiro e o sacristão…
O padre, os amigos, o pai sentido, a Conceição.
O Zé a Celeste, o tempo agreste no dia chorar…
Foram todos levar-te, aonde me foste abandonar.
Cravos, crisântemos, arranjos com faixas abraçadas nos lírios…
Olhei para o ar como se fosses pairar por cima dos sírios…
Depois melodia, que fiquei para ultimo do teu ultimo dia.
A harmónica e o homem que fazia chover… e chovia.
Emperrou á entrada do campo num calar sepulcral.
Tu que me amavas e acreditavas e por sinal…
Eu descrente…creio que deus…
Foi ao teu funeral.
Mãe.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 784 leituras
Add comment
other contents of Lapis-Lazuli
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aforismo | Nos olhos de Irina | 3 | 717 | 05/06/2010 - 21:27 | Português | |
Poesia/Dedicado | Fabrica das gabardines | 5 | 7.444 | 05/05/2010 - 22:54 | Português | |
Poesia/Amor | Querer | 7 | 1.067 | 05/03/2010 - 00:24 | Português | |
Poesia/Aforismo | Magnitude Absoluta | 4 | 1.142 | 05/01/2010 - 21:02 | Português | |
Poesia/Dedicado | Zé, pá... | 3 | 933 | 05/01/2010 - 12:30 | Português | |
Poesia/Aforismo | Relembranças do mundo ausente | 3 | 912 | 04/30/2010 - 12:06 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Indestino | 1 | 968 | 04/29/2010 - 01:00 | Português | |
Poesia/Amor | "Do Amor e Outros Demónios" | 6 | 805 | 04/28/2010 - 03:39 | Português | |
Poesia/Aforismo | Incorporal | 3 | 939 | 04/24/2010 - 00:36 | Português | |
Poesia/Aforismo | Desnascimento | 1 | 1.210 | 04/24/2010 - 00:10 | Português | |
Poesia/Aforismo | Homem do nada | 4 | 1.231 | 04/23/2010 - 00:53 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Tudo passa ás vezes | 2 | 786 | 04/22/2010 - 23:19 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Viagem breve de ti | 3 | 1.249 | 04/19/2010 - 09:44 | Português | |
Poesia/Meditação | Poemas de Amor | 7 | 1.011 | 04/17/2010 - 12:20 | Português | |
Poesia/Aforismo | Mãos | 2 | 1.054 | 04/16/2010 - 01:25 | Português | |
Poesia/Meditação | Balão Mágico | 3 | 949 | 04/13/2010 - 20:46 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Always the sun | 6 | 1.106 | 04/12/2010 - 17:20 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Querer não é poder | 1 | 972 | 04/12/2010 - 10:00 | Português | |
Poesia/Aforismo | Barriga cheia de nós | 2 | 1.081 | 04/11/2010 - 21:52 | Português | |
Poesia/Aforismo | Ladaínha | 1 | 1.051 | 04/11/2010 - 17:29 | Português | |
Poesia/Meditação | Aspirina | 3 | 1.060 | 04/10/2010 - 18:25 | Português | |
Poesia/Dedicado | Lisboa toda | 4 | 876 | 04/09/2010 - 17:56 | Português | |
Poesia/Amor | À espera de nós | 3 | 2.080 | 04/06/2010 - 18:07 | Português | |
Poesia/Aforismo | O Evangelho segundo o desejo | 3 | 628 | 04/06/2010 - 17:35 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Na cara dos homens | 4 | 803 | 04/06/2010 - 17:06 | Português |
Comentários
Re: O homem que fazia chover
Poema belo e profundo.
Faz e dá que pensar.
Vitor.
Re: O homem que fazia chover
Deixo a minha admiração pelo poema e por tudo o que ele transmite. De belo e de triste.
Abraço
Nuno
Re: O homem que fazia chover
Voraz palavras para o sangue evaporado pela despedida da vida, com toques loquazes, como uma despedida, como um arrependimento, como um cético que no final abre uma brecha no coração. O filho que esmurra a terra à procura de culpa ou de significados, só que toda significância está aí, no acto de o querer e no desabafo que criaste. E a poesia faz-se perante a dor do poeta.
Alcantra
Re: O homem que fazia chover
Bom poema!!!
:-)
Re: O homem que fazia chover
Em primeiro lugar peço-te desculpa...
Li, reli, voltei a ler e continuei sem saber, se havia de comentar, ou não...
Optei por o fazer...
Apenas pq tenho q te dizer q é dos poemas mais bonitos e comoventes q ja li...
Desculpa...
Beijinho em ti
Inês