CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Vírgula et cetera

A brasa radiante do mundo cuspia uma imagem,
Um vulto ostentado vácuo da nota e da morada aberta ao tudo.
Instaurado tão afundado noturno na brisa louca pra nascer,
No findar da luz

Deita-se cinza ao cascalho já velho e tolhido

Pedras brancas polidas pela chuva do tempo - útero de si
Rio veloz nas veias da costura.
Na lama uma vida perde-se
Uma espécie não mais ama na lama
Atolada afundada em tal cama
Na calma fugidia alma

Não conhecemos a tarde,
Muito menos o que há depois dela
Vamos-nos!
Rápido!
Corramos todos à procura de cumprimentá-la

Sol que tatua-se às costas em picadas doidas de raios quentes

Vermelho risonho triste e apagado...
Havia uma chuva planeada para tão longe data
Quem seria capaz de esculpir o vulto ao poente?

Um tiro nas costas do infortúnio

Gostaríamos de esquecer todas as memórias,
As estradas,
As idas

Uma sombra doce tênue à porta

Sê luz do lado de cá
Nem dali
Acolá

Estivemos por tanto afogados jogados aos vales,
Há anos, há quão sofridos anos!

Quem nos arrota agora?
Quem nos semeia aqui se já estamos plantados?

As nuvens lançavam suas saias no palco dos céus,
O horizonte não pensa e nasce-se manifesta-se
Nas cordas do surdo mudo surdo culto tão culto!

A imensa bola amarela mirrada quase cinza lua
Esconde-se por detrás do dorso da dama anoitecida,
Tarde baleada, porventura morta.

(Sentar à pedra e fechar os olhos para as vidas em vidas
E de todos que ficaram na ponta do esquecimento,
Das tristezas e dores que causei
Das tristezas e dores que causei-me)

Assim! Por um triz apunhalas-te no tronco
Uma vista na lua e a outra no sol
Das mais nuas de todas, a lua
Das mais puras de todas, a lua
Não nua bela
Tão bela nua

Submited by

terça-feira, dezembro 15, 2009 - 20:34

Ministério da Poesia :

No votes yet

Alcantra

imagem de Alcantra
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 10 anos 28 semanas
Membro desde: 04/14/2009
Conteúdos:
Pontos: 1563

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Alcantra

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Amor Soma de poemas 5 3.026 02/27/2018 - 12:09 Português
Poesia/Geral Abismo em seu libré 0 3.364 12/04/2012 - 00:35 Português
Poesia/Geral Condado vermelho 0 3.904 11/30/2012 - 22:57 Português
Poesia/Geral Ois nos beijos 1 2.909 11/23/2012 - 11:08 Português
Poesia/Geral Dores ao relento 0 3.215 11/13/2012 - 21:05 Português
Poesia/Geral Memórias do norte 1 2.245 11/10/2012 - 19:03 Português
Poesia/Geral De vez tez cromo que espeta 0 3.438 11/05/2012 - 15:01 Português
Poesia/Geral Cacos de teus átomos 0 2.785 10/29/2012 - 10:47 Português
Poesia/Geral Corcovas nas ruas 0 3.233 10/22/2012 - 11:58 Português
Poesia/Geral Mademouselle 0 2.584 10/08/2012 - 15:56 Português
Poesia/Geral Semblantes do ontem 0 2.400 10/04/2012 - 02:29 Português
Poesia/Geral Extravio de si 0 3.208 09/25/2012 - 16:10 Português
Poesia/Geral Soprosos Mitos 0 3.750 09/17/2012 - 22:54 Português
Poesia/Geral La boheme 0 3.482 09/10/2012 - 15:51 Português
Poesia/Geral Mar da virgindade 2 2.531 08/27/2012 - 16:26 Português
Poesia/Geral Gatos-de-algália 0 3.630 07/30/2012 - 16:16 Português
Poesia/Geral Vidas de vidro num sutil beijo sem lábios 2 2.705 07/23/2012 - 01:48 Português
Poesia/Geral Vales do céu 0 2.629 07/10/2012 - 11:48 Português
Poesia/Geral Ana acorda 1 2.982 06/28/2012 - 17:05 Português
Poesia/Geral Prato das tardes de Bordô 0 2.875 06/19/2012 - 17:00 Português
Poesia/Geral Um sonho que se despe pela noite 0 3.307 06/11/2012 - 14:11 Português
Poesia/Geral Ave César! 0 3.367 05/29/2012 - 18:54 Português
Poesia/Geral Rodapés de Basiléia 1 2.848 05/24/2012 - 03:29 Português
Poesia/Geral As luzes falsas da noite 0 3.233 05/14/2012 - 02:08 Português
Poesia/Geral Noites com Caína 0 2.687 04/24/2012 - 16:19 Português