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Água Purpurina

Prepare-se para gravar em sua memória
Imagens:
Vou preparar-te para o que virá.

Perdidos numa loucura branca siberiana
O frio que congela o pensamento,
O medo que filtra a visão
Você não estará mais aqui
Quando estas palavras chegarem ao fim.
Iniciaremos os atestados de óbito
Das carcaças humanas espalhadas pela terra.
Não estamos aqui por acaso
Tudo isto faz parte desta corte marcial.
Diga adeus a sua família
Faça festas aos amigos
Ame sua garota como se fosse a última vez.
Viveremos um novo estilo de vida
Longe da civilização moderna.
Para sobrevivermos teremos que regressar à era selvagem.

Leia seus livros
Fuja desta sepultura.
Motor ligado
Olhos cansados
Vidas ficando para trás
Ruas iluminadas
Cidades desconhecidas
Corpos ornamentais nas vitrines vigiadas
Moda de um verão sem gosto.

Bares lotados
Álcool no centro
Histórias e conversas de alcatrão.

Políticas encenadas
Revolta sem força
Manifestação sem liderança
Ideias de um mundo melhor
Navegação em terra firme.

O cosmo interior

Espião assassinado
Pessoas falando sozinhas
Amigos tecnológicos de uma essência virtual.

Saias justas
Decotes mágicos
Mulheres com olhos de ave de rapina
Lutam pela carniça.

Beira de estrada
Lagos com águas purpurinas.

Chuva de pregos
Céu de pedras.

Carros parados
Asfalto em movimento.

Urubus com rostos humanos
Vespas assassinas
Ferroadas alucinógenas
Almas derretidas
Banquete sem convidados.
Enfeite de primavera
Faces de borracha
Morsas segurando grávidas
Bebês inventados na hora.

Cachorros ferozes
Caninos espumados
Olhos de relâmpago.

Latidos mudos

Crianças geradas sem intenção
Olhos nas fossas
Corpos empalados
Madrugada incestuosa.

Computadores plugados em nossas mentes

Vamos construir novos templos
Homenagear nossa fuga.
Esqueceremos nossos relógios
Ponteiros no sentido anti-horário.
TV assistida por detrás das grades.

Só existe uma missa
A mesma que rezamos quando morremos.
Amanhã me ausentarei
Novas premonições acontecem no campanário
Não quero comparecer nesta vida.

Homens enfeitiçados por promessas de máquinas
Cosmonautas desvendando espaços vazios
E no fim de tudo...
Corremos colinas
Corremos florestas
Queremos preencher nossos vácuos internos
Criamos e destruímos
Bebemos o desejo com uma fúria agonizante
Vimos e vivenciamos tudo,
Mas não estamos mais aqui para contar.

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terça-feira, dezembro 15, 2009 - 20:27

Ministério da Poesia :

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Alcantra

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