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Paletó de carícias

Nem mais um sermão peço-lhe!
Sei que do mundo extraí espinhos lestos
Com gênio de sátiro a devorar as ninfas do puteiro

No sereno de seu colete alvorecido
Amputei o antebraço da magia
Que demorei por mim
Em vós
A alquimizar

Meus sentimentos são equinócios machucados no árctico
Dom das cifras derretidas geleiras
Meramente só solitárias
Marítimas e eternas jardas do prêmio perdido

Consumi suas imagens belicosas nos quadros da sala
Consumi seu corpo na obra pintada na cama
Tenho fome de ti,
Pois me encontro no armário
Faz uns dois anos e alguns meses

Não tenho seus pés nem seus saltos,
Nem suas unhas nem seus esmaltes.
Seus lábios seus batons
Seus cabelos seus xampus
Esconderam-se de meus olhos,
O seu rosto e sua oceânica maquilagem
Debruçaram vagarosamente na almofada de espinhos vivos,
À vista disso restou-me o cheiro da esperança apoquentada.

Voltou-me no inverno uma sombra esguia sua
Com uma palavra na boca e um gesto nos ombros
Faltando um riso nos lábios e um aconchego no olhar.
Todavia, abriu-se a arrancar-te de dentro de sua pele
Uma ninfa de pernas a escalar

Aqui no gelo
Fico à custa de sua mão
A queimar-me

À quina de teus olhos cílios em flechas ladram
A avisar-me
Prepara-te às cegas que sou Zepelim incendiário
Olaré! Silencias-te agora gajo avariado
Minhas labaredas brilham mais que suas fantasias núbis
No prepúcio acordado da preguiça,
Nos tambores de respirações feéricas repousa no mel
De tão nobre prato.

Uni-vos meus ímpetos a mim
Nas Bermas incólumes de palacete, vestíbulo teu
Açucarada vagina.

Peço-lhe que se erga sem falha
Tua afamada já na queimadura
Ereta
Heresia de Estrovenga

Tu caíste das estrelas que prateavam seu nome...
Perdi suas imagens belicosas nos quadros da sala
Perdi seu corpo na obra pintada na cama
&
Ainda...
Tenho fome de ti

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segunda-feira, abril 16, 2012 - 16:03

Poesia :

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Alcantra

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Comentários

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Gostei bastante... Bjs na

Gostei bastante...

Bjs na alma

;)

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